Jair Bolsonaro trabalha de maneira contrária à preservação
indígena. Isso é fato. Logo que assumiu a presidência disse: “cada vez mais o
índio é um ser humano igual a nós”. Os anos se passaram e, agora, além de
atacar verbalmente os povos originários, o presidente também lhes tira a terra.
Nos últimos trinta e cinco anos, o mandatário foi o único presidente da
República a não demarcar nenhuma terra indígena. Pelo contrário, ao longo de
seu governo, vem incentivando a devastação das florestas e diminuindo a
fiscalização no que diz respeito ao garimpo ilegal em aldeias.
Além disso, é, agora, durante o seu governo, que o Marco Temporal ganha
contornos concretos e desanima a população defensora dos direitos humanos.
Afinal, a ação, que já foi aprovada na Câmara e está agora no Supremo Tribunal
Federal, tem como objetivo fazer com que os povos indígenas só tenham direito
de reivindicar suas terras se as habitavam a partir da Constituição de 1988.
Por essas e outras, os indígenas não tiveram escolhas senão
lutar pela própria sobrevivência. Estão acampados em Brasília, desde o último
dia 22, no movimento “Luta pela Vida”, organizado pela Articulação dos Povos
Indígenas. “Não podemos nos calar diante desse cenário violento”, diz Sônia
Guajajara, uma das lideranças que está à frente do movimento. Querem uma reação
protetiva dos Poderes.
Por mais que Bolsonaro tenda a destruir a população
indígena, ele se esquece que o sinônimo desse povo é a resistência. Lutam há
quinhentos anos e não seria agora o momento de desistir. Sabem muito bem que o
objetivo do atual governo é incentivar a derrubada das florestas. Para eles,
perder a terra é como matar o corpo e a alma. Nossas etnias estão dispostas a
provar que elas são muito maiores do que um presidente mal intencionado.
Mariana Ferrari
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