Papa alerta para corrupção na Igreja
Após sair do retiro espiritual, Bento 16 se reúne
com a Cúria romana e afirma que ‘o demônio sempre tenta sujar a criação de
Deus’
Cidade do
Vaticano - Ao deixar seu retiro espiritual de uma semana, Bento 16 fez, ontem,
uma advertência sobre a corrupção na Igreja. Perante os integrantes da Cúria
romana, afirmou: “O demônio sempre tenta sujar a criação de Deus” através “do
mal deste mundo, do sofrimento e da corrupção”. O Papa, que renuncia
oficialmente na quinta-feira, prometeu ainda sua “proximidade espiritual”,
mesmo depois de se afastar.
Bento 16 só vai permanecer no Papado até a próxima
quinta-feira | Foto: EFE
“Escuridão
e sujeira. O mal trabalha para escurecer, para sujar a beleza de Deus”,
continuou o Papa. “Mas da escuridão e da lama emerge a fé que ajuda a encontrar
a bússola entre as trevas, a mão de Deus, para redescobrir o amor e a verdade”,
acrescentou ele, que agradeceu à Cúria pelos últimos oito anos.
Depois,
em sua primeira aparição depois uma semana de exercícios espirituais, o Papa
recebeu em audiência o presidente da República da Itália, Giorgio Napolitano, e
sua esposa. Bento 16 disse a Napolitano que rezará pela Itália.
Também
ontem, o porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, criticou duramente as
matérias publicadas pela imprensa italiana nos últimos dias que dão conta de escândalos
sexuais gays e de corrupção no Vaticano. Lombardi os classificou como “rumores
e calúnias”, durante uma entrevista para a rádio do Vaticano. O jornal ‘La
Repubblica’ publicou reportagem revelando que o Papa tomou a decisão de
renunciar após ter acesso a documento oficial de 300 páginas, com investigações
sobre o escândalo do VatiLeaks. O dossiê — que poderá ser divulgado aos
cardeais participantes do conclave — contém informações sobre corrupção e,
durante as investigações, veio à tona a existência de rede de prostituição de
seminaristas.
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