Na época em que vivemos,
a evidente crise social e espiritual torna-se um desafio pastoral que interpela
a missão evangelizadora da Igreja para a família, núcleo vital da sociedade e
da comunidade eclesial. Para o papa Francisco, em concordância com esta
afirmativa, propor o Evangelho sobre a família é mais urgente e necessário que
nunca.
Com isso, o pontífice decidiu estabelecer, para o Sínodo dos
Bispos, um itinerário de trabalho em duas etapas: a primeira, Assembleia Geral
Extraordinária de 2014, destinada a especificar o “status
questionis” (o estadao da questão) e a recolher testemunhos e
propostas dos Bispos, para anunciar e viver de maneira fidedigna o Evangelho
para a família; a segunda, Assembleia Geral Ordinária de 2015, em ordem a
procurar linhas de ação para a pastoral da pessoa humana e da família.
O recente lançamento da PAULUS, Os desafios pastorais sobre a
família no contexto da evangelização: III Assembleia Geral Extraordinária do
Sínodo dos Bispos é
o documento que traz perguntas de preparação às Igrejas particulares, para que
elas possam participar ativamente na preparação do próximo Sínodo dos Bispos.
Hoje, existem em todo o
mundo problemáticas que até há poucos anos eram inéditas; a difusão dos casais
de fato, que não oficializam o matrimônio religioso, uniões entre pessoas do
mesmo sexo, às quais não raro é permitida a adoção de filhos. Essas e numerosas
novas situações do mundo atual, papa Francisco acredita que exigem a atenção e
o compromisso pastoral da Igreja.
O documento, ao final,
traz um questionário que chama a atenção do episcopado mundial, perante esses
desafios. São questões que permitem às Igrejas particulares participar
ativamente na preparação do Sínodo Extraordinário, que tem como finalidade
anunciar o Evangelho nos atuais desafios pastorais a respeito da família.
Para papa Francisco, é fundamental que
o maior número de católicos possível, de diversas opiniões, respondam ao
questionário vaticano, e não apenas aqueles que podem desemaranhar questões
complicadas sobre o papel da lei natural na vida familiar. Além dos católicos
praticantes, também os que se sentem excluídos da Igreja, para que este
sentimento de exclusão possa ser revertido.
Fará
parte do Conselho permanente da Secretaria do Sínodo, o cardeal Odilo Scherer,
arcebispo de São Paulo, que, entrevista por Silvonei José, do Programa
Brasileiro, recorda que se mantém em programa, em outubro de 2015, uma outra
assembleia, ordinária, do Sínodo, nos 50 anos da criação, da parte de Paulo VI,
desta instituição sinodal. Esse Sínodo de 2015 deverá colocar-se em
continuidade com o de 2014 e poderá ter como tema "Família e pessoa
humana", enfrentando complexas questões antropológicas com que se confronta
a humanidade e a Igreja do nosso tempo.
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