O desmoronamento parcial – a fachada – da Igreja de São Sebastião, na última quinta-feira (13), além de ter pegado de surpresa a comunidade católica do município, por muito pouco, não gerou uma crise de maiores dimensões. Tudo começou após uma visita neste final de semana de técnicos do Iphan (Instituto Patrimônio Histórico Artístico Nacional) e Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) ao município. A equipe que, inclusive, registrou ocorrência na 140ª DP/Natividade (leia abaixo), alegou ter sido “friamente recebida na cidade e impedida de realizar vistoria nos escombros”, pelo fato de seu pároco, padre Rogério Cabral, em viagem, não estar presente.
Tão logo retornou, o sacerdote foi taxativo em afirmar, que o templo se trata de propriedade particular da Igreja Católica e que nos bastidores, havia um movimento sendo engendrado, com a participação de personalidades da cidade, para se tentar um possível tombamento do imóvel, que na prática, segundo ele, retirariam por completo a autonomia de seus gestores, sobre possíveis obras de restauração ou ampliação. O sacerdote, por telefone, sem gravar entrevista, falou sobre o caso à Rádio Natividade.
– Meu coração está despedaçado! A igreja em que estou há quase dez anos, não a tenho mais! Quando dá 06h, ficou aguardando o badalar dos sinos, que também caíram. É algo parecido com a morte, a percepção é de que morreu alguém, um vazio enorme! Louvo a Deus que nada demais tenha acontecido e que ninguém se machucou. Em tenho vida e saúde e com o apoio do povo, vamos reerguer em breve nossa matriz. Diante de Deus, pelo menos paredes, laje e telhado, vamos levantar em curto espaço de tempo, talvez menos de dois anos, – destacou.
Ainda de acordo com padre Rogério, a partir de agora, a verdade foi restabelecida diante de tantas mentiras.
– Veja bem: quando lancei a maquete, em dezembro, teve um grupo que ficou possesso, dizendo que eu não podia fazer aquilo. E pelo que percebi, havia esse movimento, até de cunho politico, sendo tramado nas sombras, para tentar retirar a gestão das obras da igreja das mãos da paróquia. Assim que retornei, procurei o poder público e exigi um posicionamento oficial para restabelecer a verdade. O que se queria fazer era, na prática, se apropriar de Varre-Sai e tombá-la por inteiro. Se aproveitaram da minha ausência e fizeram esse circo todo, indo até o prefeito para autorizar a entrada em local particular. Somos completamente contrários a esta tentativa de intromissão, que nos causaria um prejuízo enorme. Chegaram aqui gritando, achando estar lidando com um bando de analfabetos e burros, – desabafou o sacerdote.
Conforme o solicitado pelo padre, a prefeitura emitiu nota se manifestando contrária a quaisquer tipos de tombamentos e sustentando, que não existe em curso nenhum processo do gênero. A emissora não conseguiu contato com representantes dos órgãos citados.
Da redação da Rádio Natividade
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