A repórter e editora do Jornal Sem Limites, Márcia Mendes, entrevistou a historiadora Andrea Cristina Caldas, que falou sobre o seu trabalho e o levantamento de um acervo que será um marco na história de nosso município. Andrea Cristina Caldas é mestre em História, formada pela Universidade Salgado de Oliveira, onde defendeu uma tese, e possui ainda dois livros publicados, sendo um em conjunto com os colegas da Universidade e outro chamado “Genealogia da Família Imperial Brasileira”, que foi lançado no ano passado.
Andrea Caldas iniciou sua pesquisa utilizando não apenas os livros que já existiam na Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua, mas ainda os livros já escritos pelas pessoas locais. Com isso, ela teve que viajar ao Rio de Janeiro, onde foi ao Convento dos Capuchinhos; ir a São Fidélis e a Itaocara, a fim de coletar dados para a pesquisa.
Ao ser indagada pela Márcia sobre como surgiu a ideia de realizar esse trabalho, levantando esse acervo, Andrea respondeu que o lançamento da última revista é datado de 1942, quando do centenário da Igreja Matriz. Foi feita uma revista comemorativa falando disso, relatando a história da Igreja. E que no final do ano passado, o Padre Maxwell pediu a ela que realizasse essa pesquisa para que pudesse ser publicada em uma revista. Ela contou ainda com a ajuda de Alencar M. Júnior para esse trabalho e ainda na tarefa de organizar o arquivo da Igreja e compilar os dados para que outras pessoas também tivessem acesso ao acervo, composto de todo material litúrgico não mais utilizado: os cálices, imagens, fotografias, enfim todas as coisas antigas que estavam armazenadas num sala no terceiro andar da Paróquia.
A historiadora Andrea Caldas revelou: “A novidade que irá surgir nessa revista, a gente só vai divulgar exatamente na revista, é a seguinte: na verdade, com essa pesquisa, nós descobrimos que Pádua não foi fundada por Frei Florido. Quando o Frei Florido aqui chegou, em 1826, Pádua já existia, e Pádua, na verdade, foi fundada em 1812. Na verdade, o município está fazendo 200 anos este ano e as autoridades nem estão sabendo desse assunto. E a partir dessa pesquisa, a gente só vai divulgar o nome do fundador, que na verdade também foi um religioso, no (próximo )dia 1º de junho, e tanto esse acervo, que será inaugurado após a Missa da Trezena, para que todos possam ter acesso a essas informações, não só quem adquirir a revista.” Ainda sobre a novidade, ela complementou: “Tem muita gente não achando bom pesquisar mais. Achou que foi Frei Florido, pronto, acabou, não precisa pesquisar mais nada. E não é bem assim, a História não é uma ciência exata, mesmo assim as exatas mudam. A História não é verdade até que outro historiador consiga descobrir outra coisa, então passa a ser outra verdade.”
No que se refere à recuperação desse acervo, Andrea Caldas frisou ser de muita importância, pois precisamos conhecer nossa história, a história da cidade onde nascemos para que possamos até ajudar a preservar essa memória. Essa preservação de dados é importante, não só para a cidade, porque ali vai dar para as pessoas entenderem como a cidade começou como ela evoluiu como ela começou apenas como um curato, ou seja, uma pequena povoação e que depois aquilo foi aumentando através de vários aldeamentos indígenas feitos pelos fiéis da região, a população foi aumentando e mais tarde virou um município. “Um povo sem memória não chega a lugar nenhum”, ressaltou a historiadora.
A repórter Márcia Mendes finalizou a entrevista parabenizando a historiadora Andrea Caldas pelo excelente trabalho e acrescentando que é muito interessante chegar através de um arquivo desse e encontrar fotos de um parente como, por exemplo, um avô, o pai, um sobrinho ou uma tia. E que se sente feliz de o Jornal Sem Limites estar participando também desse acervo, o qual colaborou doando algumas fotografias.