Cresce a dimensão da intolerância religiosa no país e, em especial no Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira (2/2), quando os centros de religiosidade de matriz africana voltam suas atenções e homenagens a Iemanjá, o governo daquele estado instala o Grupo de Trabalho Permanente de Enfrentamento à Intolerância Religiosa para a promoção dos Direitos Humanos.
A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e pela Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos. A cerimônia, marcada para as 15h, ocorrerá na Praça Cristiano Otoni s/nº, Auditório, 7º andar, Prédio da Central do Brasil.
A iniciativa soma-se aos esforços da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, formada por dirigentes de terreiros de Umbanda e Candomblé do Rio de Janeiro, cuja atuação tem trazido à tona as arbitrariedades cometidas contra os umbandistas e candomblecistas, a maioria delas cometidas por seguidores das seitas neopentecostais, que empunham a Bíblia como se fosse um fúzil para exterminar os que professam a religiosidade afro-brasileira.
O Rio de Janeiro, como de resto a maioria dos estados brasileiros, tem sido palco de uma guerra descabida. 2011 ficou marcado pela demolição do Berço da Umbanda, em São Gonçalo, Niterói, com omissão premeditada dos órgãos de governo do município. Apesar de todos os alertas, nada foi feito para evitar destruição de um espaço histórico.
Até o Legislativo fluminense, que conta com representantes da Umbanda e do Candomblé eleitos pelo povo, atuou em perfeita sintonia com a omissão do Executivo de São Gonçalo, chefiado por uma neopentecostal, em flagrante expressão de intolerância contra quem não é seguidor das religiões de matriz europeia, e de desrepeito à Carta Constitucional, pela qual todos têm liberdade de culto e de fé no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário