JORNAL SEM LIMITES DE PÁDUA_RJ: 16 de junho de 2013

sábado, 22 de junho de 2013

Veículo automotivo colide em poste na cidade de Santo Antônio de Pádua -RJ

Texto e foto: Marcius Mendes

O acidente aconteceu no dia 22 de junho por volta das cinco horas da tarde,  na  Avenida José Homem da Costa, nas imediações da Cia Paduana de Papéis – Copapa. Segundo informações da Polícia Militar, o motorista estava em alta velocidade quando perdeu a direção e colidiu contra um poste.
O  motorista foi retirado sem ferimentos pelo Corpo de Bombeiros do local do acidente.
Texto e fotos: Michael Mendes


ELETRO MIX completou 1 ano em Santo Antônio de Pádua e sorteou ferramenta !

Proprietário Pedro, funcionário Jorge e proprietária Eveluzia
Jorge e Empresária Eveluzia sortearam ferramenta para seus clientes
O Empresário de Itaperuna  FÁBIO AZEREDO,Empresária Eveluzia Azeredo, Srª EVENI AZEREDO, Empresário PEDRO GODOI e Jorge


Locutor Inhoque animou a festa

SINVAL REPRESENTANTE COMERCIAL FAMASTIL
Clientes



Manoel pipoqueiro esteve na festa com sua deliciosa pipoca




Eveluzia recebeu flores pela data

Em pronunciamento na TV Dilma diz que receberá manifestantes e anuncia pacto com governadores



A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (21), durantepronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, que vai elaborar um Plano Nacional de Mobilidade Urbana que privilegie o transporte público. Ela também disse que receberá "líderes das manifestações pacíficas" e que conversará com governadores e prefeitos das principais cidades para elaborar um pacto para a melhoria dos serviços públicos.
O pronunciamento é uma resposta à série de manifestações desta semana em mais de 140 cidades do país. Dilma passou o dia discutindo com ministros e assessores a conveniência de fazer o pronunciamento, gravado no final da tarde (saiba como foi a repercussão no meio político).
“Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos. O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo; segundo, a destinação de 100% dos recursos do petróleo para a educação; terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS".
Asseguro a vocês: vamos manter a ordem."
A presidente afirmou que se reunirá com as lideranças das manifestações e com representates de movimentos sociais.
"Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências. De sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente."
Violência
No pronunciamento, a presidente condenou o vandalismo e as depredações registradas em várias das manifestações e criticou a "minoria violenta e autoritária" que danificou prédios públicos.

"O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos", afirmou Dilma.
 
Segundo ela, essa violência "envergonha o Brasil", é resultado da ação de uma "pequena minoria" e não pode "manchar um movimento pacífico e democrático".

Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram, pacificamente, às ruas: eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça."
"Todas as instituições e órgãos de segurança pública devem coibir, dentro dos limites da lei, toda forma de violência e vandalismo", determinou. "Com equilíbrio e serenidade, porém, com firmeza, vamos continuar garantindo o direito e a liberdade de todos."
A presidente reiterou que o governo está ouvindo as "vozes" das ruas, mas não vai transigir com a violencia. "Asseguro a vocês: vamos manter a ordem".
"Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram, pacificamente, às ruas: eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça."
Corrupção
Sobre corrupção, um dos temas mais frequentes nos cartazes de manifestantes nos protestos, a presidente afirmou que o país necessita de "formas mais eficazes" para combater o problema.

"A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática. Ela reivindica um combate sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Todos me conhecem. Disso eu não abro mão", declarou.
Ela disse que Lei de Acesso à Informação, que obriga governos e órgãos públicos a fornecer informações solicitadas pelos cidadãos, deve ser expandida.
"A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos os poderes da República e instâncias federativas. Ela é um poderoso instrumento do cidadão para fiscalizar o uso correto do dinheiro público. Aliás, a melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor.
Copa do Mundo
A presidente justificou os gastos com a Copa do Mundo, um dos principais motivos de protesto dos manifestantes, que reivindicavam a aplicação em saúde e educação do dinheiro gasto com a construção de estádios.

"Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governo que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a saúde e a educação", afirmou.
É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes."
Reforma política
A presidente classificou de "equívoco" a palavra de ordem dos manifestantes contra a presença de representantes de partidos políticos nas manifestações: "Sem partido". Nesta sexta, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) já havia afirmado que "sem partido, no fundo, é ditadura".

