JORNAL SEM LIMITES DE PÁDUA_RJ: 31 de julho de 2016

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Guns N’ Roses cover é atração em Rio das Ostras neste sábado



Os fãs de Guns N’ Roses, poderão curtir de perto os sucessos da famosa banda norte-americana, no Trik Trik Pub, neste sábado, dia 6. O grupo Guns N’ Roses – RealCover -, sobe ao palco para um show performático, em homenagem a banda de rock n roll, do guitarrista Slas.



Banda Guns N’ Roses - RealCover toca sucessos da banda liderada por Axl Rose



Formado por Guto (vocal), Jefferson, Nonu (guitarras) e Flávio (bateria), o grupo, criado em 2015, faz um tributo a banda liderada por Axl Rose. As semelhanças com os integrantes da formação original impressionam.

Os aficionados por Guns irão ao delírio com o som da banda que já se apresentou em programas como Domingão do Faustão, além de terem tocado em vários países da América Latina e Europa.

O grupo promete manter a caracterização, performance e musicalidade do ‘Guns Sobre o Guns’. Tendo em seu repertório músicas como: "Welcome to the Jungle", "Paradise City", "Perfect Crime", "Sweet Child O' Mine", considerada um hino do rock, e "Oh My God".

Sobre o Guns
A banda foi criada em 1986, em Los Angeles, nos Estados Unidos. O Guns N' Roses é uma banda de hard core que conquistou milhares de fãs no mundo inteiro com o álbum de estreia "Appetite for Destruction". Já vendeu cerca de 100 milhões de CDs em todo o mundo. Considerada uma das bandas mais bem-sucedidas da história da música.

Trik Trik Pub
O Trik Trik Pub abriu as portas em Rio das Ostras, em dezembro de 2014, inspirado em legítimos pubs Irlandeses, o rock bar possui uma arquitetura europeia, um palco ao lado do bar e ambientes aconchegante. O Pub possui um cardápio gourmet diversificado com destaque para temperos inusitados, uma mistura de sabores que vale a pena conferir. São 25 tipos de drinks típicos, cervejas artesanais e o bom chopp gelado. Destaque para as bandas de qualidade que sobem no palco todos os dias.

Serviço: 
O que: Guns N’ Roses - RealCover
Quando: 06 de agosto (Sábado)
Quanto: A partir de R$ 20 
Horário: A partir das 23h - A casa abre às 21h
Onde: Trik Trik Pub - Rua Rego Barros, 20, Centro - Rio das Ostras, RJ 

Imagens/ Áudio 
https://www.youtube.com/watch?v=TIcXeCkhFXY



-- 


Tatiani Costa
Assessora de Imprensa
MTb 47.264/SP




“Pokémon Go” já pode ser baixado nas lojas brasileiras de aplicativo da Apple e do Google. O game começou a funcionar no Brasil nesta quarta-feira (3). Em um primeiro momento, o jogo ficou disponível apenas em versões para quem tem contas na App Store dos EUA.



Fenômeno monstruoso
Desde que chegou aos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia em 5 de julho, “Pokémon Go” se transformou em um fenômeno.
O game dos monstrinhos de bolso valorizou as ações da Nintendo, se tornou mais usado que Twitter e Tinder e provocou todo tipo de fenômeno – de lesões em jogadores a alertas de departamentos da polícia por todo o mundo.
Teve também uma popularização de bebês com nomes de pokémons, pessoas assaltadas por ladrões que usavam o app para atrair vítimas a lugares desertos e até um homem que foi demitido em Cingapura após criticar o país por ainda não ter acesso ao jogo.
Atualmente, “Pokémon Go” foi lançado na América do Norte, vários países da Europa, Japão e outras regiões da Ásia. Segundo John Hanke, presidente-executivo da Niantic, o jogo deve chegar a 200 mercados no total.
 “Pokémon Go” é um game gratuito de smartphones que usa realidade aumentada e GPS para levar os monstrinhos da Nintendo para o mundo real. A dinâmica é mais ou menos a mesma dos outros jogos da série: caçar, capturar e treinar todos os 151 pokémons. Dessa vez, porém, os jogadores precisam levantar do sofá e andar pelas ruas de sua cidade para encontrar as criaturas.
Com a função GPS, os jogadores são avisados de quando estiverem próximos à localização de algum monstrinho. O app então processa uma imagem virtual dos pokémons sobre o sinal obtido via câmera fotográfica dos aparelhos.


