Policiais Federais e agentes da Controladoria Geral da União
(CGU) deflagraram, dia 01 de setembro de 2022 (hoje), a operação Anáfora, que
investiga um possível favorecimento na contratação de cooperativa de trabalho
pelo município de Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense. O valores dos
contratos e aditivos nos serviços prestados podem chegar a meio bilhão de reais,
durante mais de dois anos.
A ação, que contou com cerca de
130 agentes, visa cumprir 27 mandados de busca e apreensão
nos municípios de Duque de Caxias (03), Maricá (01), Angra dos Reis (02),
Mesquita (01), Niterói (01), Nova Iguaçu (01) e na capital carioca (18).
Os alvos seriam pessoas físicas e jurídicas que ocupam diferentes
funções na hierarquia da organização criminosa, incluindo empresários,
operadores financeiros e prováveis líderes do esquema criminoso. De acordo com
a corporação, a cooperativa "pertence à estruturada e complexa organização
criminosa que vem operando no Estado do Rio de Janeiro em um contexto de
corrupção sistêmica, por meio de desvio de recursos públicos, em especial na
área da saúde, há décadas."
O nome, Anáfora, é referência a uma figura de linguagem, utilizada por
escritores, em que uma ou mais palavras são repetidas no início de versos,
orações ou períodos para aumentar a expressividade da mensagem, enfatizando o
sentido de termos repetidos consecutivamente.
Assim como na poesia, a investigação identificou, como característica da
organização criminosa, a repetição do seu modo de atuar, tanto pelo emprego do
mesmo modus operandi, quanto pela constituição de empresas administradas por
"laranjas', assim como na relação com o poder público.
A Polícia Federal afirmou, ainda, que "através de uma densa confusão
patrimonial e administrativa existente entre as pessoas jurídicas pertencentes
ao grupo, as práticas delitivas se repetiam, de maneira recorrente, assim como
uma 'Anáfora'".
Até o momento, não há identificação dos alvos da operação.
O DIA
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