Para arcebispo de SP, gastos serão "injeção de sangue" na economia
Chamariz. Para Dom Odilo Scherer, a vinda do Papa deve atrair mais jovens para o catolicismo
O cardeal e arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, defendeu ontem o investimento público para a realização da 26ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e avaliou que seria "impensável" promover o maior encontro de jovens católicos do mundo sem contar com o apoio governamental. Dom Odilo ressaltou que é "compreensível" que se busque a ajuda do poder público em áreas que competem a este, como segurança e saúde, e lembrou que, além de líder religioso, o Papa Francisco é dirigente do Vaticano e, assim, é recomendável que receba o mesmo tratamento dado a outros chefes de Estado.
- Os custos são, em sua grande maioria, pagos pelos próprios participantes, que arcam com suas passagens, e pelas organizações locais. Há também a busca por patrocínios e a necessidade do apoio do poder público para um evento que é de massa. Seria impensável realizar um evento desse porte sem contar com o apoio do poder público, - defendeu, em coletiva de imprensa na capital paulista.
Papa falará de manifestações
O custo estimado do evento católico é de mais de R$ 300 milhões. Ao todo, o poder público - governos federal, estadual e municipal - terá um gasto de R$ 118 milhões durante a passagem do Sumo Pontífice pelo país. Na avaliação do arcebispo de São Paulo, o montante será investido no próprio país, inclusive na geração de empregos, e, assim, representará uma "injeção de sangue na economia brasileira".
- Esse é um dinheiro que será derramado no Brasil, na economia brasileira. As despesas são bem-vindas porque são derramadas no país. É sem dúvida uma injeção de sangue na economia brasileira - afirmou.
Dom Odilo antecipou que o Papa Francisco fará no país um discurso também direcionado aos jovens que participaram das manifestações nas últimas semanas em todo o Brasil. Na avaliação do arcebispo, os protestos foram positivos e revelaram um desejo da juventude brasileira por mais transparência e honestidade na administração pública. Ele disse ainda que há a expectativa de que a vinda do Sumo Pontífice ao país atraia mais jovens para o catolicismo.
- (As manifestações) terão impacto positivo, porque os jovens querem ouvir o Papa Francisco. Certamente, ele terá palavras também para as questões levantadas pelos jovens, suas muitas insatisfações e seus desejos de participar das mudanças. Os jovens podem esperar do Papa Francisco palavras que os orientem e que os ajudem.
A Arquidiocese de São Paulo preparou-se para receber até 30 mil peregrinos estrangeiros durante o evento. Até o momento, estão cadastrados dez mil, de 58 países. De acordo com Dom Odilo, os peregrinos que viajarem para o Rio de ônibus passarão pela Basílica de Aparecida, no interior paulista.
FONTE: O GLOBO
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