É um grande desafio evangelizar crianças nos dias de hoje. Somos a primeira geração que irá dizer aos pais e evangelizadores como evangelizar os pequeninos conectados. Houve um tempo em que nos colocávamos acima da realidade e ousávamos dizer: “Meu filho não vê televisão nem usa internet!”, como se elas estivessem só de passagem e fossem ocupar espaço secundário em nossas vidas.
A verdade é que as tecnologias vieram para ficar. Se não nos conectarmos, estaremos fora da realidade e todos os santos viveram e se santificaram dentro de suas realidades e não fora delas. Precisamos nos atentar para os fatos que acontecem a nossa volta para nos inserirmos na nova realidade das crianças.
A formação moral de um povo
A formação da moral influenciando comportamento, decisões, de um povo era exercida por três grandes pilares: o governo, a Igreja e a família, havendo predominância de uma ou de outra conforme a história que cada país ia escrevendo. Em Cuba, por exemplo, a predominância do governo, a família com os primeiros colonizadores nos EUA, no Brasil, foi a Igreja que nos influenciou desde as primeiras Caravelas.
A mídia falada nos rádios e escrita em jornais e revistas já existente erma mais informativa sem o papel de massificação ditando a moda, os costumes, o comportamento como a televisão. A TV chega ao Brasil na década de 70 e encontra as três instituições – governo, Igreja e família em profundo momento de transformação.
Como precisa de uma geração para se avaliar suas consequências nos anos 2000 a 2010 surgem os primeiros estudos conclusivos apontando o consumismo, o imediatismo, a superficialidade causada pelo número excessivo de informações sem a devida reflexão como motivadora do “ficar”, do aumento da gravidez na adolescência, entre outros.
É esta criança conectada que somos chamados a evangelizar. No tempo de Dom Bosco, se fazia uma evangelização preventiva, mas hoje a evangelização é de resgate da criança e sua infância. É preciso dizer um basta a ver a infância sendo roubada, a ver crianças tratadas como miniadultos, exigidas a se comportarem, vestirem, cantarem aquilo que é próprio para adultos; não só por queimar etapas, robotizar nossos pequeninos, mas, principalmente, para não perdermos o modelo de como entrar no Reino dos Céus. “O Reino de Deus pertence, aos que são como as crianças” (Mt 19,14).
Fonte: RCC
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