Prazo para convenções partidárias termina nesta sexta-feira





Para este ano, cada partido ou coligação poderá registrar um número de candidatos de até 150% dos lugares a preencher nas Câmaras Municipais, afirma especialista
O prazo para a realização das Convenções Partidárias para a disputa eleitoral deste ano termina na próxima sexta-feira (05). Considerada como um ato preparatório e inicial para a corrida eleitoral, o evento é responsável por oficializar os nomes que concorrerão aos cargos de Vereador e Prefeito em 2016.



De acordo com o advogado especialista em Direito Eleitoral do VBC Advogados, Eduardo Vieira Barbosa, é importante estar atento à nova legislação, pois com a minirreforma eleitoral, além da alteração do período de convenção, as regras para as coligações entre os partidos também foram modificadas.
“Agora, cada partido ou coligação poderá registrar candidatos às Câmaras Municipais no total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de lugares a preencher, salvo nos municípios de até cem mil eleitores, nos quais cada coligação poderá registrar candidatos no total de até 200% (duzentos por cento) do número de lugares a preencher”, afirma o advogado.

Fiperj promove capacitação interna sobre identificação de elasmobrânquios


Curso apresentou características que diferenciam espécies de peixes cartilaginosos





A Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) promoveu uma capacitação interna, no último dia 29, no Telecentro da Pesca Maré, localizado na sede da instituição. O curso Identificação de Elasmobrânquios Desembarcados no Estado do Rio de Janeiro contou com a participação de 14 técnicos de diversos escritórios da Fiperj, e teve o objetivo de apresentar características que diferenciam as espécies de peixes cartilaginosos, como raias e tubarões.

A demanda surgiu pela necessidade de identificar corretamente as espécies de elasmobrânquios nos desembarques do estado, já que são comumente identificados nas categorias comerciais como “raias” e “cações”, gerando perda de informações de espécies específicas.  

Considerando que os dados dos programas de monitoramento pesqueiro no país seguem um padrão mundial, onde são processados em categorias comerciais constituídas por mais de uma espécie, o curso esclarece quais são as espécies desembarcadas no estado, quais as mais abundantes nesses desembarques e os aspectos biológicos das principais espécies de tubarões e raias. O intuito da capacitação é promover o aprimoramento da coleta de informações que compõem a Estatística Pesqueira do estado, como explica a bióloga Fernanda de Oliveira Lana, analista de recursos pesqueiros da Fiperj e ministrante do curso.

- Tubarões e raias são um importante grupo de predadores topo de cadeia e espécies-chave para o funcionamento do ecossistema. Saber identificar corretamente as espécies desembarcadas gera dados espécie-específico, implicando em maior qualidade dos dados obtidos para a Estatística, sendo possível distinguir e avaliar as espécies que compõe essas categorias comerciais – diz Fernanda.

O curso teórico apresentou as características gerais dos tubarões; sua classificação sistemática; morfologias interna e externa; anatomia desses animais; estratégias para a identificação das espécies dos tubarões e raias desembarcados no Estado do RJ; e os peixes cartilaginosos que constam na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção: Peixes e Invertebrados Aquáticos (Portaria MMA nº 445/2014).

