O presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) voltou a mentir sobre o processo
eleitoral e a atacar a democracia e o sistema de votação no dia 23 de agosto
durante uma entrevista à Rádio Regional, de Eldorado (SP), com o intuito de
inflamar apoiadores para os atos de 7 de setembro, marcados para São Paulo e
Brasília. As informações são da Folha.
O presidente voltou a defender a tese do voto impresso para
as eleições de 2022 e a afirmar que os votos são contados em um “quartinho
secreto, por meia dúzia de pessoas”, o que é mentira.
“O que que é a alma da democracia? É o voto. O povo quer que
você, ao votar, tenha a certeza de que o teu voto vai para o João ou para a
Maria. Não quer que, num quartinho secreto, meia dúzia de pessoas conte os seus
votos”, disse Bolsonaro.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, assim que a
votação é encerrada no dia da eleição, os presidentes das seções eleitorais
encerram a coleta de votos e, em seguida, a urna eletrônica imprime o Boletim
de Urna, um extrato dos votos depositados pelos eleitores para cada candidato e
legenda.
Esses boletins são divulgados imediatamente na porta de cada
seção eleitoral para transparência, e outras vias dos mesmos boletins são
entregues aos cartórios eleitorais e aos representantes ou fiscais dos partidos.
A totalização dos votos é computada pela soma de todos os
boletins de urna, sem qualquer interferência humana, no TSE, em Brasília.
Bolsonaro também insistiu mais uma vez em falar que houve um
ataque de hackers ao sistema do TSE em 2018, motivo pelo qual ele já é
investigado pelo STF por vazamento de informações sigilosas. Segundo o TSE,
nunca houve fraude no sistema de apuração das urnas eletrônicas.
“A gente espera que tenhamos eleições limpas, democráticas e
com contagem pública de votos no ano que vem. Não podemos conviver com essa
suspeição”, disse o presidente.
Mais tarde, durante uma conversa com apoiadores no Palácio
da Alvorada, Bolsonaro disse que está conspirando para que todos cumpram a
Constituição, sem dar detalhes dessas supostas ações.
“Só tenho uma coisa a falar. Estou conspirando, sim, e
muito. Para que todos cumpram a nossa Constituição, ok? Essa é a minha
conspiração. Cumpram a Constituição, só isso”, disse o presidente.
Bolsonaro também prometeu enviar ao Senado um pedido de
impeachment do também ministro do STF e presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, Luís Roberto Barroso, contra quem tem feito ataques sistemáticos em
suas investidas retóricas na defesa da implementação do voto impresso,
rejeitado pelo Congresso no último dia 10.
Na última sexta-feira (20), o presidente entregou à Casa um
pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que conduz o inquérito
das fake news no qual ele foi incluído por declarações feitas em uma de suas
transmissões semanais pela internet contra o sistema de voto eletrônico.
Estadão
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