"Quero contribuir para a construção de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular. É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes", disse.
Segundo ela, "é a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar".
"Precisamos oxigenar o nosso sistema político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mais resistentes aos malfeitos e acima de tudo mais permeáveis à influência da sociedade", afirmou.
Leia abaixo a íntegra do depoimento da presidente.
Minhas amigas e meus amigos,
Todos nós, brasileiras e brasileiros, estamos acompanhando, com muita atenção, as manifestações que ocorrem no país. Elas mostram a força de nossa democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar.
Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas. Mas, se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, como também correndo o risco de colocar muita coisa a perder.
Como presidenta, eu tenho a obrigação tanto de ouvir a voz das ruas, como dialogar com todos os segmentos, mas tudo dentro dos primados da lei e da ordem, indispensáveis para a democracia.
O Brasil lutou muito para se tornar um país democrático. E também está lutando muito para se tornar um país mais justo. Não foi fácil chegar onde chegamos, como também não é fácil chegar onde desejam muitos dos que foram às ruas. Só tornaremos isso realidade se fortalecermos a democracia – o poder cidadão e os poderes da República.
Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar por mais qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira.
O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos. Essa violência, promovida por uma pequena minoria, não pode manchar um movimento pacífico e democrático. Não podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil. Todas as instituições e os órgãos da Segurança Pública têm o dever de coibir, dentro dos limites da lei, toda forma de violência e vandalismo.
Com equilíbrio e serenidade, porém, com firmeza, vamos continuar garantindo o direito e a liberdade de todos. Asseguro a vocês: vamos manter a ordem.
Brasileiras e brasileiros,
As manifestações dessa semana trouxeram importantes lições: as tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar o vigor destas manifestações para produzir mais mudanças, mudanças que beneficiem o conjunto da população brasileira.

A minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros.
Sou a presidenta de todos os brasileiros, dos que se manifestam e dos que não se manifestam. A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática.

Ela reivindica um combate sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Todos me conhecem. Disso eu não abro mão.
Esta mensagem exige serviços públicos de mais qualidade. Ela quer escolas de qualidade; ela quer atendimento de saúde de qualidade; ela quer um transporte público melhor e a preço justo; ela quer mais segurança. Ela quer mais. E para dar mais, as instituições e os governos devem mudar.
Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos.
O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo. Segundo, a destinação de cem por cento dos recursos do petróleo para a educação. Terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências, de sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente.
Brasileiras e brasileiros,
Precisamos oxigenar o nosso sistema político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mais resistentes aos malfeitos e, acima de tudo, mais permeáveis à influência da sociedade. É a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar.

Quero contribuir para a construção de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular. É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes.
Precisamos muito, mas muito mesmo, de formas mais eficazes de combate à corrupção. A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos os poderes da República e instâncias federativas. Ela é um poderoso instrumento do cidadão para fiscalizar o uso correto do dinheiro público. Aliás, a melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor.
Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e os governos que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação.
Na realidade, nós ampliamos bastante os gastos com Saúde e Educação, e vamos ampliar cada vez mais. Confio que o Congresso Nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação.
Não posso deixar de mencionar um tema muito importante, que tem a ver com a nossa alma e o nosso jeito de ser. O Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte. Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria, é assim que devemos tratar os nossos hóspedes. O futebol e o esporte são símbolos de paz e convivência pacífica entre os povos. O Brasil merece e vai fazer uma grande Copa.
Minhas amigas e meus amigos,
Eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês que foram pacificamente às ruas: eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir com a violência e a arruaça.

Será sempre em paz, com liberdade e democracia que vamos continuar construindo juntos este nosso grande país.
Boa noite!

