Presidente disse ser a favor da entrega da estatal à
iniciativa privada, mas questionou o desempenho financeiro da empresa
Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira
(28), o presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) defendeu a ideia de que a Petrobras seja
privatizada e passe a investir mais recursos em iniciativas sociais. No
entanto, queixou-se de que a estatal tem registrado um lucro muito alto nos
últimos meses e disse que a empresa poderia registrar uma "arrecadação
menor".
“Queremos que a Petrobras não seja deficitária, obviamente,
e dê mais atenção em gás, não apenas em outras áreas. A gente quer uma
Petrobras voltada para isso, mas carecemos de mudanças de legislação. Ninguém
vai quebrar contrato nem inventar nada, mas tem que ser uma empresa que não dê
um lucro muito alto como tem dado. Porque, além de lucro alto para os
acionistas, a Petrobras está pagando dívidas bilionárias”, comentou o
presidente.
A
Petrobras teve lucro líquido de R$ 42,855 bilhões no segundo trimestre deste
ano, ante perda de R$ 2,7 bilhões no mesmo período de 2020. No primeiro
trimestre de 2021, o lucro líquido havia sido de R$ 1,167 bilhão. Ainda nesta
semana, a estatal deve divulgar os dados referentes ao desempenho no terceiro
trimestre.
De acordo com Bolsonaro, a privatização da Petrobras seria
importante para quebrar o monopólio de exploração de petróleo que existe
atualmente no país. “Falei para o [ministro da Economia, Paulo] Guedes botar a
Petrobras no radar de uma possível privatização, porque, se é uma empresa que
exerce monopólio, ela tem que ter seu viés social. No bom sentido, ninguém quer
dinheiro da Petrobras para nada”, opinou.
Durante a transmissão, o presidente ainda reclamou da
política adotada pela Petrobras para definir o preço dos combustíveis. A
chamada política de paridade internacional (PPI) faz com que o valor dos
combustíveis nas refinarias acompanhe as cotações do barril do petróleo no
mercado internacional e a variação do dólar.
“Eu não aumento [o preço dos combustíveis]. A Petrobras é
obrigada a aumentar o preço, porque ela tem que seguir a legislação. Nós
estamos tentando buscar uma maneira de mudar a lei nesse sentido, porque não é
justo. Você vive em um país que paga tudo em real, é praticamente
autossuficiente em petróleo, e tem o preço do seu combustível atrelado ao
dólar. Realmente, ninguém entende isso”, ponderou.
R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário