A toada de incertezas atinge especialmente as casas de
shows, que lutam para sobreviver. Há algumas semanas, tanto em São Paulo,
quanto no Rio de Janeiro, esses lugares já haviam sido autorizados a funcionar
com número reduzido e público sentado. A secretária de desenvolvimento
econômico do estado de São Paulo, Patricia Ellen, destacou que a abertura está
sendo gradual e que o público não deve achar que liberou geral. "Eventos
com público em pé só em novembro", garantiu. A variante delta também
preocupa o governo, embora até este momento o risco, segundo a secretaria,
esteja controlado. "A preocupação de que qualquer coisa possa prejudicar a
retomada é constante. Estamos monitorando a variante delta em todo o
estado", completa.
Até lá, o estado pretende realizar dezenas de eventos testes
para descobrir o comportamento do vírus. "Mas em hipótese nenhuma as
máscaras serão liberadas. Elas sempre serão obrigatórias", disse. Segundo
Patrícia, o estado está em contato com governantes de cidades da Holanda, Reino
Unido e Estados Unidos para entender como os eventos testes ocorreram por lá.
"Esses contatos internacionais foram úteis para entendermos a necessidade
de testagens e exigências de cartões de vacinações para definirmos o que iremos
fazer", contou. Na capital paulista, a prefeitura anunciou nesta segunda-feira
que vai exigir comprovante de vacina contra a Covid para entrada em eventos,
shoppings e restaurantes. Segundo a secretária, o maior problema para os
empresários do setor de eventos é a falta de previsibilidade. "Trata-se de
uma área em que a agenda é muito importante. Como você vai marcar um show sem
saber se naquela data ele poderá ocorrer", diz ela.
Enquanto isso, não param de ser anunciados shows e eventos
até o fim do ano. O Tom Brasil anunciou para domingo, 29, o Aquiles Priester
Drum Festival, só com bateristas de heavy metal. A agenda é extensa no Espaço
das Américas. Ainda este mês, Oswaldo Montenegro fará shows por lá e em outubro
será a vez de Ney Matogrosso. O Blue Note também reabrirá em outubro, com
apresentações de Hamilton de Holanda, Toquinho e João Bosco. Vale lembrar que
em todos esses eventos, o público deverá ficar sentado e a lotação do espaço
estará reduzida para evitar aglomeração. Mas a novidade na cidade será o
Knotfest, organizado pela banda de heavy-metal Slipknot, que terá o público em
pé. Previsto para dezembro, no Sambódromo da Anhembi, o evento terá shows de
diversas bandas internacionais, inclusive o Slipknot.
Em Salvador, na Bahia, a realização de eventos-testes ainda
está em fase de planejamento. Em nota, a prefeitura da capital baiana afirmou
que fará uma "retomada gradual e responsável do setor de eventos,
atividade de extrema importância para a cidade", mas que os detalhes de
como isso vai ocorrer ainda não foram concluídos e validados. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, a realidade é semelhante à de São Paulo,
com as casas de eventos abrindo para shows com o público sentado. O estado
anunciou, inclusive, que irá fazer 25 festas e 15 eventos de esporte na capital
e no interior para avaliar se ocorrerão novas contaminações. A surpresa por lá,
no entanto, foi o anúncio de que a prefeitura pretender realizar 40 dias de
Carnaval em 2022, começando em janeiro e se estendendo até março.
A queda constante no número de infecções e mortes, além do
aumento da vacinação, permitem alguma esperança. Com a abertura atual, nas
próximas semanas será possível observar se essa curva avançará ainda mais no
retorno da tão sonhada normalidade.
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