A Nunciatura Apostólica no Brasil, com a carta de 13 de fevereiro, 4346/23 assinada pelo Núncio Apostólico Dom Giambattista Diquattro, comunicou que nesta terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, o Papa Francisco nomeou três bispos auxiliares para a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. São eles:
– O Rev.do Padre Joselito Ramalho Nogueira, do clero de Cachoeiro de Itapemirim, conferindo-lhe a sede titular de “Tino”;
– O Rev.do Padre Hiansen Vieira Franco, do clero de Guaxupé, conferindo-lhe a sede titular de “Tigava”:
– O Rev.do Padre José Maria Pereira, do clero de Petrópolis, conferindo-lhe a sede titular de “Sigo”.
Louvamos e bendizemos a Deus, que cuida com carinho de sua Igreja, enviando pastores para cuidar do rebanho. A Igreja é o corpo de Cristo, e Ele é a cabeça do corpo (Cl 1,18 e Ef 4). Ao ser guiada pelo Espírito Santo, a Igreja testemunha por meio de seus pastores a presença contínua e amorosa de Deus no mundo, e a garantia que o rebanho será conduzido ao Cristo Senhor, o rosto humano de Deus, a quem cremos e colocamos toda nossa confiança e esperança (1Pd 3,15)
Agradecemos a solicitude do Santo Padre em nos conceder mais três auxiliares tendo avisado antes mesmo de sua internação. Agora nós o seguimos rezando pela sua saúde, pois está internado no Hospital Gemelli, em Roma, sob cuidados médicos rigorosos por conta de pneumonia bilateral. O Papa Franciso muitas vezes me falou sobre os novos auxiliares quando o encontrava nas audiências por ocasião das reuniões dos Dicastérios em Roma. Agora ele olhou com benevolência para as nossas necessidades pastorais. Ao nosso amado Papa, sucessor de Pedro e vigário de Cristo, princípio e fundamento visível da unidade de todo o povo de Deus, nossa oração e unidade, e que o Senhor lhe conceda força, coragem e plena restauração da saúde.
Acolhemos nossos novos irmãos bispos, sucessores dos Apóstolos, no contexto do Jubileu do Ano Santo, que celebra os 2025 anos da encarnação e nascimento de Jesus Cristo. Ao serem nomeados, o Papa Francisco os envia como ‘peregrinos de esperança’ para exercer o ministério além-fronteiras de suas dioceses e ofícios, para viver como pastores em uma nova realidade, um campo de missão vasto onde pessoas anseiam por ouvir as maravilhas do Evangelho.
Nossos irmãos bispos chegam para auxiliar e fortalecer o II Sínodo Arquidiocesano sobre as Missões, que está em curso em nossa arquidiocese. Em sintonia com o lema, “Corações ardentes, pés a caminho”, eles também são chamados a despertar e formar a consciência da centralidade da missão na vida da Igreja, estimular o ardor missionário dos fiéis, organizar estruturas missionárias em todos os níveis da vida eclesial e orientar o planejamento de ações missionárias permanentes.
A nossa grande cidade do Rio de Janeiro tem população de mais de 6 milhões de habitantes (Censo do IBGE, 2022), integrada por 295 paróquias e 1.114 locais de culto, 12 vicariatos, diversos organismos eclesiais e pastorais.
Para que a Igreja esteja mais presente nas periferias geográficas e existenciais do Rio, a fim de anunciar as pessoas a vida, será importante a presença de mais três ‘peregrinos de esperança’. Eles contribuirão para auxiliar os mais de 700 presbíteros e 300 diáconos permanentes, a esperança e a salvação que vem de Jesus Cristo.
Neste ano de 2025, nossa arquidiocese se alegra também por fazer memória de três grandes eventos que marcaram a vida da Igreja, e ainda hoje, colhemos seus frutos, e também somos chamados a contribuir com os propósitos em que foram concebidos. Neste ano de 2025, comemoramos no mês de julho os 450 anos da criação da Prelazia do Rio de Janeiro, os 70 anos do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) e os 70 anos da realização do Congresso Eucarístico Internacional no Rio de Janeiro, o primeiro e único no Brasil.