Dez municípios de Minas aderem ao 'Crack, É Possível Vencer'

As cidades receberão dinheiro para fortalecer a segurança pública e o atendimento em saúde

AGÊNCIA BRASIL








Brasília – Dez municípios do estado de Minas Gerais aderiram, nesta sexta-feira, ao Programa Crack, É Possível Vencer, durante solenidade na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
Com a adesão, as cidades de Betim, Contagem, Governador Valadares, Ipatinga e Juiz de Fora; Montes Claros, Ribeirão das Neves, Sete Lagoas; Uberaba e Uberlândia – todas com mais de 200 mil habitantes – receberão dinheiro para fortalecer a segurança pública e o atendimento em saúde, além de assistência social voltada ao cuidado e ao tratamento de dependentes químicos.
Até 2014, o Ministério da Justiça entregará 13 bases móveis para os dez municípios reforçarem o policiamento ostensivo nas áreas de concentração de uso de drogas. Haverá investimento em capacitação de profissionais de segurança pública.
O Ministério da Saúde investirá R$ 78 milhões no tratamento de dependentes químicos. Será possível criar 618 leitos para atendimento aos usuários de drogas, em especial o crack. Os municípios receberão R$ 2,7 milhões para apoiar os trabalhos de abordagem social nas ruas.

Com as adesões, sobe para 63 o número de municípios que desenvolvem ações do Crack, É Possível Vencer.

Padre da Baixada atende no Rio a vítimas do crack

Sacerdote leva assistência a viciados na droga que vivem à beira da Avenida Brasil



O DIA - MARCOS GALVÃO
Rio - ‘Bem-vindos ao inferno”. A frase aparece pichada na parede de um muro, logo na entrada da cracolândia da Vila do João, próximo à Avenida Brasil, e ainda mexe com os brios do padre italiano Renato Chiera, 71 anos. Conhecido pelo trabalho de resgate das ruas de crianças e adolescentes na Baixada, o padre, fundador da Casa do Menor, em Nova Iguaçu, decidiu abrir uma nova frente de luta: o resgate dos dependentes de crack. “Não é o crack que mata, mas sim a falta de amor e de oportunidades”, sintetiza o padre.
Há cerca de um ano, ele incorporou a sua rotina uma visita semanal — às quartas-feiras — aos dependentes químicos que habitam as margens da Avenida Brasil. “Nunca, em 35 anos de luta ao lado dos excluídos, vi uma degradação deste tamanho”, emociona-se, ao falar do que encontra.
Diante do questionamento de atuar fora da área de abrangência da Diocese de Nova Iguaçu, à qual pertence, o padre responde de bate-pronto: “Não faço esta seleção. Os dependentes do crack são os leprosos de hoje. Ninguém os visita, são caçados por todos”, diz ele.





Padre Renato assume discurso pacifista e diz que não quer atrito com a Prefeitura do Rio ou com o o governo do estado, mas critica o descaso com que o assunto é tratado. “Não adianta colocar a polícia e persegui-los. A Prefeitura os tirou das calçadas da Avenida Brasil porque a imagem deles chocava as pessoas. O problema não acabou. Só esconderam a sujeira para baixo do tapete. É só ir lá”.
Acompanhado de equipe de voluntários, que inclui médico, técnicos de enfermagem e psicólogos, o padre acolhe um a um. “Eles querem ser abraçados, não têm família. Neles, eu vejo Deus”, diz.
Padre Renato Chiera lamenta que haja poucas instituições capacitadas a receber os dependentes do crack. “É também necessário criarmos uma rede de amparo, que depois do tratamento ele possa ter uma profissão, uma família”, explica.

Há uma semana, o assunto passou a ser tema de discussão da Rede Legado Social, grupo de entidades católicas que se reúne na Cúria Metropolitana do Rio e busca parcerias para enfrentar o problema. A Casa do Menor São Miguel Arcanjo, que possui um sítio para tratamento de menores dependentes químicos, também participa.

Dilma se compromete a receber líderes de protestos pelo Brasil

Presidenta propôs Plano Nacional de Mobilidade Urbana,100% dos royalties do petróleo para a educação e contratação de médicos estrangeiros

