Jornalista e advogado foi vereador de Porto Alegre;
participou da Campanha pela Legalidade e lutou pela reforma agrária
Morreu, nesta quarta-feira (8), o jornalista e advogado
Índio Brum Vargas, aos 94 anos. Natural de São Sepé (RS), Índio também foi
vereador em Porto Alegre. Formado em Jornalismo pela UFRGS, entrou para a
política muito jovem. Militou pelo PTB, participando da Campanha da Legalidade,
em 1960, e trabalhou pela reforma agrária no governo João Goulart. Com o golpe
de 1964, integrou a resistência.
Ele foi eleito vereador em Porto Alegre em 1969 pelo MDB com
mais de 7 mil votos. No entanto fez apenas dois discursos, o segundo foi um
aparte que gerou sua cassação. Ele elogiou, no aparte, a rejeição pela Câmara
Municipal ao título de Cidadão Emérito ao então presidente, o general Artur da
Costa e Silva.
Foi preso, torturado e condenado pela ditadura. Os anos que
passou na Ilha do Presídio, na capital gaúcha, os choques elétricos que sofreu
e a tentativa de fuga são contados em seu livro “Guerra é guerra, dizia o
torturador”. Signatário da Carta de Lisboa, que garantiu a volta de
Leonel Brizola do exílio, Índio Vargas militou até o fim da vida no PDT.
Além de repórter que escreveu sobre o movimento da
legalidade em 1961, ele integrou-se à resistência democrática. Este episódio
foi um marco em sua vida, pois foi ali que decidiu fazer parte de um partido
político. Depois de 1964, fez parte de um grupo de guerrilha. Participou
da “expropriação” de um banco.
O velório de Índio Vargas será realizado nesta quinta-feira
(9), das 8h às 11h, no Cemitério João 23, capela 5, em Porto Alegre.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul/BRASIL DE FATO
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