Os repetidos casos de
violência gerados por jovens da classe média alta brasileira e a forma
aviltante com a qual têm sido tratados adolescentes pobres me deixa duplamente
incomodada. Primeiro, é claro, pelo fato em si. Segundo, pela forma como a
sociedade se comporta diante disso.
Sabemos que é mais fácil
um jovem que roubou um litro de leite, que comete um crime, ir amargar uma
temporada no xilindró, que um jovem empresário
que corrompeu com seu poder a liberdade por crimes gravíssimos ou um político
que foi corrompido passarem uma temporada fora de circulação.
Não que o princípio da
insignificância (que pode ser aplicado quando o caso não representa riscos à
sociedade e não tenha causado lesão ou ofensa grave) não seja conhecido pelo
Judiciário. Insignificante mesmo é quem não tem um bom advogado, muito menos
sangue azul ou imunidade política.
Rico é jovem, pobre é
bandido. Um é criança que fez coisa errada, o outro um monstro que deve ser encarcerado,
muitos pais justificam a atitude do filho como sendo perdoável e pedem que
tenhamos condescendência. Afinal, isso não condiz com a criação que tiveram.
Bem, são pais, é direito deles. O incrível é como a sociedade encara o tema,
com uma diferenciação claramente causada pela origem social.
O pior e triste é um
grupo de comunicação que o conceito de notícia depende de qual classe social
pertencem os protagonistas. Somos lenientes com os nossos semelhantes, com
aqueles que poderiam ser nossos primos e irmãos, e duros com os outros.
A justificativa dos criminosos
ricos e poderosos tanto jovens como adulto é o dinheiro que compra a dignidade
da justiça com seus advogados inescrupulosos que defendem a mentira com uma veemência
assustadora, buscas brechas na lei para defender criminosos,isso esclarece até
a proteção que recebe de toda a sociedade a quem eles pertencem,são Casas de Saúdes
particulares,que acolhem criminosos ricos,como vem ocorrendo com muita freqüência
no interior do estado,o cara atira,agredi,atropela,mata, se embriaga,se droga,é
tratado em clinicas particular, assim ganham tempo para conseguir um Habeas
corpus que é o
remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou
coação à liberdade de locomoção, decorrente de ilegalidade ou abuso de poder.
Pode
isso,o cara mata e ainda usa a lei para se defender,como se ele estivesse na
casa de saúde sofrendo violência e não se escondendo,é uma vergonha o juiz que
assina a liberdade de criminosos ricos,que voltam as ruas e cometem novos
crimes,é um vicio para eles,adrenalina,saber que tem o poder de mandar na lei,pois
seus amigos ricos e coniventes colaboram com essa podridão que é a justiça.
A sociedade tem uma parcela grande de culpa em atos como esse
que ocorreu com um acidente de carro que tirou as vidas de Guilherme, Elisangela,
e com João Batista, que foi alvejado no trailer em frente à rodoviárias
e jovens que se tornam soldados do tráfico por falta de opções e na busca por
dignidade, fugindo da violência do Estado e do nosso desprezo. A culpa não é só
deles.
A diferença é que, para
os da classe média e alta, passamos a mão na cabeça. Afinal, são “jovens''.
Para os pobres, os “menores'', passamos bala. E para os adultos ricos a justiça
acoberta com o dinheiro que recebem através de advogados sem nenhum escrúpulo moral,
a função é defender um criminoso com a força de uma mentira manipulada pelo
poder e pela política.
E essa balela de não julgue
para ser julgado é em casos referentes a moral,não criminosos,criminoso seja
qual for o seu grau de poder,pobre ou rico,branco ou preto,tinha que ser
julgado por uma lei universal,para todos não só para pobre e preto.
Essa é sociedade em que
vivemos mentirosa, inescrupulosa, bandida, sem o menor caráter e pudor com a
verdade!
Márcia Mendes