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Católicos fazem Cerco de Jericó na Igreja Matriz Nossa Senhora Das Graças em Pádua - RJ














A comunidade católica de Santo Antonio de Pádua iniciou no dia 31 de julho, às 19h, com a Santa Missa, o Cerco de Jericó, na Igreja Nossa Senhora das Graças (Igreja Matriz). O pároco, Fagner  da Silva Ribeiro(foto),convida a todos a participarem.Padres convidados a celebrarem as missas: Padre Renato,Pe. David,Pe. Welliton, Pe. Alexandre celebrante desta quarta-feira  dia 03 de agosto.


















 O Cerco de Jericó consiste numa semana de batalha espiritual, com intensificação de oração pessoal, missas, vigílias, Terço de Nossa Senhora, visita ao Santíssimo Sacramento, juntamente com todas as comunidades paroquiais.


“No Antigo Testamento, depois da morte de Moisés, Deus escolheu Josué para conduzir o povo hebreu. Deus disse a Josué que atravessasse o rio Jordão com todo o povo e tomasse posse da Terra Prometida. Ora, a cidade de Jericó era uma fortaleza inexpugnável. Ao chegar junto às muralhas de Jericó, Josué ergueu os olhos e viu um anjo, com uma espada na mão, que lhe deu ordens concretas e detalhadas. Josué e todo Israel executaram fielmente as ordens recebidas: durante 6 dias, os valentes guerreiros de Israel deram uma volta em torno da cidade. No sétimo dia deram sete voltas. Durante a sétima volta, ao som da trombeta, todo o povo levantou um grande clamor e, pelo poder de Deus as muralhas de Jericó caíram”, 
Com duração de uma semana, no Cerco de Jericó o Santíssimo fica exposto 24 horas por dia, exceto nas missas, e todos são convidados a participar durante alguns minutos por dia.
O  objetivo do Cerco de Jericó é de vivermos a verdadeira unidade que Cristo nos pede; em todas pastorais e movimentos.
O encerramento acontecerá no dia 07, às 19.00h, com a Santa Missa.






Padre  Renato 

Padre David





















































Pe. Welliton













































Papa Francisco envia mensagem aos brasileiros e aos atletas da Olimpíada






'Faço votos de que o espírito olímpico possa inspirar a todo', disse.
Para papa, Jogos são oportunidade para Brasil superar 'momentos difíceis'.



O papa Francisco pediu nesta quarta-feira (3) aos atletas que participarão dos Jogos Olímpicos Rio-2016 que não busquem apenas ganhar medalhas, mas também um mundo em que reine a solidariedade, ao mesmo tempo em que enviou uma mensagem especial aos brasileiros.
"Queria agora dirigir uma saudação afetuosa ao povo brasileiro, em particular à cidade do Rio de Janeiro, que acolhe atletas e torcedores do mundo inteiro por ocasião da Olimpíada", disse.
"Diante de um mundo que está sedento de paz, tolerância e reconciliação, faço votos de que o espírito dos Jogos Olímpicos possa inspirar a todos, participantes e espectadores, a combater o bom combate e a terminar juntos a corrida, almejando alcançar como prêmio não uma medalha, mas algo muito mais valioso: a realização de uma civilização onde reine a solidariedade, fundada no reconhecimento de que todos somos membros de uma única família humana, independentemente das diferenças de cultura, cor da pele ou religião", afirmou em sua tradicional audiência geral das quartas-feiras no Vaticano.
"E aos brasileiros, que com sua característica alegria e hospitalidade organizam a festa do esporte, desejo que esta seja uma oportunidade para superar os momentos difíceis e comprometer-se a 'trabalhar em equipe' para a construção de um país mais justo e mais seguro, apostando num futuro cheio de esperança e alegria! Que Deus abençoe a todos!", completou.
Também nesta quarta-feira, o papa falou sobre sua recente visita ao campo de extermínio de Auschwitz, onde durante a Segunda Guerra Mundial morreram 1,1 milhão de pessoas, em sua maioria judeus.
"No silêncio escutei, senti a presença de todas as almas que passaram por ali (...) Vendo a crueldade naquele campo de concentração pensei imediatamente nas crueldades de hoje", afirmou.