Dilma falou do direito que os manifestantes têm de ‘defender com paixão suas ideias’, mas alertou: “O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado”. E ressaltou: “Todas as instituições e os órgãos da Segurança Pública têm o dever de coibir, dentro dos limites da lei, toda forma de violência e vandalismo. Asseguro a vocês: vamos manter a ordem.”
A presidenta admitiu que os protestos exigem ‘serviços públicos de mais qualidade’ e, ao prometer a reforma política, mandou recado a quem rejeita a participação de partidos nas manifestações: “É equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular.” 
Pouco antes de encerrar, fez outro mea-culpa: “Precisamos muito de formas mais eficazes de combate à corrupção.” Mas preferiu apelar à emoção ao falar da Copa de 2014. Depois de dizer que o dinheiro do governo gasto com as arenas é ‘fruto de financiamento que será pago pelas empresas e os governos que estão explorando estes estádios’, apelou: “O Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte. Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles.” E insistiu: “Não vou transigir com a violência e a arruaça.”
No Twitter, a repercussão já é grande. Enquanto um apoiam Dilma com #tamojuntodilma, outros discoram do pronunciamento da presidenta e twittaram #calabocadilma. 
MEDIDAS ANUNCIADAS
PACTO NACIONAL
“Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos”. 
MOBILIDADE URBANA
“O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo.”
EDUCAÇÃO
“Segundo: a destinação de cem por cento dos recursos do petróleo para a Educação”. Sobre isso, a presidenta dividiu a fatura com o Congresso: “Confio que o Congresso Nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação.”
SAÚDE
Terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS. 
DIÁLOGO 
“Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências; de sua energia e criatividade; de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente.
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff falou, finalmente, em cadeia nacional de rádio e TV de dez minutos sobre a onda de protestos que se alastrou pelo país nos últimos dias. Aparentando serenidade, Dilma fez questão de dizer que tem a ‘obrigação de ouvir a voz das ruas’ e ‘dialogar com todos os segmentos’, mas chamou de ‘arruaceiros’ quem fez baderna. Também anunciou medidas objetivas que vai tomar a partir das manifestações e lembrou outras duas que já estavam em andamento.
REFERÊNCIA AO PASSADO
A presidenta fez uma referência a seu próprio passado: “A minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros.” E lembrou: “O Brasil lutou muito para se tornar um país democrático. Não foi fácil chegar onde chegamos.”


Polêmica nas redes sociais após protesto

Internautas usam Facebook e Twitter para avaliar manifestação pacífica e confrontos da noite de quinta-feira no Rio. Elogios e críticas dividem as opiniões


O DIA
Rio - Os jovens que se mobilizaram pelo Facebook e foram para as ruas numa onda de protestos no país não acreditam na Justiça e desconfiam dos parlamentares.É o que mostra pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Data Popular feita com 1.502 pessoas em cem cidades brasileiras em maio deste ano.
Dados revelam que a maioria dos novos jovens brasileiros são solteiros (78%), universitários e trabalhadores que têm o Ensino Médio. Casados são apenas 20% dos que estão mais em evidência na atuação política brasileira.
Com 42,1 milhões de eleitores, que representam 33% do total, os brasileiros com idades entre 18 e 30 anos confiam mais em si mesmos do que no Estado para garantir futuro melhor. Segundo a pesquisa, os jovens atribuíram notas para os serviços públicos prestados à população.
Educação recebeu 5,24, o transporte, 4,38, a saúde 4,05 e a segurança, 3,94. Mais da metade dos jovens (63%) utilizou o transporte público pelo menos uma vez no último mês.
Embora se sintam responsáveis pelo próprio destino, eles acreditam no poder do seu voto como ferramenta para mudar o país, diz a pesquisa.
Ponto de vista de famosos no Twitter 
Famosos também usaram as redes socias para opinar sobre os acontecimentos recentes. O apresentador Marcelo Tas escolheu o Twitter para apoiar greve contra a PEC 37. O ator Bruno Gagliasso publicou no Twitter a explicação para a militância: “Como eu poderia não estar lá?!”, pondera.
A cantora Luiza Possi criticou a violência. “O tal ‘vandalismo’ não vem só de baderneiros. Vem também de pessoas que acreditam nesse tipo de atitude como manifestação. Isso nos desune”, disse.




