Não caiu bem entre os servidores a reclamação do governador Luiz Fernando Pezão quanto ao valor que irá receber de aposentadoria. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Pezão lamentou o benefício de “apenas” R$ 5.100 que irá receber após deixar o cargo de governador do Estado. O governador afirmou que “só com esse dinheiro e o de sua mulher, não dá viver”. E que “se em janeiro arranjar um emprego numa empresa para a qual deu um benefício fiscal, irá “apanhar”.
— Se o governador acha que R$ 5 mil não dá nem pra viver, ele poderia ter aproveitado a oportunidade e atualizado os salários dos servidores já que algumas carreiras, como as da saúde, não chegam a 2 mil por estarem com 20 anos de defasagem. Podia ao menos ter pago os salários em dia durante o seu mandato. Afinal, se com 5 mil por mês não dá pra viver, imagine com nada durante 4 meses — criticou Bruna Werneck, vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Fundação Cecierj.
Outra crítica dos servidores recai sobre o congelamento dos salários, além da vedação a oferta de reajustes e planos de carreira. Algumas categorias questionam a falta de reposição da inflação pelos últimos quatro anos.
— Lamentável a fala do governador. Foi desconexo da realidade dos seus próprios servidores. Um exemplo é cenário dos servidores de apoio da Defensoria Pública: o salário de nível superior hoje é de R$ 3.948,47, e o nível médio R$ 3.206,47. Isso sem os descontos previstos por lei — destacou Gustavo Belmonte, presidente da Associação dos Servidores da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Vale destacar que a média salarial dos servidores ativos do Estado do Rio gira em torno de R$ 4,9 mil, segundo o Caderno de Recursos Humanos de julho, divulgado pela secretaria de Estado de Fazenda e Planejamento. Quanto aos aposentados, média salarial de R$ 5,2 mil.
Texto: Jornal Extra / Nelson Lima Neto / Foto: Internet
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