A organização criminosa acusada de lavagem de dinheiro e má gestão de recursos, que foi desarticulada na semana passada por meio da Operação Miquéias, da PF (Polícia Federal), contava com a participação de quatro modelos, usadas para atrair agentes políticos para o esquema.
As mulheres, chamadas de "pastinhas", eram responsáveis por se aproximar dos prefeitos e convencê-los a desviar o dinheiro dos fundos de previdência municipais para ações de investimento indicadas pelo grupo criminoso. Os recursos eram aplicados em papéis pouco atrativos, geridos pela própria quadrilha, e com alta probabilidade de insucesso. Em troca, os políticos ganhavam 10% do valor investido.
De acordo com informação da PF, as mulheres não negaram a atuação como "pastinhas" . Uma delas disse ter "perdido as contas" de quantos gabinetes de prefeitos visitou, para convencer os gestores a desviar os recursos.
Musa do Crime: presa pela Polícia Federal, modelo ajudava a operar esquema de lavagem de dinheiro
No processo da Políica Federal, a equipe de investigação apresenta provas de que pelo menos uma prefeitura foi levada para o esquema por meio da atuação das "pastinhas".
Entre as mulheres presas está a modelo Luciane Hoepers, que já trabalhou como assistente de palco em programas de auditório e atuou em um programa adulto, veiculado por um canal fechado das TVs por assinatura. Luciane não apresentou advogado no processo e foi ouvida sem a presença de um defensor.
A modelo foi liberada nesta terça-feira (24), junto com outras duas mulheres que também participavam do esquema. Das "pastinhas" detidas durante a Operação Miqueias, somente uma continua presa, na Superintendência da PF em Goiânia (GO).
Operação
Durante a deflagração da Operação Miqueias, 23 pessoas foram presas. No entanto, somente nove continuam detidas, as outras já prestaram depimento e foram liberadas. Outras quatro pessoas estão foragidas.
Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos no Distrito Federal e em nove estados. Além disso, a PF apreendeu carros importados e iates de luxo que eram comercializados com o dinheiro lavado no esquema. De acordo com a PF, pelo menos 10 dos carros apreendidos estão avaliados em R$ 500 mil cada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário