Estudo busca entender como o Aedes aegypti percebe o ser humano. Pesquisadora vê um “grande começo”
Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados
Unidos, têm estudado para reduzir os danos que o Aedes aegypti causa à
população. O Aedes é o mosquito da dengue, que também causa zika e
chickungunya. O objetivo do grupo é deixar o inseto “cego”.
Os pesquisadores usaram uma ferramenta de edição de genes
Crispr-Cas9 para tornar os seres humanos invisíveis aos olhos do Aedes aegypti.
Recentemente, foi publicado um artigo na revista científica Current Biology que
mostra dados dos estudos.
O Aedes usa sinais visuais escuros para caçar, de acordo com
a pesquisa. Os cientistas, então, eliminaram dois dos receptores sensíveis à
luz, deixando o mosquito incapaz de enxergar seus hospedeiros-alvo (os seres
humanos).
“Quanto melhor entendemos como eles percebem o ser humano,
melhor podemos controlar o mosquito de uma maneira ecologicamente correta”, afirmou
Yinpeng Zhan, pesquisador de pós-doutorado da Universidade da Califórnia e
principal autor do artigo, ao jornal The New York
Times.
O Aedes aegypti costuma caçar sob o sol, ao amanhecer e ao
anoitecer. A espécie depende de uma frota de sentidos para encontrar sangue.
“Eles também podem detectar alguns dos sinais orgânicos de nossa pele (como
calor, umidade e cheiro)”, disse Craig Montell, neurobiologista da Universidade
da Califórnia, em Santa Bárbara, e coautor do estudo. Mas se não houver um
hospedeiro adequado, o mosquito voará direto para o alvo que parece mais
próximo: uma mancha escura.
“Ninguém estudou isso antes” disse Neha Thakre, pesquisadora de pós-doutorado na Universidade da Califórnia, em San Diego. Ela não esteve envolvida nos estudos, mas vê como um “grande começo” para entender o que controla a visão do mosquito.
Jornal de Brasília
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