O Brasil chega à Olimpíada sem cara


Entre o discurso de 2009 e a realidade de 2016, há um país em que a conciliação do inconciliável já não é possível nem como construção identitária








O mais fascinante desta Olimpíada no Rio é a negação de uma ideia de Brasil. É a impossibilidade de apresentar um imaginário coeso sobre o país para fora – e também para dentro. É a total impossibilidade de conciliação. Esta é a potência do momento – confundida às vezes com fracasso, com estagnação ou mesmo com impotência. O Brasilchega à Olimpíada sem que se possa dizer o que o Brasil é.
Para que isso se torne mais claro, é preciso voltar ao ano de 2009, ao momento em que o Brasil foi escolhido para sediar a Olimpíada de 2016. Há vários vídeos sobre o discurso de Lula após o anúncio. Não o discurso oficial, mas o discurso do então presidente feito para as câmeras de TV. Aquele que é espetáculo dentro do espetáculo. Particularmente, prefiro o da Globo (assista aqui), pelo que esta rede de comunicação representa na história recente do país, e pela linguagem que escolhe ao contrapor a fala de Lulacom a reação dos apresentadores e comentaristas. Quando se pensa que essa “conciliação” foi possível apenas sete anos atrás, tudo fica ainda mais interessante.
Sugiro assistir a estes sete minutos, preciosos para compreender aquele e este momento. Mas também transcrevo aqui a fala de Lula, para que se torne mais fácil refletir sobre os tantos sentidos desse discurso, agora que podemos olhar para ele pelo retrovisor. E para que seja possível prestar atenção nos personagens então secundários, congelando a imagem por um momento.
Lula está emocionado. Não acredito que esteja fingindo se emocionar. Ainda que ele fale com a consciência de que está produzindo um documento para a história, consciência que ele sempre mostrou ter ao longo de seus dois mandatos como presidente do país, ele acredita no que diz. Como Lula vê o país e como entende o povo brasileiro é crucial para compreender o Brasil atual, dada a importância do personagem e o papel de protagonista que desempenhou e desempenha. Naquele momento, há uma festa de comemoração nas areias de Copacabana, como se a multidão que ali está tivesse a função de produzir a imagem capaz de comprovar a tese de seu líder.
Lula diz para as câmeras de TV, e ao dizer o líder carismático está num de seus momentos de maior carisma:
– O Rio perdeu muitas coisas. O Rio foi capital, o Rio foi coroa portuguesa, e foi perdendo... Eu acho que essa Olimpíada é um pouco uma retribuição ao povo do Rio de Janeiro que muitas vezes aparece na imprensa, só nas páginas dos jornais... É preciso respeitar porque o povo é bom, o povo é generoso. Acho que o Brasil merece. Aqueles que pensam que o Brasil não tem condições vão se surpreender. Os mesmos que pensavam que nós não tínhamos condições de governar esse país vão se surpreender com a capacidade do país de fazer uma Olimpíada.
Diante da pergunta de por que o Rio ganhou de cidades como Madri, Tóquio e Chicago, que disputavam ser sede da Olimpíada, Lula afirma:
– A gente tava com a alma, com o coração. Ou seja, era o único país que queria de verdade fazer uma Olimpíada. Porque para os outros seria mais uma. Nós tínhamos que provar a competência de fazer uma Olimpíada. Então eu acho que as pessoas veem isso nos olhos da gente. (...) Essa foi a diferença. Esse país precisa ter uma chance. Não é possível que esse país não tenha, no século 21, a chance que não tivemos no século 20.
Sobre onde ele e o país estariam neste futuro apoteótico, Lula diz:
– Eu não vou estar na presidência, mas estarei como cidadão brasileiro, colocando minha alma, o meu coração, pra que a gente faça o que tem de melhor nesse país. Tem de comemorar porque o Brasil saiu do patamar de um país de segunda classe e se tornou um país de primeira classe.
Lula agradece a Eduardo Paes (PMDB), a quem chama de “esse menino”, então em seu primeiro mandato como prefeito do Rio, e ao “companheiro” Sérgio Cabral (PMDB), na época governador do Rio. Assim como ao ministro dos Esportes Orlando Silva e ao chefe do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. Uma voz lembra ao presidente: “Michel”. Lula ignora e segue falando. A voz repete na sequência: “Michel Temer”. Lula é obrigado a citar: “Ao Temer que está aqui”. A cabeça do então presidente da Câmara dos Deputados descola-se por um momento das costas de Lula, onde ele havia estrategicamente se posicionado e de onde não arredou pé.
Temer tinha sido reeleito deputado federal em 2006. Com apenas 99.000 votos, sua soma individual era insuficiente para garantir mais um mandato. Ele só entrou devido ao quociente eleitoral, reeleição garantida pelo total de votos dados ao seu partido, o PMDB. Em 2009, conseguiu se tornar presidente da Câmara dos Deputados, com o apoio do governo. Ele seguirá até o final da entrevista colado nas costas de Lula. Toda vez que Lula procura alguém ao redor para agradecer, dá de cara com Temer. Mas não faz mais nenhuma menção a ele. E a câmera volta a fechar no presidente mais popular da história do Brasil pós-ditadura.
Um repórter pergunta sobre a “decantada” beleza do Rio. E Lula responde:
– Eu acho que alma do nosso povo, o olhar do nosso povo, o calor do nosso povo, o gingado do nosso povo, a cor do nosso povo, o sorriso do nosso povo é imbatível. Acho que finalmente o mundo reconheceu: é a hora e a vez do Brasil.
E segue:
– Eu tava com um orgulho imenso – imenso – de estar defendendo o Brasil. Hoje foi um dia sagrado pra mim. Eu confesso a vocês que, se eu morresse agora, já teria valido a pena, sabe, viver. Porque o Rio de Janeiro, o Brasil provou ao mundo que nós conquistamos cidadania absoluta. Absoluta mesmo. Ninguém agora tem mais dúvida da grandeza econômica do Brasil, da grandeza social, da capacidade nossa de apresentar um programa.
Bem ao final, Lula agradece a Henrique Meirelles, então presidente do Banco Central:
– (Quero) agradecer ao Meirelles, que fez uma defesa extraordinária, anunciando inclusive que o Banco Mundial já disse que o Brasil será, em 2016, a quinta economia do mundo.
Fim da Olimpíada de 2009. Agora, a de 2016.