Tráfico no meio da multidão

Para a Secretaria de Segurança, bandidos saíram de favelas para roubos e depredações.
O DIA
Rio - A ação de baderneiros no Centro quinta-feira pode não ter sido apenas um ato de vandalismo. A polícia afirma ter certeza de que traficantes de diversas favelas do Grande Rio — inclusive dos complexos do Alemão e da Maré — se infiltraram na multidão usando máscaras e camisas na cabeça, armados com paus e pedras.
O objetivo: cometer crimes sem serem reconhecidos. A cúpula da Segurança Pública tenta identificá-los através de câmeras de segurança.
Segundo o Setor de Inteligência da Secretaria de Segurança, na tentativa de depredar a prefeitura, havia muitos bandidos do Morro do São Carlos, no Estácio, que fica logo atrás da sede do Executivo municipal. Alguns deles estariam armados com paus e pés de cabra.
Agentes garantem que três ônibus saíram da Favela da Grota, no Alemão, e Nova Holanda, na Maré, em direção ao protesto. No entanto, policiais são unânimes ao dizer que não havia ordem deliberada de uma facção.
“Muitos não têm mandado de prisão e, com o enfraquecimento do tráfico em alguns locais, passaram a roubar. Eles aproveitam a oportunidade dessas manifestações para cometer crimes”, disse um agente.
Boatos assustam
Além dos crimes, a boataria sobre protestos e quebra-quebras nas redes sociais ontem colocou cariocas em pânico. Ninguém sabe ainda a origem das falsas notícias, mas, assim como criminosos fazem em favelas, muitas lojas, escolas e empresas fecharam as portas antes do fim do expediente, temendo represálias.
Para tentar tranquilizar a população, a PM passou o dia desta sexta-feira esclarecendo na página da corporação no Twitter o que era verdade ou boato sobre as informações que circulavam.
No bairro da Prata, em Nova Iguaçu, a escola particular Santo Antonio da Prata fechou mais cedo: “Funcionários e alunos foram liberados porque a direção da escola estava com medo”, disse uma professora, que pediu anonimato.
Governador diz que PM evitou danos maiores às pessoas
O governador Sérgio Cabral disse ontem que ‘uma minoria de vândalos’ tem prejudicado o debate e que a polícia foi obrigada a reagir em ‘momentos de radicalismos’. “Ela agiu evitando danos mais graves às pessoas. As imagens falam por si”, declarou ele, que não descarta a possibilidade de rever procedimentos para evitar excessos nas ações.
“Não estou protegendo a polícia, mas também não vou proteger os vândalos. Em uma situação dessas, de excessos, não há vitoriosos”. 
Cabral também afirmou que as ‘pessoas que agiram com vandalismo’ estão sendo investigadas.
Já o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou que não descarta a atuação do Exército para conter a ação de uma minoria que depreda a cidade.
A chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, informou que houve oito prisões em flagrante — cinco maiores e três menores — na quinta e que dois homens já foram identificados em atos de vandalismo.
Flagrantes de abusos na internet
Vídeos postados na internet denunciam a truculência de policiais contra quem não participava de atos de violência. Um dos casos, por exemplo, mostra grupo que esperava pela abertura do metrô da Carioca quando foi afugentado pelo Batalhão de Choque com bombas de gás lacrimogêneo.
Na Lapa, reduto da boemia carioca, PMs deixaram as ruas vazias enquanto passavam, enfileirados, jogando os artefatos.

Para Ignacio Cano, coordenador do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, a polícia precisa isolar os violentos e proteger os manifestantes, e não agir em várias direções no tumulto. “Não deve ter omissão nem excesso, mas, na dúvida, é melhor conter a ação”.

Movimento inédito na história intriga estudiosos

Protesto apartidário, sem líder único, via internet e com pauta aberta tem futuro imprevisível

“É o primeiro movimento em que a população está politizada, e não permite ser conduzida por por partidos e autoridades. Não adianta diminuir o valor da passagem. O povo quer ser ouvido. Quem disse que não tem liderança? Cada grupo que forma aquela multidão tem sua liderança: é o pessoal a favor do aborto, contra, que quer casamento gay, que não quer....É uma multiplicidade de lideranças. O recado é claro: queremos participar, ser respeitados e ouvidos. E o foco é o poder público”, explicou o sociólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj), Paulo Baia.

Sem novo partido

Para o sociólogo Orlando Júnior, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano Regional (Ippur), da Ufrj, não deve emergir desses atos um novo partido, mas pode surgir um novo paradigma de mobilização, que é fundado em redes e alguma forma de articulação que vem da multiplicidade de demandas.

Rio - Desenhar o cenário de qual será o rumo do movimento que arrasta multidões de norte a sul do Brasil é uma tarefa que sociólogos, por enquanto, preferem não arriscar. O modelo de mobilização — apartidário, conectado à internet e com pauta de demandas aberta — é novo e intriga, positivamente, quem vem estudando o comportamento da sociedade brasileira.
Teóricos ouvidos pelo DIA concordam em outro ponto: não há como encaixar o que acontece atualmente com eventos passados da história como 64, Diretas Já, os caras-pintadas e outras manifestações que surgiram no mundo.





