A apicultura,
uma das atividades incentivadas pelo programa Rio Rural, da secretaria estadual
de Agricultura, como fonte complementar de renda para agricultores familiares,
está motivando produtores na microbacia Cabiúna, em Santo Antônio de Pádua, no
Noroeste do estado. Seis deles, residentes na comunidade São Germano,
contemplados com projetos de kits de apicultura, fornecidos pelo
programa, já estão com as colmeias formadas e aguardam o início da produção de
mel no final do ano. O litro do produto é comercializado, em média, a R$ 20 e a
expectativa é que os kits produzam, no mínimo 60 litros por ano,
gerando renda de R$ 1,2 mil para cada produtor.
Luis César
Mendel e Júlio Câmara Olivier, que tem na pecuária de leite sua principal
atividade, viram na apicultura um meio de aumentar a renda da família. _ É uma
atividade paralela que não atrapalha o nosso dia-a-dia, porque não toma muito
tempo, enfatiza Julio .
Integrantes do
Cogem (Comitê Gestor da Microbacia), Julio e Luis são vizinhos. Além do kit
apicultura, através do Rio Rural também fizeram isolamento de área de
recarga e adquiriram, em projeto grupal com mais 4 produtores, um tanque
de expansão para armazenagem de leite.
Os 300 litros do produto
retirados diariamente pelo grupo são comercializados para a indústria láctea
Godan. Para eles, a instalação do tanque foi essencial para dar autonomia. _
Antes, usávamos o tanque da associação central, mas tínhamos que vender o leite
para quem eles determinavam. Agora podemos vender para quem quisermos”, esclarece
Luis César.
Perto dali,
Elias Verdan e sua esposa Alzinete também aguardam a produção do kit
apicultura, mas já comemoram o aumento da renda obtido com a criação de
galinhas poedeiras, outra atividade incentivada pelo Rio Rural.
_ Para mim o
resultado tem sido excelente. Dá trabalho, exige dedicação, mas dá lucro.
Conseguimos comprar um freezer juntando dinheiro obtido com a venda dos ovos,
conta ele.
O freezer é
mais um instrumento para implementar a geração de renda na propriedade.
Alzinete faz queijos e compotas de frutas, com matéria-prima do sítio. O casal
vende o que produz em Santo Antônio de Pádua e em Aperibé, incluindo peixes
criados em açude.
Estes projetos
foram desenvolvidos na primeira etapa do Rio Rural. Segundo o técnico
extensionista da Emater-Rio e executor do programa na microbacia, Shirle
Marcolongo, os produtores já estão ansiosos para a implantação da segunda
etapa, com recursos do Banco Mundial. Nas reuniões do Cogem, já se manifestaram
sobre o que é preciso para otimizar a produção. Pretendem fazer irrigação e
plantio de cana forrageira.
“A expectativa
é grande, a maioria trabalha sozinho na propriedade. O pasto fica prejudicado,
porque não dá tempo de irrigar toda a área. Os projetos de irrigação do Rio
Rural vão contribuir muito para melhorar a qualidade de vida do produtor”,
afirma Shirle.
Na microbacia
Cabiúna, além dos projetos de kit apicultura, kit galinha, tanque de expansão e
isolamento de área de recarga, em sua primeira etapa o Rio Rural também
subsidiou projetos de pastejo rotacionado, plantio de cana forrageira e
proteção de nascentes, beneficiando agricultores familiares.
Legenda das
fotos:
Cabiuna1 - Produtores despejam o leite no tanque de
resfriamento adquirido através de subprojeto grupal do Rio Rural.
Cabiuna2 - Caixas de apicultura instaladas
em propriedade rural: mel pode render R$ 1200,00 por ano ao produtor.
Cabiuna3 - Os técnicos Shirle Marcolongo e
Aurea Tavares orientam os produtores Elias e Alzinete.
Cabiuna4 - Elias e Alzinete mostram o
freezer comprado com a renda obtida através da venda de ovos caipiras.