A Secretaria de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro ainda não tem previsão para a aplicação de nova prova objetiva para o concurso que abriu 2 mil vagas para soldado. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do órgão.
No último mês, a Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou uma audiência pública para discutir possíveis irregularidades na aplicação da prova objetiva do concurso para admissão ao Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
O grupo da Casa Legislativa cobrou explicações da banca examinadora, o Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (Ibade). Além disso, a comissão se prontificou a acompanhar as próximas etapas do concurso, que ainda não foram remarcadas. Contudo, a audiência foi finalizada sem grandes avanços a respeito da lisura da prova.
No final de agosto, o governado do Rio Cláudio Castro decidiu anular a prova objetiva do concurso da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), que oferece duas mil vagas para soldado. A aplicação da prova, no último domingo (dia 27), foi alvo de várias denúncias de fraudes. Segundo os participantes, havia candidatos utilizando celulares durante o exame.
Vale destacar que o concurso está mantido. Apenas a prova objetiva será anulada. Uma nova data será marcada para a realização desta primeira fase da seleção.
Denúncias
Os exames do concurso — organizado pelo Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (Ibade) — foram aplicados em mais de 120 locais da Região Metropolitana do Rio. Nas redes sociais, candidatos reclamaram da falta de estrutura nesses endereços, o que teria comprometido a segurança da seleção.
Segundo eles, em muitos locais não havia compartimento para guardar o celular, e candidatos chegaram a usá-los para fazer consultas. Vídeos e fotos dentro das salas de prova circularam na internet, assim como mensagens em grupos privados de candidatos admitindo a "cola".
Os inscritos no concurso também relataram atrasos na aplicação da prova e falta de detectores de metais.
Prisões
Segundo a Secretaria estadual de Polícia Militar, durante a aplicação das provas objetivas foram presos também 20 candidatos, dos quais 19 tinham mandados de prisão em aberto. Outro foi detido em flagrante por tentar usar dados falsos no processo seletivo.
Para a operação do último domingo, a secretaria cruzou dados dos inscritos no processo seletivo com bancos de informações judiciais e identificou os locais de prova dos 19 nomes com pendências por crimes como fraude, deserção das Forças Armadas, receptação e roubo. Dessa forma, as equipes policiais puderam buscá-los no dia da prova e conduzi-los a delegacias.
Os agentes do serviço de inteligência da PM ainda efetuaram a prisão em flagrante de um ex-cabo da Polícia Militar expulso da corporação, após se envolver em uma tentativa de homicídio contra um vigilante de um centro comercial da Zona Norte do Rio, em 2016. O ex-militar recebeu voz de prisão por tentativa de fraude ao certame, quando tentava prestar o concurso para soldado com dados de outro candidato.
O concurso para ingressar no Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar 2023 teve 119.541 candidatos inscritos, sendo 88.420 homens e 31.121 mulheres.
Após a nova prova objetiva, os candidatos aprovados estarão aptos a participar da segunda fase: a prova escrita discursiva (redação).
Segundo a PM, uma vez aprovado nas duas primeiras etapas, o candidato participará de outras sete fases, todas de caráter eliminatório: preenchimento do Formulário de Informações Confidenciais (FIC) do exame social e verificação dos requisitos para inscrição no concurso; exame antropométrico — medida das dimensões físicas de uma pessoa, considerando peso, altura e Índice de Massa Corporal (IMC) —; teste de aptidão física; exame psicológico; exames médicos; exame social e toxicológico; e avaliação documental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário