'O TSE fica o tempo todo
aceitando qualquer ação de partidos, em especial do PT, para tentar atrapalhar
a minha campanha', acusou o presidente
A seis dias do primeiro turno, o
presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de
perseguição, criticou as pesquisas de intenção de voto, que mostram o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como favorito na disputa pelo Palácio
do Planalto, e se negou a dizer se vai aceitar uma eventual derrota nas
eleições. "Vou esperar o resultado", declarou o candidato à
reeleição, em entrevista ao Jornal da Record.
"Eu não mando no Tribunal
Superior Eleitoral. Eu argumento, mas não tem como convencê-los. Por exemplo,
estou proibido de fazer live dentro da minha casa oficial, tenho que ir para a
casa de alguém. Perseguição política. Não posso usar as imagens do 7 de
setembro no horário eleitoral gratuito nosso. Por quê?", afirmou Bolsonaro.
Neste domingo, 25, o presidente
escondeu o local onde realizou uma transmissão ao vivo nas redes sociais, após
a corte eleitoral o ter proibido de fazer lives em instalações públicas, como o
Palácio da Alvorada. "O TSE fica o tempo todo aceitando qualquer ação de
partidos, em especial do PT, para tentar atrapalhar a minha campanha",
acusou o chefe do Executivo, na entrevista.
olsonaro também se negou a dizer
se vai reconhecer o resultado da eleição em caso de derrota e voltou a colocar
em dúvida a confiabilidade das urnas eletrônicas, sem apresentar provas ou
indícios de irregularidades. "Eleições limpas, sem problema nenhum",
afirmou, sobre aceitar a decisão dos eleitores. "Eu não acredito em
pesquisas, não acredito no Datafolha. Eu ando pelo Brasil todo, sou bem
recebido em qualquer lugar", emendou.
Pesquisa Ipec divulgada nesta
segunda-feira, 26, mostrou Lula com 48% das intenções de voto, um ponto
porcentual a mais do que no levantamento anterior, e Bolsonaro estável em 31%.
Nos votos válidos, o petista marcou 52%, com chance de vitória no primeiro
turno.
Para tentar descredibilizar o
TSE, Bolsonaro criticou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os
associou a seu principal adversário na eleição. "Os mesmos juízes que
tiraram Lula da cadeia e o tornaram elegível são exatamente os mesmos que
conduzem o processo eleitoral brasileiro e que tudo dificultam", afirmou.
No ano passado, o STF anulou as condenações de Lula na Lava Jato por entender
que 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR) não tinha competência para
julgar os casos que envolviam o ex-presidente.
Bolsonaro disse ainda que o TSE
tem "má vontade" com as Forças Armadas, apesar de a Corte ter acatado
algumas sugestões dos militares para o processo eleitoral, e afirmou que só
haveria chance "zerada" de fraude se o País implementasse o voto
impresso, que foi rejeitado pelo Congresso no ano passado.
"Eles convidaram as Forças
Armadas, que apresentaram várias sugestões. Foi uma briga para aceitar uma ou
outra sugestão. Uma má vontade enorme do TSE para com as Forças Armadas, para
nós buscarmos diminuir a possibilidade de fraude", declarou o candidato à
reeleição.
O DIA
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