JORNAL SEM LIMITES DE PÁDUA_RJ: Estudo inédito aponta Niterói, Rio de Janeiro e Santo Antônio de Pádua como líderes em "Soft Power" no estado

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Estudo inédito aponta Niterói, Rio de Janeiro e Santo Antônio de Pádua como líderes em "Soft Power" no estado

Estudo mede a influência simbólica e econômica de 20 municípios fluminenses e aponta caminhos para fortalecer identidade, cultura, inovação e desenvolvimento regional

Grupo denominado “Soft Power consolidado. Santo Antônio de Pádua - Eixo Meio Ambiente

A pesquisa analisou 20 cidades de Norte a Sul do estado do Rio. Além de identificar as potencialidades de cada uma nos eixos propostos — história e patrimônio; meio ambiente; conhecimento e urbano — o trabalho propõe um novo olhar sobre desenvolvimento: aquele que transforma cultura, história, inovação e imagem territorial em valor econômico.

É um mapa do Rio, que mostra onde estão forças tangíveis e intangíveis do estado. Entender o soft ower é entender como reputação e identidade também geram desenvolvimento socioeconômico — diz Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan.

As cidades analisadas no Mapa foram divididas em níveis a partir das pontuações atingidas em cada indicador analisado, que vão do PIB per capita, ao IDH. No primeiro, chamado de “Soft Power influente” estão Niterói (100 pontos), Rio de Janeiro (92), Nova Friburgo (88), Petrópolis (84), Teresópolis (84), Angra dos Reis (80) e Campos dos Goytacazes (80).

A seguir, no grupo denominado “Soft Power consolidado”, figuram Paraty (76), Vassouras (72), Três Rios (72), Itaguaí (72), Duque de Caxias (72), Paraíba do Sul (64), São João da Barra (60) e Itaperuna (56). Por fim, na categoria “Soft Power em desenvolvimento”, estão Nova Iguaçu (48), Santo Antônio de Pádua (48), São Gonçalo (44), Guapimirim (44) e Carmo (40).

Para a Firjan, o mapa pode ser visto como um guia estratégico capaz de nortear políticas públicas, negócios e projetos de acordo com as potencialidades de influência identificadas em cada cidade.

— Mais que medir PIB, estamos medindo potencial de futuro. Talvez seja isso que o Rio sempre soube fazer melhor: transformar o imaterial em valor, e o valor em influência — avalia Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan e coordenadora da pesquisa.

Os indicadores usados na elaboração do Mapa Rio Soft Power foram: Produto Interno Bruto (PIB); PIB per capita; Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); densidade empresarial; densidade acadêmica; presença de indústrias criativas; histórico do município com a incorporação do Soft Power em seus produtos e serviços; ativos tangíveis; ativos intangíveis; atores e articulações locais. Esses dados foram cruzados com aspectos culturais, históricos e identitários observados em cada cidade.

Veja abaixo orientações contidas no estudo para algumas das cidades que fazem parte do Mapa Rio Soft Power:

Niterói - Eixo Urbano

1. Consolidar o eixo mobilidade sustentável (corredores de ônibus eficientes, rede ciclável contínua e calçadas acessíveis), priorizando conexões entre Centro, Cantareira e Região Oceânica.

2. Acelerar a requalificação das lagunas com soluções baseadas na natureza (parques lineares, wetlands, sombreamento), articulando esporte, lazer e educação ambiental.

3. Instituir o Distrito Criativo da Cantareira com governança multissetorial (empresas, governos e universidades) e metas de atração de cursos, estúdios e startups.

4. Ativar o Caminho Niemeyer como “corredor cultural” com programação contínua, feiras criativas e economia do mar, integrando equipamentos e fruição pública da orla.

5. Escalar a gestão por indicadores (mobilidade, clima, cultura, turismo e segurança viária), com painel público que dê transparência e valorize resultados.

