JORNAL SEM LIMITES DE PÁDUA_RJ: CAMPANHA DO RIO RURAL ATINGE A MARCA DE 635 NASCENTES PROTEGIDAS

quinta-feira, 21 de março de 2013

CAMPANHA DO RIO RURAL ATINGE A MARCA DE 635 NASCENTES PROTEGIDAS


Meta é mobilizar produtores e parceiros para a preservação de 2016 nascentes até as Olimpíadas do Rio

A água é o recurso natural mais precioso para quem vive no campo e nas cidades. Seja para o consumo direto, para a produção de alimentos ou qualquer outra finalidade, ela é indispensável em todas as atividades humanas. Por isso, o Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura e Pecuária do Rio de Janeiro, criou a campanha Água Limpa para o Rio Olímpico, que em março atingiu a marca de 635 nascentes protegidas em parceria com os agricultores familiares.
O trabalho é realizado com apoio dos técnicos da Emater-Rio e inclui ações de sensibilização e mobilização dos agricultores e parceiros. O Rio Rural oferece também incentivos financeiros diretos ao produtor que deseja preservar as fontes de água. Cada agricultor que participa do programa pode receber até R$ 7 mil reais, de acordo com o perfil de sua propriedade, como incentivo para proteger as nascentes e córregos e adotar práticas de produção sustentável.
A conscientização, no entanto, vai muito além dos incentivos financeiros. Dos agricultores que aderiram à campanha, 262 protegeram suas nascentes com recursos próprios, a exemplo de vizinhos ou amigos, depois de participarem de atividades de campo, ou mesmo por vontade individual.
AÇÕES AMBIENTAIS
O Programa Rio Rural atua junto às comunidades das microbacias hidrográficas do estado, onde há um grande potencial de expansão das ações ambientais. Um estudo da secretaria mostra que existem 44.889 km de rios nessas microbacias, que podem ser preservados ou manejados de modo sustentável. O rol de práticas incentivadas pelo programa inclui proteção de nascentes, recuperação de matas ciliares, áreas de recarga hídrica e projetos de geração de renda com efeitos ambientais positivos.
BENEFÍCIOS PARA O AMBIENTE E PARA A POPULAÇÃO
A área no entorno de cada nascente protegida (um hectare) equivale a um campo de futebol. O cercamento dessas fontes evita a degradação por conta, principalmente, do pisoteio de animais. Dessa forma, ajuda a regularizar o ciclo da água e, assim, reduzir os custos de tratamento. Além disso, com a maior disponibilidade de água, diminui os efeitos da seca na pastagem e na lavoura, incrementando a produção agrícola e pecuária.
Quem já passou dias difíceis devido à falta de água valoriza as nascentes. Na microbacia Santa Maria, em São José de Ubá, região onde os recursos hídricos são escassos, uma nascente abastece dez casas e a escola local. Protegida com recursos do Rio Rural há cerca de 4 anos, a nascente do Sítio Santa Cruz é a fonte de água mais pura da localidade, qualidade garantida pelo monitoramento realizado pelo programa. Os 57 alunos da Escola Municipal Maria de Azevedo bebem esta água.  São pelo menos 200 litros por semana, transportados em galões de 20 litros, utilizados também para fazer a merenda. “Se não tivéssemos acesso a esta água, teríamos que comprar água mineral. A água que chega aqui não é boa para o consumo” diz Márcia Valéria da Silva, diretora da escola.
A rede de abastecimento de água que chega ao povoado é fruto de uma parceria da prefeitura com a Cedae, e capta água do rio Muriaé, que corta Itaperuna, município vizinho.  A água dos poços artesianos é salobra. As poucas nascentes existentes na localidade estão praticamente secas. Noêmia Moura Marinho, dona do sítio Santa Cruz, se orgulha de ter um oásis em sua propriedade, e divide com os vizinhos o bem que possui. Ela canalizou, de maneira artesanal, a água da nascente até as dez casas da vila, incluindo a sua. São mil metros de mangueira que passam por baixo da terra levando água para estas famílias. “A água vale muito, eu falo para as pessoas protegerem suas fontes. Depois que cercamos nossa nascente, nunca mais faltou água, nem no período mais crítico da seca”, diz Noêmia.
Em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, o agricultor Genílson de Souza Pinto, 45 anos, é outro exemplo de como a preservação da nascente faz diferença. O Assentamento Santo Amaro, na microbacia Rio Preto, onde ele tem sua propriedade, enfrentou um verão muito seco este ano. Como Genílson protegeu, há três anos, a nascente de sua propriedade, com incentivo do Rio Rural, ele não deixou de ter abastecida sua caixa d’água.  “Passou o verão todo e eu não deixei de ter água em casa, para as galinhas e para o gado. Não fosse essa nascente, a gente não podia nem ficar aqui na propriedade”, revelou.
O dia Mundial da Água é comemorado em 22 de março


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