Sem provas, o presidente voltou a acusar governadores de
'supernotificação' de mortes pelo novo coronavírus
O presidente Jair Bolsonaro voltou à carga com discursos
anticientíficos nesta quinta-feira 10, durante evento no Ministério do Turismo.
Ele adiantou que o Ministério da Saúde emitirá um parecer que desobrigará o uso
de máscara por pessoas vacinadas.
A medida, segundo o ocupante do Palácio do Planalto, visa
“tirar esse símbolo que obviamente tem a sua utilidade para quem está infectado”.
Bolsonaro voltou a dizer que “a quarentena é para quem está
infectado, não para todo mundo, porque ela destrói empregos”. Ele também tornou
a mencionar um relatório com dados não comprovados sobre as mortes por
Covid-19 no Brasil, produzido pelo auditor do Tribunal de Contas da União
Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. Na quarta-feira 9, o TCU afastou o
servidor.
O suposto documento feito por Marques, que foi usado por
Bolsonaro na segunda-feira 7, dizia que 50% das mortes registradas por
Covid-19 no Brasil, na verdade, tiveram outras causas
No mesmo dia, o TCU desmentiu o presidente sobre
os números citados. “O TCU esclarece que não há informações em relatórios do
tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado
não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada
hoje”, diz o texto.
Na terça-feira 8, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP),
membro da CPI da Covid, afirmou que é urgente a necessidade de aprovar a
quebra dos sigilos do auditor,
“O relatório é bastante claro, dizendo que o critério
adotado pelo Ministério da Saúde poderia levar à prática da supernotificação de
casos de Covid, para que governadores ganhassem mais recursos do governo
federal. TCU foi exemplar”, insistiu o presidente.
Fonte: Carta Capital
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