Hoje também foi anunciado que o Papa aceitou a renúncia, por idade, do nosso Bispo Auxiliar, D. Antonio Augusto Dias Duarte em carta enviada no dia 17 de fevereiro, sob número 4419/23 a quem agradecemos de coração seu empenho e sua missão em todos estes anos que aqui passou servindo à nossa Igreja. Ele continuará a residir aqui no Rio de Janeiro e trabalhando nas pastorais costumeiras, porém sem a responsabilidade de ser referencial de um vicariato territorial e também sem a obrigação de realizar as visitas pastorais.
A partir desta data, nossa arquidiocese contará com oito bispos auxiliares, que são: Dom Roque Costa Souza, Dom Paulo Alves Romão, Dom Tiago Stanislaw, Dom Célio Calixto e Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira, e os três novos após a ordenação, monsenhores Joselito Ramalho Nogueira, Hiansen Vieira Franco e José Maria Pereira. Eis os históricos de cada um:
Monsenhor Joselito Ramalho Nogueira
Do clero de Cachoeiro de Itapemirim, cidade vinculada à Província Eclesiástica de Vitória, no Estado do Espírito Santo, pertencente ao Regional Leste 3 da CNBB, Monsenhor Joselito Ramalho Nogueira tem 59 anos de idade e 31 anos de sacerdócio. Nascido no dia 10 de novembro de 1964, em Conceição de Muqui (ES), na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim (ES), foi ordenado presbítero no dia 19 de junho de 1993. Atualmente, é vigário-geral, professor de Teologia e pároco da Paróquia de Santo Antônio de Pádua, em Rio Novo do Sul (ES).
Estudos: Após obter o título de bacharel em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa (MG), em 1986, cursou estudos filosóficos no Seminário Diocesano Bom Pastor de Cachoeiro de Itapemirim (ES), de 1987 a 1988, e estudos teológicos no Instituto de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Vitória (Iftav), de 1989 a 1992. Obteve então a licenciatura em Teologia Espiritual na Pontifícia Faculdade Teológica Teresianum e a licenciatura em Teologia na Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino (Angelicum), em Roma, de 1997 a 1999. Posteriormente, obteve o Doutorado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana de Urbe, de 1999 a 2001.
Após sua ordenação, Monsenhor Joselito Ramalho Nogueira ocupou os seguintes cargos: Pároco da Paróquia São José, na cidade de Mimoso do Sul (ES), em 1993, pároco da Paróquia Santíssima Trindade, em Marataízes (ES), de 1993 a 1997, fez estudos superiores em Roma, de 1997 a 2001, pároco da Paróquia Nosso Senhor dos Passos, em Cachoeiro de Itapemirim, de 2001 a 2013, pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Cachoeiro de Itapemirim, de 2013 a 2022, docente do Centro Universitário São Camilo, em Cachoeiro de Itapemirim, desde 2014, e pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Rio Novo do Sul, desde 2022.
Também exerce na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim os ofícios de vigário-geral, membro do Colégio de Consultores e do Conselho Presbiteral, professor catedrático do Instituto Interdiocesano de Teologia IFTAV e da Escola Diaconal Diocesana de Santo Estevão e membro da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (Soter). Foi também coordenador diocesano de Pastoral, de 2004 a 2012, e do Regional Leste II, de 2012 a 2016).
Monsenhor Hiansen Vieira Franco
Do clero de Guaxupé (MG), vinculada à Província Eclesiástica de Pouso Alegre, pertencente ao Regional Leste 2 da CNBB, no Estado de Minas Gerais, Monsenhor Hiansen Vieira Franco tem 53 anos e 20 anos de sacerdócio.
Desde 2023, é reitor do Seminário da Diocese de Guaxupé (MG), colaborador nos finais de semana nas paróquias Sagrada Família e Santo Antônio, em Machado (MG), professor e diretor- geral adjunto da Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG).
Monsenhor Hiansen Vieira Franco nasceu no dia 21 de maio de 1971, em Campestre (MG), Diocese de Guaxupé.
