JORNAL SEM LIMITES DE PÁDUA_RJ: MORTE DE JUIZA LEVA ATO DE AMOR NA PRAIA DE ICARAÍ

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

MORTE DE JUIZA LEVA ATO DE AMOR NA PRAIA DE ICARAÍ




Um ato público foi realizado na praia de Icaraí, em Niterói, em repúdio a morte da juíza Patrícia Acioli. Uma cruz de cinco metros de altura foi fincada nas areias da praia, onde também foram depositadas flores em homenagem à magistrada. Ao lado da cruz, um cartaz de 4 metros de comprimento foi colocado por voluntários com a mensagem: "Quem silenciou a voz da Justiça?". Tanto a cruz quanto a faixa irão permanecer por todo o fim de semana com o intuito de mais pessoas poderem prestar homenagem a juíza e protestar pelo fim da impunidade.
Em nota, a Secretaria do Estado de Segurança do Rio de Janeiro comunicou que as investigações sobre a morte da juíza, estão a cargo exclusivamente da Divisão de Homicídios da Polícia Civil e que a colaboração da Polícia Federal não foi necessária.
Relembre o caso
Patrícia era juíza da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, e foi morta a tiros na madrugada desta sexta-feira quando estava dentro de seu carro, na porta de sua residência, em Niterói.
A magistrada foi responsável pela prisão, em setembro de 2010, de um grupo de quatro cabos da Polícia Militar e uma mulher, todos acusados de integrar um grupo de extermínio em São Gonçalo, que sequestrava e matava traficantes para depois pedir resgates a comparsas e parentes dos bandidos. Em janeiro deste ano, ela decretou a prisão preventiva de seis policiais acusados de forjar auto de resistência.
No local hoje ainda se encontra a homenagem deixada por populares em apoio a dor da família, que este caso não fique esquecido na memoria dos brasileiros.
O tenente-coronel Claudio Luiz Silva Oliveira, ex-comandante do 7º Batalhão, de Alcântara, em São Gonçalo, no Rio, um dos seis policiais militares acusados de envolvimento na morte da juíza Patrícia Aciolli, foi preso. De acordo com a Polícia Militar, ele já foi exonerado do comando do 22º BPM (Maré) e se encontra detido na carceragem do Batalhão de Choque.
O soldado da Polícia Militar Handerson Lents Henriques da Silva, acusado de participar do assassinato da juíza Patrícia Acioli, teve sua prisão temporária decretada hoje. A decisão é do juiz Petersen Barroso Simão, da 3ª Vara Criminal de Niterói, e vale pelo prazo de 15 dias.
De acordo com o pedido de prisão feito pelo delegado titular da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, e reiterado pelo Ministério Público, o soldado Lents teria indicado o endereço da juíza aos assassinos no mês de julho, um mês antes do crime.

Desde a morte de Patrícia Acioli, em 11 de agosto, a família da magistrada desconfia da participação do ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo), o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, preso. Em entrevista ao "R7", o primo da juíza, Humberto Lourival contou que o policial e Patrícia tinham constantes discussões por telefone.
O primo da magistrada disse que os problemas com o ex-comandante incomodavam tanto a juíza que ela comentava sobre isso em reuniões familiares. Lourival relatou que a prima dizia que Oliveira protegia policiais bandidos.
De acordo com Humberto Lourival, a relação entre Patrícia e o tenente-coronel piorou em 2011. "Ela mandou prender um major do serviço reservado do 7º batalhão e, no dia da morte, decretou a prisão de policiais do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do mesmo batalhão". Segundo ele, Oliveira se viu ameaçado porque ela atingiu as duas zonas mais importantes da unidade.
O delegado titular da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, afirmou que Cláudio Luiz de Oliveira mandou matar a magistrada. O motivo seria porque ela o investigava por envolvimento em execuções de grupo de extermínio e corrupção em São Gonçalo, região metropolitana do Rio.
Segundo Lourival, a briga entre os dois começou há mais de 20 anos. Ele disse que Patrícia sempre lembrava o fato de Cláudio ter sido o mesmo policial com quem ela se envolveu em uma discussão no Maracanã, durante um jogo entre Brasil e Chile, em setembro de 1989. Na ocasião, a juíza era defensora pública e decretou voz de prisão ao policial por abuso de autoridade.
FOTOS: Marcia Mendes

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