Com apoio do Rio Rural,
mulheres aprendem artesanato e já querem formar uma cooperativa
A pecuária leiteira e a
olericultura não são mais as únicas atividades desenvolvidas na microbacia
Conceição, no município de Itaocara, Noroeste Fluminense. O artesanato, antes
feito pelas mulheres, sem ser reconhecido como fonte de renda, está se
tornando uma atividade grupal organizada e com caráter profissional através do
Projeto Roçarte, desenvolvido com apoio do Programa Rio Rural e da secretaria
municipal de Assistência Social.
Vinte e cinco mulheres da
comunidade participam do curso de bordado livre, que teve início em outubro de
2011. O projeto, patrocinado pela Petrobras, surgiu na comunidade a partir das
atividades do Rio Rural, junto com o comitê gestor de microbacia (Cogem).
"Nas reuniões do Cogem, as mulheres manifestaram o desejo de aprender uma
atividade que pudessem conciliar com o trabalho na lavoura. O Roçarte estava
começando e conseguimos trazê-lo", disse o técnico da Emater-Rio e
executor do Rio Rural na microbacia, Luis Alberto Vilarinhos.
As aulas acontecem duas vezes por
semana, no Centro Comunitário de Conceição. A instrutora Rosaly Rosa Pinho
afirma que a turma está se saindo muito bem e vê um mercado promissor para a
atividade: “O bordado é bem visto em qualquer lugar. Quando levamos nossas
peças às feiras, vendemos tudo", diz.
As alunas também estão otimistas.
Quando as aulas acabarem, pretendem continuar trabalhando em grupo, formando
uma cooperativa. A merendeira Neuza Ferraz Leon, uma das poucas que
não trabalham na lavoura, acredita no potencial do grupo. “Se a gente se unir,
poderemos ter mais coisas na nossa comunidade. Muitas só trabalham na roça, vai
ser ótimo ter outra fonte de renda. Vamos crescer muito, vamos nos empenhar
para fazer bons produtos e vendê-los”, disse a aluna.
Muitas já tinham alguma
experiência em técnicas como vagonite, marca e crochet, mas nenhuma
sabia bordar. Maria Lener Pimenta, de 73 anos, que já trabalhou na roça ao
lado do marido, fez o próprio enxoval quando se casou e quer aperfeiçoar sua
técnica. “Nunca é tarde para aprender. Faço meus bordados e me distraio com as
companheiras de curso”, diz Maria. A mais jovem do grupo, Paloma da Silva
Barbosa, de 23 anos, já tem clientela para os trabalhos de vagonite e pintura e
quer aumentar sua renda. “Eu espero que o bordado me ajude a vender mais, seja
mais uma opção de compra para minhas clientes”, diz Paloma.
Legenda das fotos:
Roçarte_itaocara1: A aluna Neuza Leon já pensa no futuro do
grupo: formar cooperativa para ter renda própria
Roçarte_itaocara2: Vinte
e cinco mulheres da microbacia Conceição estão aprendendo a bordar.
Roçarte_itaocara3: A
instrutora Rosaly Pinho auxilia as alunas.
Roçarte_itaocara4: Carteiras
e portaníqueis feitos pelas alunas.
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