Casais cristãos compram
pela web artigos para apimentar a relação, como fantasias, jogos eróticos,
algemas e massageadores
Ao contrário do que muita gente pensa, evangélicos sabem muito bem curtir a
vida a dois quando o assunto é sexo. Sex shops cristãos estão surgindo em todo
o mundo, e oBrasil já tratou de inventar o seu. Fantasias,
jogos eróticos, algemas e massageadores são alguns dos apetrechos usados pelos
fiéis na hora de animar o casamento. E pela Internet eles sentem menos vergonha
de comprar seus acessórios preferidos.
Para o
casal cristão Hugo e Lorena Brandão, de 28 e 27 anos, juntos há cinco e pais de bebê de 1 ano, usar
brinquedinhos não é pecado | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
O
idealizador do site brasileiro SexshopGospel, Maicon Santos, um solteiro
de 30 anos, conta que se inspirou em páginas americanas para criar a versão
tupiniquim. “A ideia surgiu ao ler livros evangélicos sobre sexo, divórcios e
casamentos nas igrejas. Percebi a falta de ‘atrativos’ para ajudar na
manutenção do relacionamento. Após pesquisas, descobri que já existem sites no
exterior e adotei a ideia”, explicou o mineiro, que mora há 10 anos no Rio.
Maicon
conta que o diferencial da sua empreitada está na venda de produtos para casais e produtos sensuais
‘leves’. “Não temos artigos sadomasoquistas, anais, nem homossexuais. O site já
está no ar há um ano e vende bem”, anuncia Maicon, que é evangélico mas não
frequenta a igreja. Entre os produtos mais vendidos no site estão vibradores,
massageadores, bolinhas excitantes, fantasias e lubrificantes. Sobre as
críticas, ele rebate: “São naturais do homem, até Cristo foi criticado.”
Para o casal cristão Hugo e
Lorena Brandão, de 28 e 27 anos, juntos há cinco e pais de bebê de um ano, usar
brinquedinhos não é pecado. “Tudo vale a pena com moderação. Fantasias, gel e
algemas deixam o relacionamento renovado, surpreendem o parceiro”, acredita
Hugo, que só não vê revistas ou vídeos pornográficos porque quer “sempre manter
a esposa como foco principal do desejo”.
O pastor Daniel Lopes, da
Assembleia de Deus de Rocha Miranda, encara com naturalidade a novidade, mas
diz que ainda há limites. “Não vejo problema de casais casados comprarem
artigos de sex shops, contanto que os dois concordem”, explica o pastor, casado
há mais de 20 anos.
Tema não
deve ser tabu, diz pastor
Para o pastor Daniel, o tema
ainda é tabu por causa de pensamentos atrasados. “Existem muitas pessoas
retrógradas, que não leem a Bíblia. O livro de Cantares mostra como deve ser
uma vida a dois. O mais importante é que haja amor, compreensão, diálogo, sinceridade
e respeito entre o casal. Não existe casamento perfeito, mas existe casamento
feliz”, esclarece o religiosos, que libera jogos, óleos e uma lingerie especial
para apimentar a relação.
A agente de viagens Aline
Suzano e o militar André Sanches, ambos de 31 anos, são casados há três anos e
não dispensam novidades que agitem a rotina. “Já usei óleos, balas, roupas,
bolinhas. Só nunca usei vibrador porque acho muito estranho e acaba estimulando
um sexo egoísta”, pondera Aline, que espera ver as igrejas tratarem o tema com
mais abertura: “Nas reuniões de jovens que estão se preparando para se casar o
assunto deve ser discutido”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário