Rio - Após a Petrobras anunciar alta no preço dos combustíveis, que passou a valer a partir desta sexta-feira, 11, os motoristas vão sentir ainda mais o impacto no bolso. Nesse cenário, eles buscam maneiras de driblar o uso da gasolina ou do diesel. Para isso, especialistas procurados pelo DIA dão dicas de como dispensar o uso dos combustíveis reajustados e explicam se vale a pena investir no abastecimento do carro com álcool.
Para Carlos Heitor Campani, professor de finanças da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os consumidores que recorrem ao uso do etanol para economizar podem se equivocar na hora da troca. Segundo o professor, a conta para fazer a substituição da gasolina pelo álcool precisa ser feita de maneira correta.
"Por um lado, o álcool é um combustível com litro mais barato, porém, ele roda menos quilometragem também. Então é preciso fazer a conta individual de quanto cada pessoa gasta com seu automóvel usando o álcool por quilômetro rodado e quanto gastaria a gás por quilômetro rodado. O resultado vai dizer se o álcool ganha ou não", explica o especialista.
Nesse caso, o professor pede que o motorista leve em conta o preço da gasolina a R$ 8 o litro e o automóvel consumir 1 litro a cada quilômetro. "Logo, a cada quilômetro rodado, o consumo seria de R$ 1. Essa mesma conta precisa ser feita com o etanol, pois, mesmo que o álcool tenha um custo menor, a performance dele não é a mesma. O motorista precisa observar se na sua conta o gasto por quilometragem é mais vantajoso com o etanol antes de fazer essa troca", alerta.
O economista Gilberto Braga, professor da Fundação Dom Cabral, também indica que o valor do etanol compete diretamente com o preço da gasolina atualmente, e por isso, o consumidor deve estar atento ao rendimento dos dois combustíveis.
"Por conta das questões climáticas, a produção de etanol sofreu um reajuste esse ano. Para que seja vantajoso abastecer com álcool, é preciso que o preço seja ao menos 70% do valor da gasolina. Nesse momento, mesmo com a alta do diesel e da gasolina, essa troca não é justificada quando o rendimento dos combustíveis são desproporcionais", diz o economista.
Segundo Campani, mesmo que a alta do combustível já fosse algo presente na vida dos consumidores, a guerra na Ucrânia tem tido uma influência direta nesse cenário.
"O país já convivia com preços de combustível muito altos e a guerra veio para atrapalhar esse cenário ainda mais. Então, quando um produto aumenta o preço em excesso, a resposta da sociedade é diminuir seu uso. Mas se tratando de combustível, não é tão fácil assim, de maneira que cada um deve fazer o seu esforço para que dependa menos de combustíveis”, afirma.
A professora de administração de empresas e economista Enivalda Alve da Silva Pina diz que a alta no preço da gasolina agrava a delicada situação econômica do país.
“O aumento no preço dos combustíveis reflete no bolso dos brasileiros e o consumidor sente esse peso direto em suas finanças. O consumidor precisa tomar a decisão referente às alternativas que são propostas e escolher aquela que realmente cabe em seu bolso. As escolhas são poucas e por essa razão precisam ser estudadas com cautela”, esclarece a economista.
“O combustível que estava na bomba foi comprado antes da alta da Petrobras, então o posto buscou ganhar mais em cima de um combustível comprado anteriormente. Cabe ao consumidor questionar a atitude e optar por mudar de posto. O consumidor pode escolher se relacionar com um posto de gasolina que seja mais parceiro, assim como em qualquer outro tipo de relacionamento comercial. O consumidor quer sempre estar ao lado do estabelecimento que tenha uma empatia maior pelo cliente”, concluiu Campani.
Confira alternativas para economizar
A professora Maribel Suarez, especialista em comportamento do consumidor, também afirma que existem maneiras possíveis de evitar o uso de automóveis durante esse período de crise. “Há algumas maneiras quando pensamos em economizar, como uso de bicicleta, metrô e trem. Ou eu uso o carro em um trecho que é mais livre, que gasta menos gasolina e depois eu pego um transporte público”, diz a especialista.
“Esquemas de carona, ou seja, usar o carro de forma coletiva, combinando trajeto, combinando horários com os colegas de trabalho, para dividir o preço da gasolina também são ótimas alternativas. Atualmente temos aplicativos que são eficientes neste compartilhamento do automóvel. Esses podem ser meios de reduzir o impacto do preço da gasolina no dia a dia”, acrescenta Maribel.
A professora Maribel Suarez, especialista em comportamento do consumidor, também afirma que existem maneiras possíveis de evitar o uso de automóveis durante esse período de crise. “Há algumas maneiras quando pensamos em economizar, como uso de bicicleta, metrô e trem. Ou eu uso o carro em um trecho que é mais livre, que gasta menos gasolina e depois eu pego um transporte público”, diz a especialista.
“Esquemas de carona, ou seja, usar o carro de forma coletiva, combinando trajeto, combinando horários com os colegas de trabalho, para dividir o preço da gasolina também são ótimas alternativas. Atualmente temos aplicativos que são eficientes neste compartilhamento do automóvel. Esses podem ser meios de reduzir o impacto do preço da gasolina no dia a dia”, acrescenta Maribel.
Para aqueles que dependem do uso do automóvel, o especialista indica alternativas mais econômicas na hora de abastecer. “Aqueles que dependem realmente do automóvel podem pensar em transformar o automóvel em consumo de gás, que é um combustível mais 'verde', sustentável, contanto que alguns estados oferecem descontos no IPVA, como é o caso do Rio de Janeiro, para estimular as pessoas a converterem seus carros para gás”, conclui o professor.
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