Lula agradece a Eduardo Paes (PMDB), a quem chama de “esse menino”, então em seu primeiro mandato como prefeito do Rio, e ao “companheiro” Sérgio Cabral (PMDB), na época governador do Rio. Assim como ao ministro dos Esportes Orlando Silva e ao chefe do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. Uma voz lembra ao presidente: “Michel”. Lula ignora e segue falando. A voz repete na sequência: “Michel Temer”. Lula é obrigado a citar: “Ao Temer que está aqui”. A cabeça do então presidente da Câmara dos Deputados descola-se por um momento das costas de Lula, onde ele havia estrategicamente se posicionado e de onde não arredou pé.
Temer tinha sido reeleito deputado federal em 2006. Com apenas 99.000 votos, sua soma individual era insuficiente para garantir mais um mandato. Ele só entrou devido ao quociente eleitoral, reeleição garantida pelo total de votos dados ao seu partido, o PMDB. Em 2009, conseguiu se tornar presidente da Câmara dos Deputados, com o apoio do governo. Ele seguirá até o final da entrevista colado nas costas de Lula. Toda vez que Lula procura alguém ao redor para agradecer, dá de cara com Temer. Mas não faz mais nenhuma menção a ele. E a câmera volta a fechar no presidente mais popular da história do Brasil pós-ditadura.
Um repórter pergunta sobre a “decantada” beleza do Rio. E Lula responde:
– Eu acho que alma do nosso povo, o olhar do nosso povo, o calor do nosso povo, o gingado do nosso povo, a cor do nosso povo, o sorriso do nosso povo é imbatível. Acho que finalmente o mundo reconheceu: é a hora e a vez do Brasil.
E segue:
– Eu tava com um orgulho imenso – imenso – de estar defendendo o Brasil. Hoje foi um dia sagrado pra mim. Eu confesso a vocês que, se eu morresse agora, já teria valido a pena, sabe, viver. Porque o Rio de Janeiro, o Brasil provou ao mundo que nós conquistamos cidadania absoluta. Absoluta mesmo. Ninguém agora tem mais dúvida da grandeza econômica do Brasil, da grandeza social, da capacidade nossa de apresentar um programa.
Bem ao final, Lula agradece a Henrique Meirelles, então presidente do Banco Central:
– (Quero) agradecer ao Meirelles, que fez uma defesa extraordinária, anunciando inclusive que o Banco Mundial já disse que o Brasil será, em 2016, a quinta economia do mundo.
Fim da Olimpíada de 2009. Agora, a de 2016.

