Vocação,
conhecimento e sensibilidade para aprender com o agricultor são fundamentais na
profissão
Em
12 de outubro, comemora-se o Dia do Agrônomo. Entre as funções deste
profissional, de acordo com a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do
Rio de Janeiro (AEARJ), está garantir a melhoria da produção, conservação,
comercialização e consumo de alimentos, com a máxima atenção ao meio ambiente,
uso correto de insumos e preservação da saúde humana e de animais.
No
Estado do Rio de Janeiro, um terço dos cerca de três mil profissionais desta
área são do sexo feminino, segundo o assessor do Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia (CREA), Jorge Antônio da Silva. “A partir do ano 2000, o
número de mulheres interessadas pela profissão aumentou consideravelmente”,
informou.
Uma
dessas mulheres é Ana Rita Rangel, de 35 anos, executora do Programa Rio Rural
em Macaé, no Norte Fluminense. Formada há 15 anos pela Universidade Federal de
Viçosa (MG) e com mestrado em Fitotecnia Pós Colheita, ela revela que
nunca teve dilemas vocacionais. “Sempre disse que queria ser fazendeira e a
Agronomia foi a forma que encontrei de canalizar este desejo, que nasceu
comigo”, diz a profissional. Ana Rita, que atua há quase três anos como
extensionista da empresa estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater-Rio), é também licenciada pelo Ministério da Agricultura como
classificadora e degustadora de café.
Apesar
da vocação manifestada desde a infância, a profissional nasceu e foi criada na
cidade do Rio de Janeiro. Aos estudantes que pensam em escolher a Agronomia,
ela aconselha: “É uma carreira para a qual a pessoa tem que ser realmente
vocacionada. Não é muito interessante para quem deseja ficar perto dos grandes
centros, as maiores oportunidades não estão nas grandes cidades”, revela.
Embora
as mulheres ainda sejam minoria entre os colegas de profissão, ela diz que, no
Estado do Rio, o sucesso dos agrônomos na extensão rural, sejam do sexo
masculino ou feminino, está diretamente relacionado a confiança que eles
recebem dos agricultores. “É preciso ser aceito pela comunidade rural”, avalia.
Na
Região Serrana, o agrônomo há mais tempo na profissão é José Américo Canellas.
Ele ingressou, através de concurso público, na antiga Associação de Crédito e
Assistência Rural (Acar-RJ) - atual Emater-Rio - no início de 1975, antes mesmo
da fusão dos antigos estados do Rio e da Guanabara.
Formado
em 1974 pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Canellas conta
37 anos de serviços ininterruptos para a empresa, seu primeiro e único emprego.
Campista, ele começou a carreira no escritório de São Fidélis, no Norte
Fluminense, onde desenvolveu projetos ligados à conservação da água e solo, à
rizicultura (arroz) e ao cultivo da cana-de-açúcar, principal atividade
agrícola daquela região.
Desde
1976 em Nova Friburgo, o agrônomo é hoje técnico executor do Rio Rural na
microbacia São Lourenço e responsável pelas ações de assistência técnica e
extensão rural nas localidades de Macaé de Cima, Rio Bonito, Galdinópolis, Toca
da Onça, Santa Luzia, São Romão e adjacências, além de cuidar da parte de
crédito rural e comercialização agrícola.
"Por
conta da experiência adquirida em São Fidélis, a Emater me convidou para
atuar no Programa Nacional de Conservação do Solo (PNCS). Nova Friburgo foi um
dos poucos municípios do país a ser beneficiado por esse projeto. Acabei me
apaixonando pela cidade e estou aqui até hoje", resumiu o agrônomo.
Novas gerações
Cristiano
de Oliveira Catheringer, 26 anos, formou-se em pela Universidade Federal
de Viçosa em janeiro de 2010 e, em março do mesmo ano, ingressou na Emater-Rio.
“Sempre admirei a profissão, por promover a difusão de tecnologias no campo,
mas, quando comecei a trabalhar, percebi que vai além. O mais gratificante é a
amizade feita com os produtores e a sensação de poder auxiliar na melhora da
renda e qualidade de vida das famílias”, diz o agrônomo.
Lotado
no município de Porciúncula, no Noroeste, onde a cafeicultura é a principal atividade
agrícola, Cristiano deu assistência na implantação de sete lavadores e
descascadores de café e quatro secadores mecânicos comunitários, com recursos
do Programa Rio Rural. Junto com a equipe local, ele promove dias de campo,
visitas técnicas e reuniões com produtores, incentivando-os a produzir de
modo ambientalmente correto.
Com
dois anos e meio de profissão, seu trabalho já é reconhecido pelos
colegas. No próximo dia 17, Cristiano receberá uma homenagem da
Associação Estadual dos Engenheiros Agrônomos (AEARJ). O segredo do sucesso,
ele atribui à dedicação: “É preciso se atualizar, através da leitura e de
participações em congressos, para atender o agricultor com segurança. E é
importante trabalhar com humildade, compreendendo que o conhecimento técnico
não pode ser imposto, deve ser construído com o produtor, de forma a respeitar
o conhecimento que ele adquiriu ao longo dos anos”, reconhece.
Homenagem aos
extensionistas
A
AEARJ homenageará, na próxima quarta-feira (17 de outubro), cinco engenheiros
agrônomos que trabalham como extensionistas rurais, na Emater-Rio e no Programa
Rio Rural. A solenidade será no Salão Nobre da secretaria estadual de
Agricultura. É a primeira vez que a AEARJ realiza este evento e o objetivo é
valorizar os profissionais que atuam diretamente com o produtor rural.
“Existem
prêmios destinados ao pesquisador, mas o extensionista é um elo importante, que
faz os resultados da pesquisa serem colocados em prática no campo”, afirma o
presidente da associação, José Leonel Rocha Lima.
Serão
homenageados Antônio Leite Pentagna (Valença) e Monique Lopes Pereira da Silva
(Teresópolis), na categoria extensionista rural por gênero; Eiser Luis Costa
Felippe (São José do Vale do Rio Preto), por trabalhos agroecológicos; Gerson
Yunes Antonio (Friburgo), pelo trabalho de recuperação da Região Serrana; e
Cristiano de Oliveira Catheringer (Porciúncula), na categoria novo
extensionista.
Fotos:
01
- Canellas e o agricultor Geová Rimes, de Pilões, conversam sobre operação de
crédito rural.
02
- O agrônomo da Emater-Rio presta orientações ao produtor rural sobre o cultivo
do tomate.
03
- Cristiano Catheringer será homenageado pelo bom trabalho desenvolvido em
apoio aos cafeicultores.
04 - A agrônoma Ana Rita e um grupo de adolescentes em evento pelo Dia da Água, em março deste ano.
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