Rio de Janeiro - Eixo Urbano

Paisagem com cartões-postais cariocas, como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e a Enseada de Botafogo, em clique de Custodio Coimbra: cotidiano e as belezas da cidade são registrados pelas lentes dos fotógrafos do GLOBO — Foto: Custodio Coimbra/30-11-2018

Paisagem com cartões-postais cariocas, como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar e a Enseada de Botafogo, em clique de Custodio Coimbra: cotidiano e as belezas da cidade são registrados pelas lentes dos fotógrafos do GLOBO — Foto: Custodio Coimbra/30-11-2018

1. Fortalecer o vetor Urbanismo + Cultura + Inovação, consolidando o Rio como modelo de cidade criativa.

2. Expandir políticas de uso misto e habitação no Centro e Porto, estimulando moradia, comércio e lazer em uma lógica de cidade viva.

3. Investir em mobilidade sustentável, priorizando pedestres, ciclistas e integração entre modais.

4. Valorizar territórios periféricos e favelas como centros de produção cultural e estética, ampliando a representatividade da cidade real e estruturando estratégias de enfrentamento às questões de segurança pública.

5. Promover infraestrutura verde e azul (arborização, drenagem natural e reuso de águas) para mitigar efeitos climáticos e reforçar o vínculo entre cidade e natureza.

Angra dos Reis - Eixo Conhecimento

1. Consolidar Angra dos Reis e Paraty como eixo de conhecimento do mar, integrando educação, pesquisa e sustentabilidade.

2. Ampliar parcerias entre o Complexo Nuclear, universidades e instituições técnicas para o desenvolvimento de tecnologias em energia limpa.

3. Criar programas de inovação azul, voltados à economia do mar, ao turismo científico e à biotecnologia marinha.

4. Reforçar a preservação de Ilha Grande e demais unidades de conservação, posicionando a cidade como referência em turismo sustentável.

5. Valorizar a cultura caiçara e quilombola em projetos de educação ambiental, memória e empreendedorismo comunitário.

Duque de Caxias - Eixo Urbano

Reduc terá água de reuso em suas operações a partir de 2024 — Foto: Renee Rocha

Reduc terá água de reuso em suas operações a partir de 2024 — Foto: Renee Rocha

1. Consolidar o eixo urbano-criativo, conectando as indústrias do audiovisual, da moda e música à arte de rua e economia local.

2. Valorizar o patrimônio industrial como herança cultural e suporte narrativo do desenvolvimento da Baixada.

3. Criar um circuito permanente de cultura urbana, com oficinas, residências e festivais que deem visibilidade a novos talentos e se transformem em estratégias de enfrentamento à desigualdade, projetando novas possibilidades de futuro e qualidade de vida na cidade.

4. Fortalecer a formação técnica e criativa, unindo instituições de ensino e espaços culturais em projetos voltados à juventude.

5. Projetar a marca territorial da Baixada, com Duque de Caxias como símbolo da força produtiva e inventiva do território.

Nova Iguaçu - Eixo Urbano

1. Fortalecer os movimentos culturais urbanos, com editais e programas que integrem grafite, música, moda e esporte.

2. Apoiar e divulgar o MACUBF e o Instituto Enraizados como vitrines do Soft Power local.

3. Promover a moda da periferia como estilo e identidade, conectando criadores locais a marcas e plataformas de e-commerce.

4. Requalificar espaços públicos voltados à juventude e à cultura de rua, criando uma rede de praças e pistas inspiradas na Praça do Skate e apoiando o município na oferta de lugares mais vivos, frequentados e seguros.

5. Fomentar o turismo cultural e criativo, valorizando o papel de Nova Iguaçu como berço da Baixada e referência nacional em cultura urbana.

Paraty - Eixo Meio Ambiente

Paraty, referência pelo patrimônio histórico e em meio à natureza — Foto: Márcia Foletto

Paraty, referência pelo patrimônio histórico e em meio à natureza — Foto: Márcia Foletto

1. Consolidar-se como referência em sustentabilidade e cultura viva, investindo em programas que integrem as comunidades tradicionais ao turismo de base criativa e ambiental.