Estudos: cursou o Ensino Fundamental na Escola Municipal Campos, em Campestre (MG), e na Escola Estadual Professor José Félix em Potim (SP), o Ensino Médio na Escola Estadual Professora Paulina Cardoso, em Aparecida (SP). Após cursos de Filosofia e História na Universidade São Francisco de São Paulo (SP), obteve licenciatura plena em Filosofia e habilitou-se em História. Estudou Teologia no Instituto Teológico São José, em Pouso Alegre (MG). Na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, obteve licenciatura e doutorado em História da Igreja, de 2008 a 2014.
Foi ordenado presbítero no dia 3 de janeiro de 2004 para a Diocese de Guaxupé (MG). Após sua ordenação, ocupou os seguintes cargos:
Vigário paroquial da Paróquia São Sebastião, em Alpinópolis (MG), em 2004, administrador paroquial da Paróquia São Sebastião, em Areado (MG), de 2004 a 2005, reitor do Seminário da Diocese de Guaxupé, em Pouso Alegre (MG), de 2004 a 2008, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Campestre (MG), de 2004 a 2008, e professor da Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), de 2004 a 2008.
No período de 2008 a 2014, estudou em Roma, onde fez Licenciatura e Doutorado em História da Igreja pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Ao voltar, foi pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Poços de Caldas (MG), de 2015 a 2018, e pároco da Paróquia São Domingos, em Poços de Caldas (MG), de 2018 a 2023.
Desde 2015, é professor de História da Igreja e Patrologia da Faculdade Católica de Pouso Alegre (Facapa), em Pouso Alegre (MG).
Monsenhor José Maria Pereira
Do clero da Diocese de Petrópolis (RJ), vinculada à Província Eclesiástica de Niterói (RJ), no Regional Leste 1 da CNBB, Monsenhor José Maria Pereira tem 66 anos e 37 anos de sacerdócio. Atualmente, é pároco da Paróquia São José, em Petrópolis, vigário-geral, moderador da Cúria e juiz do Tribunal Eclesiástico.
Nasceu em 2 de março de 1958, na cidade de Senhora dos Remédios (MG), Arquidiocese de Mariana (MG).
Estudos: cursou o Ensino Fundamental na Escola Municipal Magalhães Pinto, em Senhora dos Remédios (MG), concluído em 1977, e o Ensino Médio no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Amor Divino, em Petrópolis, concluído em 1980. Estudou Filosofia no Seminário Nossa Senhora do Amor Divino, em Petrópolis, de 1981 a 1982, e Teologia na Escola Teológica da Congregação Beneditina (RJ), de 1983 a 1986. Além disso, estudou na Faculdade de Pedagogia da Universidade Católica de Petrópolis, e obteve licenciatura em Direito Canônico no Instituto Superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro, de 2000 a 2001.
Foi ordenado Sacerdote em 7 de dezembro de 1986 para o clero de Petrópolis. Após sua ordenação, ocupou os seguintes cargos: Vice-reitor do Seminário Diocesano Nossa Senhora do Amor Divino, de 1987 a 1990, Vigário paroquial da Paróquia Santana da Inconfidência, em Petrópolis, de 1987 a 1990, professor de Latim e de Religião no Seminário Diocesano (Ensino Médio), de 1987 a 1997, professor de Metodologia de Ensino e Pesquisa, de 1987 a 2003, assistente espiritual do Movimento Serra, de 1987 a 2016, pregador de retiros na Associação Foyer de Charite, em Mendes (RJ), desde 1987, e consultor da Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada do Regional Leste 1 da CNBB, de 1988 a 2004.