“Criar um partido seria repetir um antigo modelo. O movimento tem uma agenda que não se fecha. Está aberta e em construção. O que está acontecendo é um alerta, um grito, para que se amplie o espaço de participação popular e se fortaleça a democracia”, afirmou o estudioso.
De acordo com o juiz e cientista político João Batista Damasceno, a tendência é que a mobilização se esvazie em breve. Ele também não acredita que vá surgir uma nova legenda política a partir dos atos. “Existe um clima de insatisfação geral, que vem se acumulando. Mas o movimento está muito desorganizado”, opina.
Democracia participativa na Internet
A democracia participativa, que parece ser reivindicação quase unânime no furacão plural de pedidos dos manifestantes, tem um novo formato na internet. Não só as convocações para as marchas ganham velocidade com a ferramenta virtual.

É lá que o cidadão se sente incluído no movimento. Nos fóruns virtuais sobre os protestos, os jovens participam de votações para escolher o trajeto das passeatas e as novas demandas comuns. “No mundo virtual, a hierarquização é mais horizontal. Por isso, parece realmente ser mais participativo e inclusivo”, afirmou o sociólogo e professor da UFRJ Paulo Baía.
Não é de hoje que as novas tecnologias de informação vêm motivando teses sobre os atuais movimentos na sociedade. O sociólogo espanhol Manuel Castells já defendeu que as relações humanas, cada vez mais, vão acontecer no ambiente de multimídia. É a Era da Informação, que permite reproduzir em vários países protestos que acontecem aqui.
Grupos partidários são hostilizados
Se nas passeatas ocorridas até quarta-feira era possível ouvir o coro dos ‘sem partidos’, na marcha de ontem grupos partidários e sindicâncias firmaram presença caracterizados. Alguns militantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), PCdoB e PSTU foram hostilizados.
Na altura da prefeitura, na Cidade Nova, rapaz que carregava bandeira do PSTU foi agredido. Na Candelária, 10 militantes que vestiam camisas da CUT tiveram suas bandeiras quebradas. Logo depois, manifestantes vaiaram representantes da União da Juventude Socialista e do PCdoB.

Para evitar polêmica e confrontos, o presidente regional do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio, Jorge Florêncio, preferiu não aderir ao ato ‘Onda Vermelha’, criado em São Paulo pelo presidente nacional Rui Falcão.
O manifesto pedia que filiados fossem às ruas de vermelho e com bandeiras do partido. “A orientação é não levar bandeiras e ir vestido normalmente”, disse Florêncio. O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) disse que a participação partidária é legítima, mas não defende comando político nas manifestações.
“Os partidos não têm o direito de comandar a manifestação, mas de participar, sim”. Integrante do Movimento Passe Livre (MPL), o professor de História Gabriel Siqueira disse que ‘o movimento é apartidário, e não antipartidário. “Respeitamos todas as causas”.
Psicanalista define: é catarse coletiva
O conceito é usado pela Psicanálise, mas pode explicar em parte o que vem ocorrendo nas ruas do país. A catarse coletiva — termo usado por Sigmund Freud — está na pauta dos estudiosos que buscam entender o comportamento da multidão com cartazes e faixas que tem parado as cidades quase que diariamente.
E, neste sentido, o governante é visto como algoz, que, ao ser confrontando pela massa, provoca uma sensação coletiva de libertação psíquica.
“É como se eles (as pessoas que estão no protesto) expelissem um sentimento que estava oprimido. No inconsciente coletivo, esses governantes representam uma figura de autoridade que eles querem desafiar”, afirmou a psicanalista Roberta Bueno, que é da Escola Lacaniana de Psicanálise (RJ).
É resgatando Freud novamente e sua “psicologia das massas” que pode-se encontrar mais reflexões sobre o fenômeno brasileiro “vem para as ruas”. Trata-se de uma aglomeração formada por indivíduos com históricos e demandas diferentes, mas que alimentam uma espécie de alma coletiva de revolta.
“As pessoas estão indo para as ruas cada uma com uma questão pessoal, mas que têm o governo como foco central. As massas vão se formando como se alinhadas a um mesmo sentimento”, explicou a psicanalista.
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