A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) vai convocar
48 aprovados no último concurso público realizado pela instituição, em 2019, e
planeja realizar nova seleção, em 2022, para preencher 700 vagas. A informação
foi dada pelo presidente da instituição, João Carrilho, em audiência pública
realizada pelas comissões de Educação e de Ciência e Tecnologia, da Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta sexta-feira (29/10). No
encontro virtual, foi apresentado o relatório anual com os indicadores educacionais
da rede.
De acordo com Carrilho, foram nomeados 209 professores
do concurso de 2019. Os outros 48 já estão previstos no Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual (MPRJ). O presidente da
Faetec também informou que o concurso de 2022 já está previsto no novo Regime
de Recuperação Fiscal (RRF). Ele elencou as mudanças realizadas na instituição
desde que assumiu a gestão, em dezembro de 2020.
“Estamos realizando licitação para todos os serviços,
rompendo modelos de contratos emergenciais, estabelecidos há muitos anos. Hoje
temos nove empresas terceirizadas contratadas. Utilizamos com frequência o
pregão eletrônico”, afirmou.
Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, o
deputado Waldeck Carneiro (PT) questionou a possibilidade de retorno ao ensino
totalmente presencial. “Acho temerária a volta às aulas presenciais sem a opção
remota aos alunos, e não apenas pelas comorbidades. A pandemia modificou os
arranjos familiares, muitos alunos que moravam próximos à escola tiveram que se
mudar para outro local. Não podemos fazer esse retorno sem garantir
alternativas e assegurar oportunidades de manutenção do processo de
escolarização de quem não pode retornar à dinâmica educacional", destacou.
Presidente da Comissão de Educação, o deputado Flavio
Serafini (PSol) também criticou a falta de planejamento para a volta às aulas.
“O ensino remoto foi uma questão de sobrevivência. O governo do estado fez um
processo de retorno sem nenhuma transição. Muitas famílias estão desempregadas,
há diferentes arranjos de vida, que não comportam uma volta repentina”,
alertou.
Pagamentos feitos em cheque
A diretora da Escola Técnica Helber Vignoli Muniz/Faetec, em
Saquarema, Cecília Ribeiro, relatou a burocracia na instituição, que ainda
realiza pagamentos por meio de cheques. "Utilizar um cartão corporativo
facilitaria a prestação de contas em meios digitais. É uma demanda dos
gestores, que já foi passada diversas vezes", afirmou.
Laboratórios defasados
Representando os alunos da Faetec, Rafael Lacerda fez
críticas à estrutura da fundação, e relatou problemas ocorridos pela pandemia.
“Nossos laboratórios estão ultrapassados, os programas de informática são muito
antigos. Além disso, os principais convênios de estágio eram de micro e
pequenas empresas, as mais afetadas com a crise provocada pela pandemia. Grande
parte dos alunos não conseguiu encontrar estágio”, contou.
ALERJ
O presidente da Faetec concordou com a constatação de
defasagem dos laboratórios, e declarou que já estão sendo realizadas licitações
para a modernização dos de mecânica, com um investimento previsto de R$ 2,29
milhões.
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