2. Valorizar a narrativa caiçara como diferencial simbólico e econômico, incorporando-a em produtos, experiências e comunicação institucional.

3. Expandir parcerias internacionais e eventos criativos, tornando-se um “hub do conhecimento do mar”, capaz de unir cultura, natureza e inovação.

4. Explorar o reconhecimento internacional de Patrimônio Misto concedido pela Unesco e utilizar esse selo em produtos e serviços desenvolvidos no município.

São Gonçalo - Eixo Urbano

1. Valorizar a cultura das periferias, por meio da criação de redes de produção musical, audiovisual e moda de rua, trabalhando o talento e a autoestima dos moradores e a convivência positiva nos territórios.

2. São Gonçalo é a segunda cidade mais populosa do estado. Estimular a formalização dos empreendimentos criativos é essencial para ampliar oportunidades, facilitar o acesso ao crédito e garantir maior segurança e legalidade nas negociações. Além disso, a formalização aumenta a credibilidade: empresas regularizadas conquistam mais confiança de clientes, fornecedores e investidores, o que pode impulsionar vendas e gerar novas parcerias.

3. Integrar setores tradicionais e criativos, promovendo inovação em negócios ligados à cultura e ao design urbano.

4. Fortalecer os equipamentos culturais e consolidar eventos como o “Som no Lavourão” como vitrines nacionais da produção local.

Petrópolis - Eixo Conhecimento

Proposta reduz área tombada mas mantém proteção na Avenida Koeler e amplia área tombada no Centro passando a incluir morros do entorno no — Foto: Custódio Coimbra

Proposta reduz área tombada mas mantém proteção na Avenida Koeler e amplia área tombada no Centro passando a incluir morros do entorno no — Foto: Custódio Coimbra

1. Acelerar a conexão entre ciência e mercado, promovendo editais e desafios tecnológicos que integrem LNCC, Serratec e empresas locais nos setores de tecnologia, saúde, design e indústria.

2. Expandir o programa “Cidade-Escola de Tecnologia”, estimulando a formação contínua e o aproveitamento do talento formado nas instituições locais, com foco em inovação e empreendedorismo.

3. Valorizar o design como diferencial competitivo, fortalecendo o polo moveleiro e a Rua Teresa com iniciativas voltadas à modelagem, estamparia, prototipagem e branding.

4. Construir uma marca territorial integrada, reforçando o conceito “Imperial por história, tecnológica por vocação” em ações de turismo, eventos e atração de investimentos.

5. Criar um calendário unificado de inovação e cultura, conectando festivais como Rock the Mountain e Bauernfest a eventos de tecnologia e design, consolidando Petrópolis como destino criativo.

Vassouras - Eixo História e Patrimônio

1. Fortalecer o turismo histórico-cultural, ampliando a integração entre patrimônio, economia criativa e educação.

2. Valorizar manifestações afro-brasileiras, como jongo e capoeira, incorporando-as às políticas de patrimônio imaterial.

3. Criar roteiros de turismo histórico e audiovisuais, com apoio a produções filmadas na cidade, criando uma Film Commission integrada com os outro municípios do Vale do Café, atraindo produções interessadas em cenários coloniais.

4. Ampliar programas de educação patrimonial e residência artística, envolvendo escolas e universidades locais.

5. Fomentar negócios criativos ligados ao patrimônio, transformando o legado histórico em motor contemporâneo de desenvolvimento.

Santo Antônio de Pádua - Eixo Meio Ambiente



1. Desenvolvimento de uma Indicação Geográfica das rochas ornamentais, transformando o produto em marca territorial e referência nacional de sustentabilidade.

2. Aproximar indústria e ensino técnico, incentivando a formação em design, inovação e gestão ambiental para os setores de rochas e papel.

3. Reativar o potencial turístico natural e cultural, integrando o Parque da Água Solú, a Pedra Bonita e o Caxambu em roteiros de turismo ecológico e criativo.







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