Secretários de Saúde do Rio relataram risco de falta de sedativos desde junho do ano passado
O Rio de Janeiro tem 32 cidades, das 92 do estado, com risco de ficar sem os remédios do chamado “kit-intubação”, de acordo com levantamento semanal feito pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (Comsems-RJ). O problema atinge todas as regiões fluminenses. Na capital, cerca de 40 unidades de saúde estão com estoque crítico.
Os medicamentos são usados para permitir a colocação de um tubo na traqueia para auxiliar na respiração, em procedimento muito usado para pacientes com caso grave de coronavírus. “A situação é muito crítica. Há relatos de paciente acordando, intubado, sem estar sedado. Não consigo imaginar uma situação dessa, é o fim da civilização”, afirmou Rodrigo Oliveira, secretário municipal de Saúde de Niterói, que sofre com o estoque baixo de remédios, e que também é presidente do Cosems-RJ.
A crise atual poderia ter sido evitada com uma coordenação federal, argumenta Oliveira. Em junho de 2020 o estado vivia o final da primeira onda de contaminações e mortes provocadas pela Covid-19 e havia superado, em primeiro momento, a falta de respiradores e ventiladores pulmonares. Nesse cenário começaram a surgir os primeiros relatos de falta de remédios do kit-intubação. “A situação ali não foi tão dramática porque foi um mês em que os casos caíram, mas o alerta era claro”, afirmou Oliveira, que cobrou do governo federal uma ação coordenada para tentar comprar os remédios. “Uma compra centralizada aumenta o poder de barganha sobre as empresas, é melhor do que cada um por si”.
Confira os Municípios.
Segundo o Comsems, Angra dos Reis, Araruama, Areal, Armação dos Búzios, Barra Mansa, Casemiro de Abreu, Guapimirim, Iguaba Grande, Itaboraí, Mangaratiba, Macaé, Mendes, Niterói, Nova Iguaçu, Paraíba do Sul, Porto Real, Rio Bonito, Rio Claro, Santo Antonio de Pádua, São Fidelis, São José de Itabapoana, São João da Barra, São Pedro da Aldeia, Sapucais, Saquarema, Seropédica, Silva Jardim, Tanguá, Teresóplos, Três Rios, Vassouras e Volta Redonda têm estoque crítico dos 22 medicamentos que compõem o kit-intubação.
Outro lado
À CNN, o secretário estadual de saúde do Rio, Carlos Alberto Chaves, afirmou que o cenário no estado “não é de catástrofe, nem de colapso”, e que os remédios que chegam estão sendo distribuídos aos municípios. Ontem, segundo ele, 55 cidades receberam os medicamentos e as entregas têm sido pensadas para durar até 7 dias. “Cada um dia é um dia. Estamos com processo de compra aberto para normalizar a situação”, afirmou.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que 2,3 milhões de remédios do kit serão distribuídos para os estados a partir desta sexta-feira (16) e o Rio de Janeiro é um dos estados que receberá a maior quantidade de medicamentos.
Fonte: CNN
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