Empresa emitiu nota na rede social dizendo que viagem foi registrada na ANTT. Diante das acusações, o g1 tentou novo contato com a LG Turismo, mas as ligações não foram atendidas. Gilson Alves Paixão Júnior, pai de Kailon, mostra a chuteira do filho morto em acidente
André Lamounier.
“Ele amava futebol”. É com essa frase, muito emocionado, que o pai de Kailon da Silva Paixão, falou da relação do filho, de apenas 13 anos, com a bola. O adolescente é uma das quatro vítimas do trágico acidente registrado na madrugada desta segunda-feira (30), na BR-116, em Além Paraíba.
Kailon representava a Esporte Clube Vila Maria Elena, de Duque de Caxias (RJ), na Copa Nacional Ubaporanga, disputada no fim de semana. De lá, com o título em mãos, a equipe voltava para a baixada fluminense, quando se acidentou na estrada.
O pai fez novas denúncias sobre a situação do ônibus, em viagem que foi custeada com reservas da família. Conforme ele, o automóvel já teria dado problema antes mesmo do embarque de ida, agendado para a quarta-feira.
“Meu filho fez uma viagem, com sonho prometido por empresário de futebol. O horário era para sair meio-dia na quarta-feira, botaram para sair 21h, porque falou que o ônibus deu problema durante o dia. Aí falou que só podia botar o ônibus circular à noite”.
Ele também relatou como foi o retorno, no domingo. “Era para sair pelo menos 15h, mas a competição atrasou, jogaram uma final quase 17h. Assim que acabou a final, botaram as crianças só para tomar um banho rapidinho no alojamento, mandaram mensagem dizendo que entre 5h e 6h meu filho ia chegar em casa”, disse aos prantos.
A LG Turismo não comentou as acusações. Mais cedo, a empresa respondeu, por e-mail, que a seguradora foi acionada e está cumprindo todas as exigências para que o atendimento seja efetuado o mais rápido possível. Antes disso, também fez uma postagem nas redes sociais:
“Estamos nos colocando a disposição para dar todo o suporte necessário aos órgãos competentes, aos passageiros e familiares. Somos registrados na ANTT e na lista de passageiros constam 31 passageiros mais o motorista. No momento estamos aguardando maiores informações da PRF local e funcionários da empresa já estão a caminho para acompanhar de perto.”
Segundo Gilson, a família não teria recebido apoio de nenhum outro possível envolvido no transporte dos meninos. Empresários, clube e organização do evento também não teriam formalizado apoio aos pais do adolescente.
Mais cedo, Pedro Augusto, de 16 anos, jogador que estava no ônibus e que sobreviveu à tragédia, disse à TV Integração que o condutor do ônibus estaria “correndo muito”.
“Vínhamos dizendo que a viagem estava estranha porque o motorista estava correndo muito em todas as curvas”.
A Polícia Civil informou que foi instaurado inquérito para apuração dos fatos, e que o condutor será ouvido. “Algumas vítimas que receberam alta do hospital já foram ouvidas. O motorista, assim que possível, também será ouvido”.
Identificação dos corpos
Os corpos dos jovens, com idades entre 13 e 18 anos, precisaram ser transferidos para o Posto Médico Lgal (PML) de Juiz de Fora, já que o instituto da Polícia Civil de Leopoldina, cidade localizada mais próxima ao município de Além Paraíba, não tinha legista para os levantamentos.
Com isso, foram aproximadamente 120km de viagem.
Por volta das 19h, a Polícia Civil informou que todos os corpos foram liberados para familiares ou responsáveis. Diogo Coutinho Chao Villar, de 18 anos, era o mais velho e assistente técnico da equipe.
Confira a relação:
Kailon da Silva Paixão, 13 anos, morador de Magé
Andrei Viana da Costa Silva, 15 anos, morador de Duque de Caxias
Diogo Coutinho Chao Villar, 18 anos, Duque de Caxias
Thyago Ramos de Oliveira Dias, 15 anos, Duque de Caxias
Fonte: Legalzona.com.Br
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