Valdemar da Costa Neto fez o pronunciamento na sede do Partido Liberal, em Brasília
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa
Neto, convocou a imprensa para um pronunciamento. A fala do liberalista foi
concedida na sede do partido, em Brasília. O comunicado se deu por meio das
redes sociais.
De acordo com a publicação, o discurso aconteceu por volta das 16 h. Havia
muita especulação sobre qual seria o discurso de Valdemar, uma vez que o PL iria
pedir a anulação das eleições.
Valdemar da Costa Neto começou seu pronunciamento desejando
boa tarde a todos e dizendo que ao seu lado estava o engenheiro Carlos Costa e
o jurista Marcelo Bessa, advogados, ambos contratados pelo PL. “Muitos de vocês
devem estar se perguntando por que eu resolvi pedir um relatório sobre o
processo eleitoral. Eu queria responder
a essa indagação lembrando que foi o próprio Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) que nos deu essa incumbência, abrindo a possibilidade de que o PL e outros partidos pudessem ter acesso ao
sistema da Justiça Eleitoral e as instalações do TSE. Quero dizer que nós estamos aqui com uma única intenção:
Contribuir para o fortalecimento da democracia
do nosso Pais. Nós temos a certeza que estamos fortalecendo a democracia
e assim, fortalecendo o brasil. Quero dizer com toda humildade que nós do PL não somos especialistas em
segurança de dados, por isso fomos atrás de técnicos que fizessem esse trabalho
para garantir a transparência do processo eleitoral. Até porque eu, Valdemar,
fui eleito com urna eletrônica, as
bancadas do PL também e então é natural que se peça um trabalho de fiscalização
para que não fique nenhuma dúvida em relação ao nosso sistema eleitoral. Dessa forma,
contratamos técnicos e especialistas em segurança de dados para poder discutir
tecnicamente com os funcionários do TSE, o que é salutar e saudável para a
democracia”.
“O engenheiro Carlos Rocha, que liderou o estudo técnico comentou alguns pontos
que merecem ser observados, o presidente do PL disse ter ficado surpreso,
frisando que o relatório não expressa a opinião do PL, mas é o resultado de estudos liderados
por especialistas graduados em uma das universidades mais respeitadas do
mundo e que no nosso entendimento, deve ser analisado pelos especialistas do
TSE, de forma que seja segurada e resguardada a integridade do processo
eleitoral com o único intuito: Fortalecer a democracia para fortalecer o Brasil”
O engenheiro Carlos Rocha explicou que quem audita procura sempre colaborar com as
organizações auditadas e no caso aqui, o propósito é contribuir com o
aperfeiçoamento do sistema e ampliar a confiança, seja dos eleitores, seja dos
candidatos em todo o processo eleitoral, então esse é o objetivo
Seguindo orientação do TSE, analisamos os arquivos ‘log de urna’ que é esse elemento de
auditoria, que pela primeira vez foi divulgado com os boletins de urna – São
mais de 472 mil urnas. Ao montarmos a tabela, surgiu uma ocorrência que nos
chamou a atenção, em alguns bilhões de linhas aparecem apenas um número, que é
um número inválido, que está fora da faixa de numeração – Os códigos de
identificação da urna, que são os números de série vão até um valor de dois
milhões e pouco e esse número que aparece lá é de 67 milhões e uns quebrados.
Ora, buscamos diversas formas de
encontrar mais informações, mas infelizmente ficou constatado nesse trabalho da
equipe técnica, que há dois comportamentos diferentes.
O comportamento das urnas novas que são as que chegaram recentemente, pouco
menos de 193 mil urnas, mais ou menos 40,8% de todas as urnas. E nessas urnas o
arquivo é gerado da forma esperada, para cada atividade aparece o código de
identificação da urna correto, que permite identificar o registro de atividade.
Quando fomos analisar as urnas antigas, que são 279 mil
urnas, 59,2% do total de urnas. Nessas
urnas, infelizmente encontramos esse número inválido na 4ª coluna do log. Esse é
um indício muito forte de falha, mal funcionamento da urna porque é impossível associar o
registro de cada atividade e ao hardware, ao equipamento físico que teria
gerado aquela atividade. Isso evidentemente se tornou um problema porque é
muito desagradável ter esse indício de mal funcionamento pois, gera incerteza
agora nos resultados que são gerados por essas urnas. Por isso, gostaríamos de
interagir construtivamente com o TSE e avaliar com eles se existe uma previsão
na resolução que abre a fiscalização, que é para se fazer exatamente quando se
ocorre um evento extraordinário, se fazer uma verificação extraordinária após o
pleito e é isso que a gente espera fazer na sequencia dessa descoberta.
Outro tema para
finalizar é que surgiu outra ocorrência que também é importante, pois
descobriu-se que existem urnas que travaram, assim como nosso computador e
celular trava e precisamos desligar e ligar novamente. Isso aconteceu com urnas
eletrônicas, que travaram e foram desligadas no meio da votação. O mesário fez
esse desligamento na chave e foram religadas para que voltassem a funcionar. Isso
não seria um problema se não tivesse ocorrido uma violação do sigilo do ato de
votar.
O que acontece é que na hora em que a urna trava, em diversos momentos isso
aconteceu, durante a votação de um eleitor. Quando a urna trava, registra no
log uma linha de atividade com a mensagem de erro, mas que expõe os dados
pessoais de eleitores. De duas formas: Seja no nome completo do eleitor, em algumas
ocasiões, em torno de 200 ocorrências, seja expondo o número do título de
eleitor daquele eleitor que estava votando no momento em que a urna travou. Esse
ponto é muito sensível porque o sigilo da votação é um direito constitucional,
na hora que identifica uma ocorrência que viola o sigilo do ato de votar, é um
tema que traz preocupação. Então será muito importante trabalhar com os colegas
do TSE para averiguar o que poderá ter causado esse tipo de ocorrência.
O relatório técnico será divulgado e todos poderão ver de forma detalhada a
análise que foi feita.
Finalizando: Uma ocorrência é que em cada linha de registro da atividade de
funcionamento da urna em todas as urnas modelos antigos o código é inválido – É
impossível associar aquela atividade com a urna que realizou, isso e um indício
muito forte de que há um problema nos programas, que pode ter diferentes
causas.
O outro ponto é essa ocorrência da violação do sigilo do ato de votar”
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