quarta-feira, 29 de março de 2017
Cadeia láctea do Rio de Janeiro tem potencial para crescer em todo o estado
Produzido pelo Sistema FIRJAN e Sindicato das Indústrias de Laticínios, estudo diz que produção pode multiplicar por quatro
O Sistema FIRJAN e o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Rio (SindLat-RJ) finalizaram o Diagnóstico da Cadeia Agroindustrial de Lácteos fluminenses, que comprova o forte potencial de crescimento do setor. Conforme o estudo, a cadeia do leite tem potencial para aumentar em até quatro vezes a sua produção, confirmada pelo alto consumo do produto em todo o estado.
Produzido pela MilkPoint Inteligência, a pedido do sindicato e da Federação, o diagnóstico avaliou os números da cadeia produtiva da última década e constatou o enorme espaço para crescer, baseado apenas no consumo de leite tanto pelo consumidor final quanto para os demais setores, que usam o produto como matéria-prima na produção de derivados. Atualmente, o estado do Rio produz 513 milhões de litros/ano, o que corresponde apenas a 22% do total consumido, ou seja, 2,9 bilhões de litros/ano em todo o estado.
“A produção local supre apenas um quarto da demanda interna pelo produto. Mesmo que dobrássemos nossa produção de leite nos próximos dez anos, ainda teríamos que importar dos demais estados. A indústria fluminense, composta por 102 empresas, movimenta em torno de R$ 1,4 bilhão. Deste montante, de 50 a 60% vão direto para os produtores rurais distribuídos em todos os municípios do estado”, destaca Antonio Carlos Celles Cordeiro, presidente do SindLat-RJ.
De acordo com o diagnóstico, as soluções para aumentar a capacidade produtiva passam pelo desenvolvimento de um planejamento estratégico setorial, além da continuidade de incentivos fiscais. O sindicato e a FIRJAN defendem a elaboração de políticas públicas que tenha como meta inicial a redução das “importações de lácteos de outros estados” e elevar a produção interna para 50% do atual consumo.
Segundo Antonio Carlos, se essa meta for alcançada, “mais do que duplicaremos o Valor Bruto da Produção (VBP) e, consequentemente, se cria um grande programa de geração de emprego e renda”. “Não há nenhuma outra atividade que possa gerar tanta riqueza distribuída por quase todos os municípios”, acrescenta.
O Estado do Rio tem, conforme o levantamento, como pontos fortes para o crescimento da cadeia láctea os baixos custos de distribuição, o grande mercado consumidor local e a renda per capita do consumidor final. No entanto, como pontos fracos, destacam-se o atual perfil do produtor, as condições de produção no campo, os custos dos principais insumos e os incentivos fiscais de outros estados, que reduzem, comparativamente, os incentivos fluminenses.
“Um dos principais problemas é a compra de leite fresco de outros estados e que são processados aqui, pois os impostos pagos para essa importação geram custos”, explica Antonio Carlos.
Para incentivar o fomento à produção local, o Sistema FIRJAN e o sindicato preveem o desenvolvimento de um planejamento estratégico de longo prazo, contemplando ações setoriais coordenadas com os diversos agentes da cadeia produtiva: sindicatos, Emater, Embrapa, universidades e institutos de pesquisa, Secretaria de Agricultura do estado, entre outros. O objetivo é alavancar efetivamente os volumes de produção no estado, reduzir a dependência externa e melhorar a eficiência de aproveitamento da estrutura industrial fluminense.
Fórum Empresarial de
Alimentos e Bebidas
O diagnóstico da cadeia agroindustrial de lácteos fluminense foi apresentado a empresários industriais, representantes da academia, do governo e do Sebrae, que integram o novo Fórum Empresarial da Cadeia Produtiva de Alimentos e Bebidas do Sistema FIRJAN, ampliando a atuação do Fórum Empresarial de Agroindústria, que existia até o ano passado.
“Para atender melhor aos interesses dos empresários foi criado, no ano passado, a gerência setorial de Alimentos e Bebidas na FIRJAN. Com o novo fórum, ampliaremos o escopo de atuação, incluindo desde a produção agrícola até a ponta final do processo, que é a mesa do consumidor”, afirma Antonio Tavares, gerente setorial de Alimentos e Bebidas da Federação.
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