Milhões de eleitores comparecem nesta terça-feira 3 às urnas para uma eleição presidencial marcada por uma disputa intensa entre os candidatos Donald Trump e Joe Biden e o temor de violência. As atenções se voltam particularmente para os chamados estados-chave, onde uma vitória para um dos candidatos pode decidir o resultado final da eleição.
Estas eleições nos Estados Unidos já vão entrar para a história como uma das mais acirradas e tensas, com temor de violência durante e após a votação. Em Miami, assim como em muitas outras cidades do pais como Nova York, Washington, Los Angeles, comerciantes colocaram tapumes de madeira na frente das lojas para proteger as fachadas e vitrines.
O clima reflete a intensa disputa entre Donald Trump e Joe Biden que fizeram comícios até o último minuto para convencer eleitores a votar. O presidente republicano, que segundo sondagens estaria em desvantagem nessa corrida eleitoral, percorreu quatro estados no último dia de campanha.
Ele passou pela Carolina do Norte, Pensilvânia, Winconsin e Michigan, onde venceu Hillary Clinton em 2016, mas sondagens indicam que ele pode perder nesta eleição.
Em Wisconsin, onde encerrou a maratona, Trump colocou mais uma vez em dúvida o desfecho do processo eleitoral ao sugerir, sem explicar como, que vai haver “fraude” caso a Pensilvânia decida contar votos que chegarem pelo correio até três dias depois da votação.
Pelo Twitter, o presidente disse que se a Corte Suprema não rever sua decisão que permitiu a extensão da contagem de votos, anunciada na quarta-feira passada, vai haver “violência nas ruas”. A rede social indicou que a mensagem poderia ter conteúdo “contestado” e “podia ser enganador”.
O republicano ainda usou intensamente a rede social para atacar seu adversário democrata. Em um dos tuítes, afirmou que o voto para Biden seria dar o controle do governo a “socialistas, comunistas e hipócritas liberais de saúde que querem silenciar, censurar e punir você”.
Joe Biden, que se concentrou nos estados de Ohio e Pensilvânia, disse diante de jornalistas em Pittsburgh, que prevê uma vitória rápida, e disse esperar uma “eleição clara, pacífica e com grande participação”.
O democrata fez da gestão da pandemia, que matou mais de 230 mil americanos, um dos principais temas de seus ataques a Trump. Seus comícios foram marcados pelo distanciamento social e com os partidários adotando mascaras e outras medidas de proteção sanitária.
O presidente Barack Obama muito envolvido na reta final, fez campanha em Miami pedindo votos dos eleitores latinos e negros. Ele disse que a estratégia de Trump de querer tumultuar a contagem de votos na noite desta terça-feira seria “antidemocrática” e “típica de ditadores”.
Expectativa para contagem dos votos
Alguns analistas consideram a vantagem de Biden suficiente para confirmar o resultado ainda esta noite, pelo horário local. Mas diante da quantidade de votos que foram enviados pelo correio e com alguns estados como a Pensilvânia autorizando a contagem de votos até três dias depois da votação, o resultado oficial pode demorar vários dias.
Nos Estados Unidos cada estado contribui com um número de votos no colégio eleitoral e um candidato deve obter 270 para declarar vitória. Eleições recentes mostraram que é preciso ter prudência porque as urnas acostumam surpreender analistas e desmentir pesquisas de opinião.
Fonte:Carta Capital
Postagem:Sérgio Mendes
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