A área desmatada equivale a quase três vezes a
área de Fortaleza
No acumulado dos últimos 11 meses, foram 8.381 quilômetros quadrados. O governo
Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas no Brasil e no exterior por causa da
alta do desmate e dos incêndios na floresta.
O acumulado dos últimos 11 meses representa um crescimento de 51% no
desmatamento da Amazônia, quando comparado com os dados entre agosto de 2019 e
junho do ano passado (5.553 quilômetros quadrados). “As áreas desmatadas em
março, abril e maio foram as maiores dos últimos 10 anos para cada mês. E, se
analisarmos apenas o acumulado em 2021, o desmatamento também é o pior da
última década”, comenta Antônio Fonseca, pesquisador do Imazom, em nota
oficial.
O monitoramento do instituto é feito por meio de imagens coletadas por satélite
e radar, e aponta para a predominância de desmatamento no Pará e no Amazonas,
os dois Estados que lideram o ranking de junho deste ano, responsáveis por 69%
(568 quilômetros quadrados) de toda a área devastada ao longo do último mês.
O boletim da Imazom ainda destaca que a situação crítica no Pará “não é nenhuma
novidade” e aponta que mais da metade do desmatamento no Estado está
concentrada em quatro municípios: Altamira, São Félix do Xingu, Novo Progresso
e Itaituba. “Uma parcela do desmatamento que ocorre nesses municípios está
situada em áreas sem destinação de uso, o que caracteriza o processo de
ocupação da terra através de ações de grilagem para regularização futura”,
aponta Fonseca.
O instituto também destaca o agravamento da situação no sul do Amazonas, onde o
desmatamento da floresta tem crescido paralelamente ao de áreas protegidas,
unidades de conservação e terras indígenas. No Estado, os municípios de Lábrea,
Apuí, Boca do Acre e Novo Aripuanã são responsáveis por 143 quilômetros
quadrados do total destruído em junho.
Procurado pela reportagem, o Ministério do Meio Ambiente não
se pronunciou sobre o aumento do desmatamento na Amazônia.
Fonte: Estadão
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