Senadores da CPI da Covid entregaram nesta quarta-feira uma
cópia do relatório final do colegiado ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), durante sessão do plenário da Casa. Pacheco não se manifestou sobre o
conteúdo do parecer, que, além de pedidos de indiciamento, possui sugestões de
projetos de lei para tramitar no Congresso.
Antes da entrega do relatório, o presidente da Comissão
Parlamentar de Inquérito, Omar Aziz (PSD-AM), cobrou o procurador-geral da
República, Augusto Aras, a se manifestar sobre as acusações inseridas no
relatório, que envolvem o presidente da República, Jair Bolsonaro, e ministros
de Estado.
— Esperamos, como eu disse ao Dr. Aras, que ele tenha
compromisso com a nação: 600 mil vidas não podem ser engavetadas. Qualquer que
seja o argumento, nós estaremos discutindo publicamente. Os documentos
sigilosos são comprometedores e serão disponibilizados para que possam
continuar a investigação. Não queremos vingança, volto a repetir, queremos
justiça.
Mais cedo, os parlamentares entregaram o material
pessoalmente à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal
(STF). Nos próximos dias, eles devem fazer o mesmo em outras instâncias, como a
Procuradoria-Geral do Distrito Federal, de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Além disso, senadores têm intenção de compartilhar o
material com cortes internacionais, entre elas o Tribunal Penal Internacional
(TPI). Essa etapa deve demorar mais, pois depende de uma tradução juramentada
do relatório final, o que o Senado tem até um mês para concluir.
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP),
disse que já pediu audiência com representantes de tribunais e outras
instituições fora do país, mas ainda não obteve resposta. Ele quer se reunir,
por exemplo, com a alta-comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle
Bachelet.
Jornal Extra
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