Além de aumentar o Auxílio Brasil para R$ 600, proposta cria
o 'bolsa caminhoneiro'
A Câmara aprovou em primeiro turno nesta terça-feira, 12, a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Benefícios, que concede uma série
de benefícios sociais às vésperas da eleição e decreta estado de emergência no
País. Foram 393 votos a favor e 14 contrários. Os deputados ainda vão analisar
destaques - sugestões de mudanças — e realizar um segundo turno de votação. O
dia foi marcado por uma "força-tarefa" do governo para mobilizar sua
base diante do risco de falta de quórum. Também houve problemas na internet da
Casa.
Articulada pelo Palácio do Planalto com a base governista no Congresso, a PEC
aumenta o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 por mês e concede uma
"bolsa caminhoneiro" de R$ 1 mil mensais, com um custo de R$ 41,25
bilhões fora do teto de gastos — a regra que limita o crescimento das despesas
do governo à inflação do ano anterior.
Durante a votação no plenário, Lira fez um apelo para que os deputados fossem
votar e determinou falta administrativa a quem deixasse de comparecer. Os
líderes partidários alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) passaram o dia
tentando mobilizar seus parlamentares para a votação.
Para ganhar tempo, Lira pautou primeiro a PEC do piso salarial da enfermagem,
aprovada em primeiro turno. A estratégia foi realizar apenas a primeira votação
da proposta para os enfermeiros e deixar o segundo para depois da PEC dos
Benefícios Como o piso salarial é uma matéria de consenso, os governistas
apostaram na manutenção do quórum ao longo da votação do pacote de benesses do
governo.
Aprovada no Senado em 30 de junho, a PEC teve sua tramitação acelerada na
Câmara por meio de manobras regimentais. O governo tem pressa para pagar as
benesses, que são vistas pela campanha do presidente Jair Bolsonaro à reeleição
como uma forma de alavancar sua popularidade. Hoje, o chefe do Executivo
aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do
Planalto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Não vejo como classificar a PEC de eleitoreira, porque ela é fruto de uma
discussão que não começou agora", disse o relator da proposta no plenário,
deputado Christino Áureo (PP-RJ). "Está sendo discutida neste momento
porque o mesmo Parlamento, que teve o protagonismo lá atrás, ao instituir o
Auxílio Emergencial, Auxílio Gás e aprovou a Lei que impede o despejo de
famílias pobres e vulneráveis durante a pandemia, tem que assumir essa
responsabilidade agora também", emendou.
No dia 07 de julho, Lira levou a PEC ao plenário após aprovação em comissão
especial. Depois, contudo, o deputado decidiu adiar a votação. Com a base
desmobilizada, o Palácio do Planalto passou a temer que a oposição conseguisse
derrubar a decretação do estado de emergência - dispositivo incluído na
proposta para blindar Bolsonaro de punições da Lei Eleitoral, que proíbe a
criação de benesses às vésperas de uma eleição, exceto em caso de calamidade
pública e emergência nacional. O mesmo temor surgiu hoje.
Além do aumento do Auxílio Brasil a R$ 600 e da concessão da
"bolsa-caminhoneiro" de R$ 1 mil mensais, a PEC prevê
auxílio-gasolina a taxistas de R$ 200 mensais, a ampliação do vale-gás a
famílias de baixa renda e recursos para o programa Alimenta Brasil e para
subsidiar a gratuidade a idosos nos transportes públicos urbanos e metropolitanos.
Todas as medidas valem somente até o final do ano.
ODIA
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