O número de casos de roubo de cargas nas estradas do Norte e do Noroeste Fluminense caiu em 2017. De acordo com o estudo “O impacto econômico do roubo de cargas no estado do Rio de Janeiro”, divulgado pelo Sistema FIRJAN, o número de ocorrências no Norte caiu de 130 em 2016 para 80 no ano passado. Uma redução de 38,5%. No Noroeste, a queda foi de 31,3%, 16 registros em 2016 e 11, em 2017. Mesmo com a queda, o prejuízo calculado nas duas regiões ainda é muito grande e chega a R$5,2 milhões.
A queda dos números na região não significa mais segurança para as empresas. Quem segue transportando suas cargas pelas estradas do Rio continua correndo riscos. No estado, houve aumento no número de ocorrências. Foram registrados 10.599 casos de roubo de cargas em 2017, o equivalente a um crime a cada 50 minutos. O prejuízo chegou a R$ 607,1 milhões. O maior número de registros aconteceu na capital, que concentrou mais de metade das ocorrências do estado.
Na comparação com 2016, o aumento no número de roubo de cargas foi de 7,3%. Das 138 delegacias da Polícia Civil no estado, 11 concentraram mais da metade das ocorrências de 2017. O Sistema FIRJAN ressalta que estes locais estão no entorno das principais rodovias fluminenses (BR-040/Washington Luiz, BR-101/Avenida Brasil, BR-101/Niterói-Manilha, BR-116/ Presidente Dutra e BR-493/Arco Metropolitano) e possuem trechos dominados pelo crime organizado, que nos últimos anos vem utilizando o roubo de cargas como fonte de financiamento do tráfico de armas e drogas.
Apesar do aumento geral na comparação com o ano anterior, houve redução das ocorrências a partir de agosto de 2017, depois da implementação do Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP): os 4.511 casos observados de agosto a dezembro representaram uma queda de 10,2% em relação ao mesmo período de 2016. No entanto, a FIRJAN defende que a atuação conjunta dos governos federal e estadual precisa ser reforçada, uma vez que 37 caminhões foram roubados por dia no estado do Rio somente em dezembro.
A Federação das Indústrias aponta, em seu Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio 2016-2025, o enfrentamento desse crime como indispensável para a recuperação da economia fluminense. Isso porque, além de servir como fonte de financiamento de outras atividades criminosas, o roubo de cargas possui impactos diretos na atividade produtiva, geração de empregos, arrecadação de tributos e atração de novos investimentos.
O Sistema FIRJAN, em conjunto com mais de 100 entidades, liderou em 2017 o Movimento Nacional Contra o Roubo de Cargas – Carta do Rio de Janeiro, que aponta nove ações prioritárias para o combate a esse tipo de crime. Entre elas estão o endurecimento das penas para os crimes relacionados a roubo de cargas, como a receptação de mercadorias roubadas, com cassação do CNPJ da empresa envolvida; maior atuação na proteção das fronteiras nacionais e maior atuação integrada das forças de segurança, em todos os níveis de governo.
Uma das ações propostas pelo movimento já foi implementada: a proibição de comercialização de bloqueadores de sinal de radiocomunicações (jammer), medida aprovada pela Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) a partir da mobilização da sociedade civil organizada.
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