JORNAL SEM LIMITES DE PÁDUA_RJ: Estudantes usam criatividade para falar sobre meio ambiente

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Estudantes usam criatividade para falar sobre meio ambiente


 

“Temos que manter o que é nativo de nossa região, pois aqui existem plantas e animais que não existem em nenhum outro lugar”, escreveu Pedro Henrique da Silva, aluno do 9º ano da Escola Municipal Águas Claras, em Itaperuna. Ele foi um dos 300 alunos que participaram das atividades de educação socioambiental realizadas pelo Rio Rural no Centro de Referência Agroambiental do Noroeste Fluminense (CRAA), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e a Emater-Rio.

Iniciado em agosto, o projeto educacional encerrou seu primeiro ciclo no último dia 4, quando professores expuseram os trabalhos feitos pelos estudantes com base nas palestras e visitas ao CRAA. Histórias em quadrinhos, maquetes, redações e frases foram usados, com muita criatividade, para expressar o aprendizado proporcionado pelo projeto.

“Este trabalho foi o ponto alto do ano letivo. Trouxe uma imagem concreta das mudanças que podem ser promovidas no ambiente, na realidade dos alunos, nos lugares que eles passam diariamente”, afirmou Josilene Campanadi, professora da Águas Claras. Ela apresentou um livreto de frases e duas maquetes de papel criada pelos estudantes.

Sob coordenação da professora Angela Souza Costa, duas turmas da E. M. Henriett Amado agiram como disseminadores e criaram histórias em quadrinhos, com linguagem simples, para ensinar aos demais alunos a importância da preservação ambiental. Utilizando materiais reciclados, como caixas de papelão de diversos tamanhos, as histórias foram criadas em móbiles e o trabalho ficou exposto na biblioteca da escola.

Já os alunos da E. M. José de Paula Nogueira fizeram redações sobre sustentabilidade, supervisionados pela professora Sandra Costa. Eles descreveram os problemas que a humanidade enfrentará no futuro se não preservar as nascentes de água. Coordenadora de Ciências da Semed de Itaperuna, Solange Bussade agradeceu a parceria. “Apresentamos um modo novo de trabalhar a educação. Apuramos o olhar destes jovens para o mundo em que vivem”, esclareceu Solange.

Carlos Marconi, coordenador do CRAA, ressaltou a importância da união de todos os parceiros envolvidos. “Foi um trabalho conjunto, uma experiência muito proveitosa que servirá de base para darmos sequência à parceria, no próximo ano letivo. Vamos aprimorar e expandir as atividades, buscando envolver a comunidade no processo de mudança de comportamento que queremos promover”.

Valão da Cehab foi tema de pesquisa

Na E. M. Francisco Ligiéro, a turma 902 realizou uma pesquisa sobre o Valão da Cehab (Córrego do Cedro), com 100 moradores do bairro, que apontaram os principais problemas ambientais do bairro, como enchentes e mau cheiro. Desenvolvido em parceria com a mineradora Ferrous, o projeto teve apoio do CRAA, através de palestra e visita à nascente que dá origem ao córrego, tendo como objetivo buscar possíveis soluções para melhoria da qualidade da água.

De acordo com o levantamento, as enchentes preocupam 73% dos entrevistados, enquanto 27% têm problemas com o mau cheiro do córrego. Os prejuízos causados pelas enchentes faz com que 83% dos moradores queiram se mudar do bairro, mas este é o mesmo percentual dos que acreditam na solução do problema pelo Poder Público. Todo o trabalho foi documentado e os resultados foram divulgados na escola, no dia 26 de novembro.

Descarte de baterias de celulares

Outro projeto apoiado pelo CRAA foi o trabalho de conclusão de curso (TCC) de um grupo de alunos do curso técnico em Meio Ambiente do C. E. Chequer Jorge. A estudante Roberta Pinheiro e outros cinco colegas propuseram a criação de ecopontos, para recolhimento correto de baterias de celular. Batizado de Batereco, o projeto aponta os problemas causados pelo descarte inadequado das baterias e cria os postos de coleta, além de buscar parcerias com o poder público e com as empresas de telefonia celular em ações de sensibilização.

“O apoio dos técnicos da Emater-Rio foi essencial, nos deu força, expandiu os horizontes”, disse Roberta. O trabalho terá continuidade no próximo ano, quando os alunos irão à Câmara Municipal, pedir apoio aos vereadores para que a ideia saia do papel e se torne realidade em Itaperuna.

 

Legendas das fotos:

01 - A professora Josilene Campanadi leu as frases e mostrou as maquetes de papel feita pelos alunos. (Foto: Kellen Leal)

02 - Ângela Costa (esquerda) mostra os móbiles feitos com material reciclável: histórias em quadrinhos para ensinar outros alunos.

03 - A professora Sandra Cristina Costa leu a redação dos alunos: preocupação com a qualidade da água.

04 - Roberta Pinheiro e o projeto para recolhimento de baterias: encaminhamento à câmara de vereadores no próximo ano.

05 - Marconi com alunos, professores e representante da Ferrous na solenidade de apresentação do projeto Valão da Cehab

06 - Alunos do Chequer Jorge durante apresentação do projeto de ecoponto para recolhimento de baterias de celular



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