Milhares se reuniram diante do Congresso, e uma parte ocupou marquise.
Seguranças tentaram, mas não conseguiram conter acesso da multidão.
Manifestantes romperam na noite desta segunda (17) o cordão de isolamento da Polícia Militar e ocuparam a marquise do Congresso Nacional onde ficam as cúpulas da Câmara e do Senado, em Brasília.
Inicialmente, os seguranças do Congresso conseguiram conter o acesso dos manifestantes, que subiram na marquise por uma das laterais do prédio.
Mas, em grande número, os manifestantes retornaram, e os seguranças não conseguiram mais evitar. O acesso à cobertura do Congresso não é permitido. Abaixo, a uma altura de cerca de cinco metros, há um espelho d'água. Por volta das 19h45, parte dos participantes do protesto começou a deixar a marquise.
A ação foi parte do protesto que reuniu milhares de pessoas em frente ao Congresso Nacional contra os gastos do pais com as copas das Confederações e do Mundo e em apoio às manifestações em São Paulo contra o reajuste das tarifas do transporte público. A Polícia Militar estimou em 5,2 mil o número de participantes da manifestação em Brasília.
O protesto em Brasília teve início às 17h. Os manifestantes saíram do Museu da República em direção ao Congresso Nacional. No trajeto, eles chegaram a fechar as seis faixas do Eixo Monumental.
Por volta das 20h, os manifestantes conseguiram furar parte do bloqueio policial e chegaram a cinco metros da entrada principal do Congresso. Uma barreira de policiais militares se posicionou na porta de entrada para evitar a entrada.
A cada momento os manifestantes entoam palavras de ordem contra um tema diferente. Entre os alvos do protesto está a PEC 37, que limita o poder de investigação do Ministério Público e está em tramitação na Câmara. Os manifestantes gritaram ainda: "Fora Feliciano!" e "fora mensaleiros!"
Com máscaras no rosto, muitos seguravam bandeiras brancas e cartazes com dizeres como “Não à violência”. Cerca de meia hora antes da invasão da marquise, pelo menos doismanifestantes haviam sido presos por jogar água em policiais.
A invasão da marquise do Congresso ocorreu depois de os manifestantes prometerem ao policiamento voltar ao Eixo Monumental e seguir em direção à Rodoviária do Plano Piloto, no sentido contrário ao Congresso.
De cima do edifício, manifestantes pediam para que os demais integrantes da marcha também subissem à marquise. Um cordão da Polícia Militar se posicionou na rampa do Congresso, isolando o acesso à área do Senado – os manifestantes estavam concentrados na área da Câmara.
Muitos acenderam luzes dos celulares e tochas, improvisadas com recipientes de desodorantes em spray. Também gritavam palavras de ordem. “Ih, ferrou, o gigante acordou, o povo acordou”.
O deputado André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara e presidente em exercício da Casa nesta semana, chegou a solicitar reforço do efetivo policial ao governador Agnelo Queiroz.
O presidente em exercício da Câmara, André Vargas (PT-PR), se reuniu com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, para pedir reforço no policiamento no Congresso. Em nota, a Câmara disse que Vargas “entende ser legítima toda a forma de manifestação democrática”, mas diz que “no entanto, sua maior preocupação é garantir a segurança de manifestantes, dos servidores e do patrimônio público”.
Às 19h50, a cavalaria da PM impedia os manifestantes que estavam no Eixo Monumental de descer em direção ao gramado do Congresso Nacional. Policiais militares também impediam que outros grupos de manifestantes seguissem da Rodoviária do Plano Piloto em direção ao Legislativo.
Às 19h50, a cavalaria da PM impedia os manifestantes que estavam no Eixo Monumental de descer em direção ao gramado do Congresso Nacional. Policiais militares também impediam que outros grupos de manifestantes seguissem da Rodoviária do Plano Piloto em direção ao Legislativo.
Um vidro do gabinete da 1ª vice-presidência da Câmara foi quebrado com uma pedra. Pelo menos 25 policiais da Casa atuavam na entrada e na Chapelaria e os demais nas outras entradas e anexos.
Às 20h50, três manifestantes foram levados para dentro do Congresso para negociar com a Polícia Legislativa. Quem comandou a conversa foi Paulo dO jovem Pedro Henrichs, de 27 anos, disse que faria uma lista de pedidos e estabeleceu três prioridades: punição aos policiais que agrediram manifestantes em SP, a abertura na Câmara de um procedimento de investigação de abusos por parte da polícia, e garantia de liberdade de manifestação.
Outro jovem chamado a negociar pediu uma "posição do governo" em relação à PEC 37, que limita o poder do Ministério Público, e uma reunião com deputados do DF e de cada estado da federação.
O representante da Polícia Legislativa disse que entregaria as demandas aos parlamentares e pediu que os jovens negociassem a saída dos manifestantes da porta da Câmara. No entanto, até as 21h10, centenas de jovens se aglomeravam na entrada principal diante do cordão de isolamento da polícia.
Diretor-geral da Câmara dos Deputados, Sérgio Sampaio, acompanhado de oficiais da PM, tentava sair para ver qual era a situação fora do edifício quando manifestantes o reconheceram e começaram a intimidá-lo. Os manifestantes romperam o cordão de policiais e, quando Sampaio viu que não ia conseguir deixar o prédio, recuou. Manifestantes cuspiram nele e o chutaram.
Manifestantes e policiais se enfrentaram às 21h50, depois que um grupo tentou invadir a Chapelaria. Os policiais usaram cassetetes e spray de pimenta para dissolver a multidão. Os manifestantes jogaram um skate e pedras em direção aos policiais. O confronto durou menos de cinco minutos. Ninguém foi preso.
e Tarso, representante da Polícia Legislativa.
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