Por uma Pátria democrática e soberana, cuidadora da vida e da Criação
A 31ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas, que aconteceu como de costume na data da Independência Nacional, traz neste ano o lema: Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo o dia. Nesta jornada busca-se sempre atualizar o significado da emancipação para todos os brasileiros (as), ampliando a inclusão e os direitos sociais, fazendo nesta feita ressoar o plebiscito que provoca uma consulta sobre a extinção da jornada de trabalho 6x1 e a taxação das pessoas super-ricas. Ao mesmo tempo, o lema é sugestivo lembrando da Campanha da Fraternidade sobre a Ecologia Integral e também apontando para a COP 30 que será sediada em novembro deste ano na cidade de Belém. De veras a luta pela democratização dos bens comuns assim como a implementação de um desenvolvimento sustentável e integral exige uma ecodemocracia isto é uma democracia que transcenda os humanos para afirmar também os direitos da Criação e de todos os seres e criaturas, como afirma Giuliana Martinari uma onicracia de todos/as os viventes.
A Constituição Cidadã de 1988 elenca junto aos princípios do Estado Democrático de Direito, a axiologia e ordenamento de uma justiça e equilíbrio ambiental, o direito ao meio ambiente saudável e a responsabilidade do cuidado. Inspirada por esta Carta Magna se tem aprovado uma legislação ambiental robusta e abrangente, com Códigos como o Florestal, o plano ambiental das cidades, de resíduos, das bacias e recursos hídricos. Não foi por acaso que foi feita no Brasil a ECO 92, formulando a agenda 21, incidindo na Conferência de 1994 que determinou a Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC) que propõe a reunião anual das COPs. Os direitos humanos de terceira geração demandam junto aos valores da paz e solidariedade, a sustentabilidade, sem a qual não há futuro para a Terra e as próximas gerações, e até a própria vida. Uma Pátria democrática e soberana, defende a vida plena para todos os cidadãos e criaturas, entendendo a Pátria no sentido mais profundo que vai da ancestralidade dos pais, das famílias, as culturas, biomas,etnias,economias, valores e princípios que a integram.
Inspirados nas cores da nossa bandeira que nos lembra do verde das matas e florestas, o amarelo da luz solar de um país tropical e generoso com a abundante riqueza da biodiversidade que deve ser preservada, o azul das águas, do nosso céu onde resplandece o Cruzeiro, trazendo a memória e profecia da cruz salvadora, amorosa e compassiva que nos forma como povo que luta por mais vida e esperança, celebraremos com alegria e lucidez o dia da nossa independência . Deus seja louvado!
+ Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo Diocesano de Campos
Campos dos Goytacazes, 07 de Setembro de 2025
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