Os prejuízos causados pelas chuvas deste ano nas atividades industriais do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro chegaram a R$ 30 milhões. O setor das indústrias de transformação foi o mais afetado nas duas regiões, segundo informações divulgadas hoje pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Das 261 indústrias entrevistadas, 53,3% foram afetadas pelas enchentes. A área de produção foi a mais atingida, sendo citada por 91,4% das empresas, seguida pelo departamento de vendas, com 68,3%, e administrativo, 27,3%. "Os principais impactos estão relacionados à dificuldade de escoamento da produção", diz a pesquisa. O problema foi citado por 57,6% das empresas.
Além disso, 56,1% das empresas se queixaram de problemas no recebimento da matéria-prima e 53,2% da falta da mão de obra devido à impossibilidade dos funcionários de chegar ao local de trabalho. Estoques danificados de matéria-prima e de produtos finalizados representaram prejuízos relatados por 10,8% e 9,4% das indústrias, respectivamente.
Das empresas que fizeram parte da pesquisa, 83,2% são do segmento de transformação, que inclui setores como Alimentos, Bebidas e Vestuário; e 15,3% de Construção Civil. A grande maioria das indústrias, 95,8%, é de micro e pequeno porte e se concentra em municípios como Campos dos Goytacazes, com 42,9%; Itaperuna, com 20,3%; Santo Antônio de Pádua, com 11,9%; Bom Jesus do Itabapoana, com 5%; e Aperibé, com 4,6%.
As empresas foram afetadas pelas chuvas, em média, por 12 dias e 68,3% delas tiveram condições de quantificar as perdas financeiras. Segundo a Firjan, 57,6% acreditam que terão sua produção normalizada até o próximo dia 9, sendo que 42,4% relataram já ter retomado suas atividades.
Não foi a primeira vez que as indústrias ouvidas foram atingidas pelas chuvas: de 1997 a 2006, 15,3% relataram ter sofrido com enchentes; 39,8% declararam que foram afetadas em 2007; 49,5% em 2008; além de 35,5% em 2009 e 2010.
Políticas de planejamento urbano foram citadas por 47,5% das indústrias como a principal medida que poderia ser tomada pelo setor público para minimizar os impactos das chuvas. Melhorias no escoamento da água e cuidado com os leitos dos rios foram lembrados, respectivamente, por 44,6% e 40,3% das empresas.
(Marta Nogueira | Valor)
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