Diários do Interior e os novos tempos
O diretor executivo da Associação dos Diários do Interior do Brasil (ADI-BR) e da Central de Diários, Adriano da Fonseca Kalil Escada, abordou o tema “Diários do Interior e os novos tempos” durante o II Congresso dos Diários do Interior do Brasil. O debate que teve a participação do presidente da ADI-RS, Jonas Alei da Silva, do presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas (Sindejor-PR), Franklin Vieira da Silva, e o presidente da ADI-MS, Alfredo Barbara Neto, com moderação do diretor da Central de Diários Alberto Rosa.
Segundo Kalil, jornal em papel foi, é e sempre será a maneira mais fácil de se obter informação no momento em que o leitor quiser. Com um destaque: nunca a informação local – em papel ou digital – foi tão relevante para a comunidade. “A vantagem do jornal é que ele é organizado de uma forma em que eu consigo ler aquilo que me interessa.”
Assim, o que era tratado como crise, quando se afirmava que a mídia diária impressa iria desaparecer, virou oportunidade. “Nós ocupamos espaços”, disse o diretor da Central de Diários ao citar o empresário norte-americano Warren Buffet que, após a compra, por U$ 140 milhões, da divisão de jornais de interior do grupo Media General, declarou: "Em cidades onde há um forte sentimento de comunidade, nenhuma instituição é mais importante que o jornal local".
Kalil apontou três princípios para que o negócio não entre em risco: seriedade e ética editorial; modelo de negócio sustentável, envolvimento com a comunidade. “Mas, para ir além, para crescer, precisamos estar juntos. Juntando as forças, podemos nos tornar potências na organização de coberturas conjuntas, com entrevistas, colunistas, análises, ampliando a competitividade editorial. Unidos, os 135 jornais que temos hoje na ADI Brasil, somos a grande imprensa de interior.”
Do ponto de vista comercial, alcançando audiência e mantendo-se a transparência nas informações sobre tiragem, preservadas e somadas as características de cada jornal, será possível atrair recursos. Já na área administrativa, é possível usar a criatividade para redução de custos, com a operação de centrais de impressões e compras conjuntas de materiais. Como exemplo de inovação, o empresário citou a experiência do Diários APP, que dá acesso às versões digitais de 20 jornais gratuitamente, aumentando a audiência.
Ao final de sua participação, Kalil falou da missão da Central de Diários. “Nós queremos ser catalisadores do crescimento dos diários do interior, não apenas como quem promove encontros como esse congresso, mas como quem trata essa união como um grande negócio. Para todos!”
Na sequência, Jonas Alei da Silva falou sobre a experiência da ADI-RS de compras coletivas de insumos para a produção dos jornais. O grande desafio, afirmou, é quebrar paradigmas. “Afinal, estamos compartilhando vantagens competitivas que podem fazer a diferença no balanço. Mas o que queremos é preservar o nosso meio, o nosso segmento.
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