Davi Alcolumbre, presidente da CCJ (Comissão de Constituição
e Justiça) do Senado, incluiu na pauta de ontem – como se o mundo estivesse
acabando e nada mais importante existisse – No dia 06 de julho, a chamada PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) das Embaixadas, que permite que deputados e
senadores ocupem cargos nas embaixadas brasileiras, sem a necessidade da perda
do mandato.
José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco
(1845-1912), deve estar se revirando no túmulo, coitado. Patrono da diplomacia
brasileira, dá nome ao histórico e prestigiado Instituto, criado em 1945 por
ocasião do centenário de seu nascimento, referência mundial na formação e
aperfeiçoamento da atividade diplomática, reconhecido mundialmente como escola
de excelência para os diplomatas.
‘A seleção para a carreira diplomática, a cargo
exclusivamente do Instituto, é uma das mais tradicionais do País, tendo-se
realizado anualmente – em alguns casos até duas vezes por ano – desde 1946. Da
primeira turma a ingressar no Instituto, naquele ano, até hoje, formaram-se
mais de dois mil diplomatas, os quais ingressaram invariavelmente por meio de
processo seletivo’, é o que informa o site do Instituto. E mais:
‘O Instituto Rio Branco é responsável, ainda, pela
realização do Curso de Aperfeiçoamento de Diplomatas e do Curso de Altos
Estudos, obrigatórios para os diplomatas que almejam a ascensão na carreira.
Desde a classe inicial de terceiro secretário até o topo da carreira
diplomática, o Instituto Rio Branco responsabiliza-se por selecionar, formar e
aperfeiçoar um corpo de servidores coeso, coerente com a tradição da política
externa brasileira’.
Bem, ao que parece, Alcolumbre não está nem um pouco
interessado ou preocupado com tudo isso. De olho em uma futura boquinha – para ele
e seus apaniguados – quer, com a PEC, permitir o loteamento político nas
representações brasileiras no exterior. Em tempo: Jair Bolsonaro, o verdugo do
Planalto, já quis emplacar o filho Eduardo, o Dudu Bananinha, na embaixada
brasileira nos EUA, afinal, tinha grande experiência em fritar hambúrgueres.
O excelente jornalista Eduardo Oinegue, da Band News,
lembrou em seu comentário que a primeira Carta, de 1824, bem como a segunda, de
1891, tiveram apenas uma emenda cada. Já a atual, de 1988, com a provável
aprovação da tal ‘PEC Kamikase’, receberá sua 123ª emenda – algo como uma a
cada cem dias. Ou seja, não é mais uma Constituição, mas uma espécie de diário
de adolescentes em férias escolares.
Oinegue foi adiante: ‘a Constituição americana tem 235 anos e
recebeu 27 emendas, o que dá uma mudança a cada oito anos e oito meses. Tudo
nesse País (Brasil) se resolve com PEC. Tem mais de mil tramitando no
Congresso’. Eis aí, meus caros. Na mosca! Nossos políticos transformaram PEC em
discussão de cabaré, e a Constituição Federal, na Casa da Mãe Joana. Isso para
não dizer… em zona!
Isto é
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