Há que se perceber ainda que a escolha de eventos para o mundo ver é também a escolha de se olhar com a medida do outro. E não qualquer outro, mas um outro que se coloca – e é reconhecido – como “primeiro mundo” ou “primeira classe”. E que a “cidadania absoluta”, neste momento, é igualada a acesso ao consumo. Essa construção também não é banal. E é bem diferente de construir uma linguagem própria a partir das extraordinárias experiências de diversidade dos vários Brasis.
Vale lembrar que Lula é o grande conciliador: um ano depois da escolha do Rio como sede da Olimpíada, ele terminará seu mandato com a maior popularidade da história desde que há institutos de pesquisa para medi-la. Entre as várias razões, está a quimera de reduzir a pobreza sem tocar na renda dos mais ricos, o que só foi possível graças à exportação de commodities, promovida como se fosse durar pra sempre e sem que o enorme custo socioambiental fosse incluído na conta. Neste sentido, a Olimpíada seria não apenas a conciliação dos povos, mas também a dos vários Brasis amalgamados num só, conflitos e contradições magicamente apagados.
Entre 2009 e 2016 aconteceu muita coisa. Mas aconteceu principalmente 2013. Se há algo que não vira passado facilmente é 2013, o incontornável que tantos querem contornar. É nos protestos das ruas que fica evidente que o imaginário de conciliação não poderá mais ser sustentado. Desde então, não há combinação, recolocação ou arranjo possível que dê uma imagem coesa ao Brasil – ou uma cara “brasileira” ao Brasil. As fraturas que historicamente foram ocultadas ou maquiadas já não podem ser. O Brasil ou os Brasis tornaram-se irredutíveis à conciliação também na produção de imagens e de símbolos.
Assim, o Brasil chega à Olimpíada real demais. Na lama que rompeu a barragem de Mariana, na merda boiando nas águas da Guanabara, no genocídio dos jovens negros pela Polícia Militar, na ciclovia que desaba matando gente no dia em que a tocha olímpica é acendida na Grécia. Na onça assassinada durante a passagem da tocha olímpica pela Amazônia. Dá para ficar enfileirando exemplos por parágrafos. Até o samba de Tom Jobim se contamina quando é o mosquito da dengue, do zika e da chicungunha que passa a ter asas abertas sobre a Guanabara.

