Também ontem, foi publicada a indicação, pelo Congresso, de
R$ 6,1 bilhões em emendas do chamado orçamento secreto nas últimas duas
semanas. O valor é praticamente o dobro do que já tinha sido indicado desde o
início de maio.
Nessas duas semanas, o governo logrou uma tramitação rápida
da PEC Eleitoral e convencer a maioria dos líderes do Senado de que a CPI não deve
funcionar durante o período eleitoral . Segundo fontes que participaram das
negociações, o Executivo tentou segurar essa última leva de indicação para
depois das eleições. Deputados e senadores, porém, insistiram pelo envio das
indicações ao governo agora porque, em ano eleitoral, mesmo quando os valores
ainda não foram pagos, os empenhos (autorizações de pagamento) do governo
federal ou mesmo os pedidos do relator podem ser usados como moeda de troca por
apoio de prefeitos.
Os estrategistas da campanha definiram que julho é um mês
chave para Bolsonaro diminuir a diferença em relação ao ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto. O
núcleo político aposta no pacote de bondades que está sendo discutido no Congresso
na PEC Eleitoral.
Na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira
(PP-AL), prometeu apoio à PEC Eleitoral — proposta que permite aumentar o
Auxílio Brasil às vésperas das eleições — com a condição de que o Executivo
conseguisse honrar com as liberações de emendas, de acordo com fontes ouvidas
pelo GLOBO. Do valor total das emendas de relator, R$ 6,7 bilhões já foram
pagos.
Orientação a ministros
Na reunião ministerial, integrantes do primeiro escalão
foram orientados pelo núcleo da campanha a exaltarem os feitos do governo em
discursos, nas redes sociais, em eventos e na imprensa, mas com a preocupação
de não desrespeitar a legislação eleitoral.
No encontro, que durou cerca de quatro horas, Bolsonaro
pediu alinhamento no discurso e atenção na comunicação e afirmou que todos os
integrantes do governo precisam estar sintonizados, para evitar gerar ruídos em
um momento crucial para a estratégia da reeleição.
JORNAL EXTRA
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