O estado do Rio ultrapassou nesta segunda-feira a triste
marca de um milhão de pessoas infectadas pela Covid-19. De acordo com os dados
divulgados nesta segunda-feira pela secretaria estadual de Saúde, desde o
início da pandemia, 1.000.496 pessoas foram diagnosticadas com a doença e foram
57.585 mortos.
Foram confirmados mais sete óbitos e 590 casos da Covid-19
em todo o território fluminense nesta segunda-feira. A média móvel passa a ser
de 2.555 casos e 105 mortes por dia. Em relação a duas semanas atrás, houve uma
redução de 14% no número de óbitos, o que indica uma tendência de estabilidade
na intensidade do contágio por estar acima da marca mínima estipulada de 15%.
Segundo dados compilados até este domingo pelo pesquisador
Wesley Cota, da Universidade Federal de Viçosa, o Rio é o sétimo estado a ter
mais de um milhão de pessoas confirmadas com o corona vírus. A posição,
entretanto, não indica baixa contaminação, mas reflete o baixo número de
pessoas testadas para a doença no estado. Além disso, o estado é o segundo com
mais óbitos pelo corona vírus, o que leva o Rio a estar à frente do terrível
ranking de letalidade pela doença no país com 5,76%, antes de São Paulo (3,42%)
Amazonas (3,37%) e Pernambuco (3,1%).
Outro dado que mostra a baixa testagem da Covid-19 no estado
é o de casos e mortes confirmados por 100 mil habitantes. Enquanto o Rio é o
terceiro no ranking do número de mortes com 333,5 óbitos a cada 100 mil
pessoas, o estado está em inverso em número de casos, ocupando apenas a
penúltima posição à frente apenas do Maranhão.
Vacinação avança
Dados do consórcio de imprensa apontam que o Rio aplicou até
este domingo quase 7 milhões de primeiras doses da vacina contra a Covid-19. Os
números representam mais de 40% da população fluminense vacinada com ao menos
uma dose. No ranking de pessoas que já completaram o ciclo de imunização, o Rio
figura em quinto lugar, com 15,9% das população imunizada.
Preocupação com quarta onda de casos
A velocidade do crescimento no número de casos da variante Delta do corona
vírus no Rio saltou aos
olhos de Ana Tereza Vasconcelos, responsável pela maioria das análises de seqüenciamento
genético do SARS-CoV-2 no estado. Pesquisadora do Laboratório Nacional de
Computação Científica (LNCC), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
(MCTI), ela realiza levantamentos genômicos quinzenais a partir de amostras
recolhidas aleatoriamente pela Secretaria estadual de Saúde (SES). Foi ela quem
deu à pasta o alerta de que a cepa indiana tinha provocado, segundo a análise
mais recente, outras 63 infecções, elevando o total de casos da variante no
estado para 74. Os 11 casos restantes foram identificados por outros
institutos.
— O que me chamou a atenção foi que os casos pularam de dois
para 63 em duas semanas, numa amostra aleatória. Provavelmente teremos de
esperar, acompanhar e tomar todas as precauções, porque a Delta realmente
parece ser bem mais transmissível do que as outras — afirma Ana Tereza.
Por isso, a pesquisadora diz que o Rio pode estar às
vésperas de uma quarta onda da Covid-19. Ela ressalta, contudo, que uma maior
infecciosidade não necessariamente significa um maior potencial de evolução
para casos graves:
— A tendência é termos um aumento grande do número de casos.
Mas, por outro lado, essa variante, nos outros países, não aumentou tanto o
número de internações. Os estudos ainda são muito preliminares. Na Inglaterra,
ela chegou e aumentou bastante o número de casos. Mas a Inglaterra já estava
com uma grande proporção da população vacinada, e o número de hospitalizações
foi menor. São vários os fatores que a gente deve levar em conta.
Segundo a cientista, o Rio lidera o ranking de estados com
mais casos confirmados da variante Delta. A marca pode ter a influência do
número de análises genômicas realizadas em cada unidade da federação. O
secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, disse, no início deste mês,
que o Rio é o estado que realiza o maior número mensal de seqüenciamentos
genéticos, cerca de 800. Desse total, a grande maioria é assinada por
Vasconcelos e sua equipe, num estudo chamado Corona-Ômica.
Jornal Extra
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