Mesmo a disputa narrativa entre golpe e não golpe pode expressar uma tentativa desesperada de identificação em meio a identidades que se desmancham. Como a de um Governo de esquerda que há muito já não era de esquerda, como a de apoio de movimentos sociais ao mandato de uma presidente que sancionou uma lei que criminaliza movimentos sociais, como a de fingir que quem está hoje no poder não era o aliado de ontem. Para além de estratégias e agendas, a falsa polarização pode também ser uma tentativa de colar um rosto que já não cabe na cara. Ou de vestir uma roupa porque qualquer roupa, mesmo uma fantasia, é menos desestabilizadora que a nudez.
Diante da fragmentação da autoimagem despontam várias reações identitárias. Uma delas é a de reeditar um outro estereótipo viciado, o do Brasil como “republiqueta de bananas”, o que não consegue fazer nada direito, o do fiasco diante do mundo, o do eterno país de segunda classe, com todos os preconceitos atrelados aos trópicos. O que antes foi positivado é negativado sempre que convém. E o que aqui está seria uma espécie de punição à ousadia de querer ser grande.
“Nós” expostos ao julgamento do “primeiro mundo”, curiosamente confundido com o mundo dos adultos, o que só pode ser uma piada diante dos acontecimentos internacionais recentes. O Brasil ridicularizado pelo Reino Unidoonde o voto do Brexit venceu? Pelos Estados Unidos que tem um Donald Trumpcom chances de vencer a presidência? Por uma França às voltas com terroristas produzidos por suas periferias? Por uma Europa que envergonha a si mesma ao (des)tratar os refugiados? São estas as matrizes que sabem o que fazem?
Essa falsificação do “Brasil volte ao seu lugar” tem pontos de contato com a ideia do retorno de certa elite ao poder – uma elite que, como se sabe, nunca saiu dele. Tem a ver com a ideia da volta “dos que sabem fazer as coisas”. Ou “dos que entendem de verdade de economia”. Ou da ideia de que a economia é a lente com a qual se enxerga a vida, crença laica que desponta com o absolutismo de um mandamento de Moisés. É preciso ter cuidado com quem chama o Brasil de “republiqueta de bananas”, porque esta pessoa ou grupo nunca se coloca neste Brasil, já que se considera a parte limpinha que foi se ilustrar no exterior. O sujo, o feio, o ignorante é o outro. Em geral, o “povo brasileiro”, essa abstração em nome da qual tantas atrocidades são cometidas.
Não é ruim que o Brasil chegue à Olimpíada sem uma cara. Ou mais semelhante ao antropofágico Abaporu de Tarsila do Amaral. Não é ruim que os estereótipos ruíram e todos os rearranjos antes possíveis já não parem mais em pé. Não é ruim se perceber fragmentado. Não é ruim se desidentificar para que outras identidades, múltiplas, se tornem possíveis. Já não dá para conciliar o inconciliável.
Não é um momento qualquer. E talvez a parte mais evidente do peso do que está sendo disputado seja o fortalecimento do Estado policial para reprimir o questionamento dos privilégios. E para criminalizar o crescente questionamento dos privilégios. E para encarcerar quem os questiona. O jogo é cada vez mais pesado, agora que ficou claro que não haverá conciliação. Agora, que o discurso de 2009 ruiu, e que seu autor, o grande conciliador, virou réu.
Há muitas razões para que diferentes setores não perdoem Lula. Uma delas é a de que ele deixou de fazer a grande mágica: a de que a paz no Brasil é possível sem que os privilégios dos mais ricos sejam tocados. A de que poderá se reduzir as desigualdades sem que alguém perca não apenas privilégios materiais, objetivos, mas também culturais e subjetivos. Essa ilusão era cara também para uma parte das várias elites. Continuar com os privilégios intactos e ainda por cima se sentir “do bem” é o máximo sonho de consumo.
Já não é possível seguir tentando colar rostos que não cabem mais. Ou insistir em encaixar faces que só couberam antes como falsificações. Ou, ainda, que eram apenas máscaras a serviço de apagamentos. Há muita potência neste momento em que o Brasil é um ponto de interrogação no espelho, em que o Brasil não consegue uma unidade no dizer sobre si mesmo, em que há gente tentando apagar a tocha olímpica com balde d’água. Há muita potência se as periferias virarem centros, desacomodando olhares viciados. Mas essa potência será perdida se, por não conseguirmos imaginar um país a partir de outras premissas, preferirmos carregar por aí rostos em decomposição.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista.