PM trocou assento em que sempre viajava por atrasar
compra da passagem.
Acidente na Rio-Teresópolis deixou 11 mortos e pelo menos 19 feridos.
Acidente na Rio-Teresópolis deixou 11 mortos e pelo menos 19 feridos.
O policial militar Anésio Rosa de Freitas Júnior, de 37 anos, sofreu apenas um pequeno corte em cima da orelha direita no grave acidente de ônibus ocorrido na tarde desta segunda-feira (22), na altura do km 102 da rodovia Rio-Teresópolis (BR-116), que deixou pelo menos 11 mortos e 19 feridos. Morador de Itaperuna, de onde partiu o coletivo, ele é estudante de música da UFRJ e viaja para o Rio todas as terças e quintas-feiras, sempre na poltrona 23. Dessa vez, deixou para comprar a passagem em cima da hora e acabou obrigado a ir na poltrona 35. Foi o que o salvou, segundo o PM.
"Tinha a janela de emergência do lado e eu consegui sair por ela", contou o PM, que esteve em observação no Hospital Municipal de Guapimirim, município mais próximo de onde ocorreu o acidente, e teve alta à noite. Ele acredita que os feridos com mais gravidade estava nos bancos mais à frente.
Anésio disse que estava dormindo e que acordou com muita gente gritando e o onibus descendo muito rápido. Ele conta que viu o veículo cortar um caminhão antes de bater no meio-fio e entrar na mata. O PM aguarda os familiares para voltar para casa. "Quando eu voltei no ônibus para buscar minhas coisas, vi vários mortos", disse ele. "Eu nasci de novo", completou, ainda abatido (no vídeo, veja reportagem do Jornal Nacional sobre o acidente).
Falha no freio
Peritos de Polícia Civil investigam se o ônibus, que caiu em uma ribanceira, teria perdido o freio antes do acidente. A falha técnica também é uma das hipóteses da causa do acidente, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A outra possibilidade é a de o motorista, que também morreu, ter passado mal.
A linha de investigação da PRF é baseada em relatos de
testemunhas, que viram o ônibus, da empresa Auto Viação 1001, descer a serra na
contramão, com o alerta ligado. A técnica de enfermagem Sônia Tambara e o
aposentado Sebastião Tambara seguiam de carro para Teresópolis quando viram o
ônibus descer a serra na contramão. Sebastião diz que desviou, mas mesmo assim
o ônibus bateu na lateral do seu carro. O casal fez o retorno para ir atras do
ônibus e tentar pará-lo, mas não achou mais o coletivo na estrada.
"Descemos a serra até a delegacia e ao chegar lá fomos saber do
acidente", contou Sônia. "A gente ia bater de frente. Descemos
rezando o terço juntos."
Segundo peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, o tacógrafo, que registra a velocidade do ônibus, marcava 80 km/h. A velocidade máxima permitida é de 60 km/h. A polícia também afirmou que não há marcas de freio.
O onibus será levado para o pátio da empresa e lacrado ate a polícia ir ao local fazer uma perícia mais aprofundada. O caso foi registrado na 67ª DP (Guapimirim).
A 1001 informou que faz manutenção constante nos veículos e que vai investigar se o veículo acidentado havia tido o freio inspecionado recentemente. A companhia disse que vai divulgar o nome dos mortos nesta terça-feira (23) e disponibilizou para os parentes das vítimas telefones (0800 941 3334, (11) 5060-5610 e (11) 5069-1177) para informações sobre o estado de saúde dos internados.
O ônibus saiu da cidade de Itaperuna, no Noroeste Fluminense do Rio, às 9h da manhã desta segunda-feira (22) com 29 pessoas, segundo a 1001. A assessoria disse ainda que, na hora do acidente, o número de passageiros poderia ser maior, já que o ônibus parou em outras cidades, como Miracema, Santo Antonio de Pádua, Pirapetinga e Além Paraíba. O destino do veículo era o Rio de Janeiro, com chegada prevista para 16h.
Segundo o Corpo de Bombeiros, oito feridos foram socorridos pela corporação. A CRT, companhia que administra a rodovia, informa que socorreu outros 11. Os corpos dos mortos foram levados à noite para o Instituto Médico Legal (IML) do Centro do Rio. Segundo a PRF, 10 vítimas morreram no local e apenas uma morreu a caminho do hospital.
Segundo os bombeiros, os oito socorridos foram levados para o Hospital das Clínicas de Teresópolis (5 vítimas), o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na Baixada Fluminense, (1 vítima) e o Hospital Municipal Miguel Couto (2 vítimas), na Gávea, Zona Sul do Rio.
De acordo com a CRT, os outros 11 feridos foram levados para o Hospital das Clínicas de Teresópolis, Hospital Adão Pereira Nunes e Hospital Municipal José Rabelo, em Guapimirim. Até 18h20, a empresa não havia informado quantos feridos haviam sido levados para cada unidade.
A Secretaria municipal de Saúde confirmou a chegada de dois feridos no Miguel Couto, um homem e uma mulher. Ele é alemão, tem cerca de 50 anos e está em estado grave, com várias fraturas pelo corpo. Até 19h, não havia informações sobre o estado de saúde da mulher.
Segundo a Concessionária Rio-Teresópolis, a via chegou a ficar interditada por 35 minutos.
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