Também foi professor de Teologia da Universidade Católica de Petrópolis, de 1988 a 2010, coordenador diocesano de Pastoral Juvenil e Pastoral Vocacional, de 1988 a 2010, diretor espiritual do Seminário Diocesano, de 1990 a 2004, assistente espiritual do Colégio de São Paulo e diretor espiritual do Noviciado das Irmãs Angélicas, em Teresópolis (RJ), de 1991 a 2000, administrador paroquial da Freguesia de São José do Itamarati, em 1992 e 1993, diretor-geral do Seminário Nossa Senhora do Amor Divino (Colégio), desde 1998, professor de Direito Canônico da Universidade Católica de Petrópolis (RJ), de 2001 a 2010, assistente espiritual da Pastoral Familiar do Regional Leste 1 da CNBB, em 2023 e 2024, reitor da Universidade Católica de Petrópolis, de 2004 a 2007, organizador e diretor da Escola Diaconal de Santo Estevão, de 2007 a 2016, membro da Academia Petropolitana de Educação, desde 2010, e presidente da Associação Mantenedora das Faculdades Católicas de Petrópolis (RJ), desde 2011.
Louvamos a Deus pela história desses nossos irmãos que vem somar esforços na missão evangelizadora em nossa arquidiocese e os acolhemos com o coração aberto.
Eles virão nas próximas semanas para uma visita e reuniões com os nossos bispos e vigários episcopais e posteriormente iremos definir a data de suas ordenações.
Somos caminhantes de esperança nesta mesma igreja que busca cumprir sua missão.
As palavras de Jesus, “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos” (Mc 9,35), conforme o versículo do Evangelho deste dia 25 de fevereiro, da 7ª Semana do Tempo Comum, ressoam nos discursos, homilias e mensagens do Papa Francisco sobre a missão dos bispos na Igreja.
O Santo Padre o Papa Francisco insiste que o verdadeiro bispo deve ser um servo, em consonância com o ensinamento de Jesus. Ele enfatiza que a autoridade e o poder na Igreja não são um fim em si mesmos, mas instrumentos para servir aos outros. Segundo o Papa, “um bispo deve estar sempre à disposição do seu povo, pronto para escutar e ajudar” (Evangelii Gaudium, nº 31 – cf. https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium.html, último acesso em 24 de fevereiro de 2025).
Papa Francisco acredita que os bispos devem se aproximar das comunidades que lideram, vivenciando suas alegrias e sofrimentos. Ele frequentemente menciona a necessidade de estar presente nas periferias, tanto geográficas quanto existenciais. “Um bispo não pode se enclausurar em seu escritório; ele deve ir ao encontro das pessoas”, afirma o Papa, ressaltando que a proximidade é fundamental para a verdadeira pastoral. (Cf. https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2018-09/papa-francisco-bispo-e-homem-de-oracao-anuncio-comunhao.html, último acesso em 24 de fevereiro de 2025).
Para o Santo Padre, os bispos devem ter o olhar fixos em Jesus como o modelo de serviço. O Papa lembra que Cristo, mesmo sendo o Filho de Deus, se fez servo, lavando os pés dos discípulos. Essa atitude de serviço é um chamado constante para os bispos, que devem refletir a bondade e a compaixão de Jesus em suas próprias vidas e ministérios. “Um bispo deve ser um pastor que cuida de suas ovelhas, não um chefe que se distancia delas” (cf. https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2016/documents/papa-francesco_20160504_udienza-generale.html, último acesso em 24 de fevereiro de 2025).
Papa Francisco destaca a necessidade de que os bispos mantenham um relacionamento próximo com as comunidades que lideram. Ele ressalta que o verdadeiro bispo deve estar no meio do seu povo, escutando suas alegrias e sofrimentos, acessível e próximo às realidades cotidianas.
(cf. https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/vocations/documents/papa-francesco_20171203_55-messaggio-giornata-mondiale-vocazioni.html, último acesso em 24 de fevereiro de 2025).
As palavras do Papa Francisco sobre como deve ser um bispo são um convite a uma liderança pastoral que valoriza a proximidade, a humildade, o diálogo e o serviço. A missão do bispo é ser um verdadeiro pastor, que caminha ao lado de seu rebanho, de fazer da Igreja cada vez mais um espaço de acolhida e misericórdia.
Ao agradecermos a Deus pelos nossos irmãos que chegam e louvar a Deus por D. Antônio Augusto que tão bem serve a nossa igreja particular, pedimos que Deus a todos nós abençoe e guarde.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário